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Vale a pena começar cursinho na metade do ano?

by Lucas Gomes

O que deve ser levado em conta na decisão de começar a estudar
em um curso pré-vestibular no segundo semestre? Para os especialistas,
o estudante deve verificar, primeiramente, como será seu cronograma do
fim do ano. “O aluno tem que ter tempo para fazer os exercícios
do cursinho; se tiver muitas atividades do colégio à tarde, ou
se quiser só assistir às aulas, não vai aprender”,
avalia o coordenador Alberto Francisco do Nascimento, do Anglo Vestibulares,
de São Paulo.

Segundo Nascimento, há diversos perfis de alunos que optam por começar
a estudar para o vestibular nesta época do ano: “Temos alguns que
entraram na faculdade e mudaram de ideia, há aqueles que foram fazer
intercâmbio, tem quem faz colégio e já garantiu nota, e
tem até aquele que ‘acordou’ agora”, diz.

Intercâmbio

O intercâmbio foi o que motivou Ana Paula Ferreira, 17, a escolher o
semi-extensivo: ela fez o último ano do colégio nos Estados Unidos.
Para ela, esse ano foi decisivo na escolha da carreira: “Lá é
você quem escolhe o que vai estudar pelas áreas que tem mais afinidade.
Fiz muitas matérias de anatomia, dissecava animais e pude ver cadáveres.
Quando fui para lá, ainda estava em dúvida, mas as matérias
me ajudaram a escolher medicina”, diz.

Como o ano letivo nos EUA terminou na metade do ano, só agora ela poderá
se preparar para o vestibular. Apesar da dificuldade da prova de medicina, ela
não desanima: “Vou fazer o cursinho de manhã e estudar à
tarde. Tudo que eu conseguir fazer, já vai ser bom. Se não der,
tento de novo”, diz.

Quando vale fazer cursinho

Para o professor Nascimento, o cursinho é bom para o estudante que
tenha um tempo mínimo para se dedicar aos exercícios propostos
em sala.

Outra dica fundamental é a organização do tempo, para
ter melhor aproveitamento: “O estudante tem que fazer um fluxograma e segui-lo
religiosamente”.

Carlos Eduardo Bindi, coordenador do curso Etapa, de São Paulo, ressalta
que o cursinho, para quem está no ensino médio, só é
aconselhável para os que já conseguiram garantir a aprovação
no ano letivo. “Quando entra no cursinho, o estudante tem que ter foco
no vestibular; se tiver problema com notas, aí é melhor se dedicar
ao colégio”, diz.

Para Bindi, esse vestibulando, que terá menos tempo de aulas no cursinho
(cerca de quatro meses), deve dedicar horas de estudo em número proporcional
à dificuldade de ingressar na graduação desejada: ou seja,
quanto mais difícil o curso, mais tempo nos livros e apostilas.

Maturidade

Por mais que seja difícil estudar mais em menos tempo, Bindi diz que
o cursinho semi-extensivo é bom para atingir maturidade: “Fazer
o semi é um ótimo modo de calibrar os estudos, ver onde você
tem mais dificuldades e ganhar mais maturidade; isso é muito bom para
estudar”. “No colégio o aluno vê a matéria recortada
e não sente a concorrência do vestibular. Já no cursinho,
com os simulados, ele vê que a coisa é mais complicada. Muitas
vezes os estudantes têm uma ideia muito vaga do que é o vestibular
e aqui eles veem que a brincadeira deve ocorrer em outra hora, que a única
maneira de passar é se alinhando com as coisas certas. O cursinho é
uma surpresa para muitos, é uma experiência que altera os estudos”,
diz Bindi.

Já o professor Nascimento afirma que o essencial é que o estudante
tenha “espírito de luta”. “Para fazer cursinho por fazer,
vai ser um gasto de dinheiro à toa”, diz.

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