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Avaliação das instituições tem peso no mercado de trabalho

by Lucas Gomes

A necessidade de se ter uma formação acadêmica para conquistar
um emprego tem aumentado a oferta de vagas nas universidades. Cada vez mais
temos notícias de cursos e faculdades que estão sendo abertos.
Para se ter uma idéia, entre os anos de 2002 e 2007, o número
de cursos no país aumentou de 14.399 para 23.488, cerca de 63% em cinco
anos. O curso campeão nesse quesito foi o de pedagogia (85%).

As faculdades encontraram um bom filão. E, é claro, as que mais
se difundira são as de baixo custo, como é o caso de pedagogia,
que em contrapartida, tem piorado seu desempenho – em quatro anos, o número
de cursos com conceitos 1 e 2 saltou de 172 para 292, segundo o Exame Nacional
de Desempenho do Estudante (Enade), de acordo com o jornal O Estado de S.
Paulo
.

Os profissionais que saem dessas instituições de qualidade duvidosa
estão indo para o mercado de trabalho, atendendo a nós e nossos
filhos. Muitas vezes, se iludem de que possuem uma formação profissional.
Lastimam a dificuldade de arrumar um emprego e sua má sorte: nem um curso
superior garante uma colocação.

Ora, não vamos confundir ter um diploma, canudo como dizem popularmente,
com formação profissional. Claro que uma pessoa que fez uma faculdade
sem muita qualidade pode, por meio de seu esforço próprio, superar
pontos fracos de uma formação acadêmica. Há aqueles
que se restringem a fazer uma boa faculdade e não se aprimoram. A universidade
é apenas o ponto de partida para aquele que quer ser um profissional
de qualidade.

Se duas pessoas forem disputar uma vaga de emprego, provavelmente seus selecionadores
observarão suas formações e onde as fizeram. Aquela que
estudou em lugares reconhecidos pela sua qualidade, provavelmente estará
alguns pontos na frente, o que não quer dizer que seja melhor que o concorrente.
Diria que é um bom cartão de visita, pois geralmente os profissionais
vindos dessas instituições têm uma qualidade profissional
diferenciada. Claro que outras etapas de um processo seletivo vão dizer
qual o profissional mais capacitado.

Que o digam os estudantes de um curso de direito do estado de Pernambuco.
Eles tiveram problemas para conseguir estágios após a publicação
do Índice Geral de Cursos (IGC) de 2007, que avalia os cursos de graduação
e pós graduação do país. Com isso, entraram com
uma ação impedindo a divulgação do IGC de 2008.

Com certeza essas publicações deixam à mostra e prejudicam
a carreira profissional de muitos. Quem vai querer alguém de uma faculdade
que teve um conceito baixo pela avaliação do Ministério
da Educação (MEC)? E os alunos que estão apenas em busca
de um caminho para seguir na vida se prejudicam.

A própria população deveria ser mais exigente com as
faculdades que escolhem e fazem. Diante desses índices de qualificação,
é preciso cobrar delas uma mudança visando qualidade. Não
à toa algumas instituições tem conceitos 4 e 5 enquanto
outras são classificadas como ruins.

A qualidade da instituição universitária vai sim, ao
menos a princípio, ter um peso na conquista de um lugar no mercado de
trabalho. E a população não tem tempo e nem dinheiro para
perder com coisas ruins.

Ana Cássia Maturano, psicóloga e psicopedagoga

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