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Simulado confirma Enem com mais conteúdo

by Lucas Gomes

O simulado do novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) confirma a
cobrança de mais conceitos e conteúdo escolar, de acordo com a
avaliação de cursinhos pré-vestibulares. Professores apontam
incoerências em questões.

A prova, com 40 questões em vez das 180 do exame oficial, foi divulgada
à meia-noite desta quarta-feira (29) pelo Instituto Nacional de Estudos
e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do Ministério da
Educação. Os gabaritos acompanham os arquivos das provas.

“O simulado está dentro do anunciado pelo Inep, com questões
difíceis, como no Enem antigo, e outras com grau de dificuldade médio
e difícil”, afirma Carlos Eduardo Bindi, diretor do Curso Etapa,
em São Paulo. “O formato do novo Enem não reinventa a roda,
porque já existem outros vestibulares que avaliam muito bem e que têm
questões interdisciplinares. Na verdade, o que ele fará será
levar boas práticas para o país inteiro, especialmente para aqueles
locais em que os vestibulares são mais fracos. Não há um
desvio de rota, mas um alinhamento em nível federal”, analisa Bindi.

Para Sezar Sasson, coordenador dos simulados do Enem do Sistema do Anglo,
de São Paulo, o simulado do Inep mostra que “o conteúdo exigido
não vai além do ensino médio”. “O candidato bem
preparado pode ficar mais tranquilo com isso. E, ao contrário do antigo
exame, ele precisará se basear menos em informações fornecidas
pela prova e mais no conteúdo aprendido na escola.”

Na avaliação de professores do Anglo, no entanto, o simulado
apresenta imprecisões em algumas questões, mas nada que comprometa
a resposta nem o gabarito. O Enem, que será realizado nos dias 3
e 4 de outubro
, está dividido em quatro áreas de conhecimento:
ciências da natureza, ciências humanas, linguagens e matemática.

VEJA AS PROVAS DO SIMULADO DO
ENEM
CIÊNCIAS
DA NATUREZA
CIÊNCIAS
HUMANAS
LINGUAGENS MATEMÁTICA

No caso da parte de ciências da natureza, Sasson aponta problemas nas
questões 3, 5 e 9. O gabarito da questão 3 (letra C), que trata
da decomposição de polímeros, está correto, mas,
segundo ele, não é preciso. “A alternativa diz que a decomposição
leva à geração de compostos tóxicos. É verdade
que isso aconteça, mas não sempre.”

Na pergunta 5, uma parte do enunciado diz que a concentração
de glicose no experimento B é igual a do experimento A. No entanto, Sasson
afirma que no experimento A, as células 2 não estão respirando,
mas fermentando, e, consequentemente, gastando muito mais glicose. “Se
essa frase do enunciado fosse tirada, ficaria perfeitamente plausível,
mas isso também não compromete o gabarito.”

Na pergunta 9, o enunciado da questão diz que a massa molar da glicose
é 120 g/mol. “O correto é 180 g/mol, mas, como não
há alternativa correta usando 180 no cálculo, o candidato vai
usar o 120 dado no enunciado e chegará ao resultado certo”, diz
Sasson.

A parte de matemática foi avaliada pelos professores do Anglo como tendo
um conteúdo mais rudimentar. “Nas questões 3, 7 e 8, os enunciados
não trazem nenhuma informação que possa ser usada na resolução
das questões. Isso pode fazer com que o candidato perca algum tempo sem
necessidade”, avalia.

A parte de linguagens é a que mais se assemelha ao Enem antigo, na análise
do Anglo. “Os textos usados foram bastante diversificados, como poemas,
tiras em quadrinhos e textos científicos, mas exigem agora mais conteúdo
escolar do que só interpretação de texto.”

A parte de ciências humanas foi a mais diferente em relação
à prova dos anos anteriores, diz Sasson. “Havia somente um mapa,
sem tabelas ou gráficos, que costumam aparecer em provas de geografia
e história. A linguagem também foi mais simples.”

Correção

Cada questão terá um certo grau de dificuldade e o computador
vai conseguir saber, de acordo com esse padrão, o quão preparado
para dar aquela resposta o candidato estava e se houve um “chute.”
O foco será no item, como é chamada cada questão, e não
no total de acertos. A teoria é o conjunto de modelos que relacionam
uma ou mais habilidades com a probabilidade de a pessoa acertar a resposta.

Assim, o estudante pode até acertar mais questões do que outro,
mas poderá ter uma nota menor se tiver acertado questões consideradas
mais fáceis.

No dia 3 de outubro, serão aplicados os exames de ciências
da natureza e suas tecnologias e ciências humanas e suas tecnologias.
No dia seguinte, matemática e suas tecnologias, linguagens, códigos
e suas tecnologias e redação.

O resultado final será divulgado nos dias 4 de dezembro
(provas objetivas) e 8 de janeiro (redação).

Universidades

Mais de 4,5 milhões de pessoas se inscreveram no exame. Das 55 universidades
federais, 46 instituições adotarão o Enem, 7 ainda não
se decidiram e 2 definiram que não levarão em conta o resultado
do exame em seu vestibular.

> Confira
como as universidades federais adotarão o Enem

São quatro as possibilidades de a universidade utilizar a nota do Enem:
como fase única; como primeira fase; como fase única para as vagas
remanescentes, após o vestibular; ou combinado ao atual vestibular da
instituição.

Neste último caso, a universidade definirá o percentual da nota
do Enem a ser utilizado para a construção de uma média
junto com a nota da prova do vestibular. Cada instituição de ensino
superior divulgará em seus editais em qual formato participará
e se haverá diferenças entre os cursos.

Além de ser usado nos vestibulares, o novo Enem vai servir também
para conseguir o certificado de conclusão do ensino médio em cursos
de Educação de Jovens e Adultos (EJA), antigo supletivo.

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