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Haddad aponta exame como forma de superar modelo defasado do vestibular

by Lucas Gomes

O Brasil é o único país de sua dimensão que
ainda tem processos seletivos de estudantes à
educação superior nos moldes de vestibular. Pelo modelo,
alunos são obrigados a pagar taxas elevadas de
inscrição, deslocar-se pelo país para fazer
provas, caso queiram ingressar em instituições fora da
cidade onde moram, e usar nota para apenas uma universidade. O Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem), em sua nova
configuração, foi elaborado para acabar com o modelo
defasado do vestibular.

Isso foi o que explicou o ministro da Educação, Fernando
Haddad, aos parlamentares presentes à comissão de
educação no Senado Federal, nesta terça-feira, 16.
“A expansão e a melhoria da qualidade do ensino superior
não valeriam de nada se não mudássemos a forma de
ingresso”, destacou Haddad. “Se não vencermos o
desafio de superar o modo brasileiro de seleção às
universidades, não vamos prosperar no atendimento à
juventude.”

Na visão do ministro, é preciso insistir no modelo do
Enem, mesmo com todos os entraves a serem superados. Segundo ele, uma
das possibilidades é a aplicação de duas provas
por ano, o que diminui o número de inscritos em cada exame e
dilui os riscos de falhas.

Quanto aos erros gráficos do exame deste ano, Haddad informou
que as atas dos locais de prova já começaram a chegar ao
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (Inep). A partir dos documentos, será possível
avaliar quantos alunos foram prejudicados pelas falhas no caderno
amarelo e marcar uma nova prova para esses candidatos, que serão
comunicados assim que houver uma definição.

Haddad explicou que a aplicação de um novo exame para
quem foi prejudicado por esse problema específico é
possível graças à tecnologia da Teoria da Resposta
ao Item (TRI). Com ela, provas diferentes podem ter o mesmo grau de
dificuldade, o que respeita a isonomia. Em 2009, o Enem foi aplicado em
três momentos diferentes (com questões diferentes, mas
dentro da mesma escala): o primeiro, para a maioria dos estudantes; o
segundo, nos presídios e para os prejudicados com as enchentes
do Espírito Santo; e o terceiro, para 220 presidiários
cujos cartões de inscrição não chegaram ao
Inep.

“A TRI não é estranha à comunidade dos
educadores, mas o país está conhecendo agora”,
disse o ministro. “É bom que haja o debate, o que permite
avançar ainda mais no futuro em termos de
avaliação.”

Ensino médio – Haddad acredita que outro
benefício do Enem é o de impactar a qualidade do ensino
médio, assim como a Prova Brasil já impactou o ensino
fundamental. A avaliação, que mede a qualidade do ensino
aos alunos do quinto e nono anos do ensino fundamental, permite o
cálculo do índice de desenvolvimento da
educação básica (Ideb). “Os indicadores que
caíam até 2005 passaram a progredir a partir da Prova
Brasil. Em 2009, alcançamos a meta no Ideb proposta para
2011”, ressaltou o ministro. Hoje, o país tem uma nota de
4,6 pontos nos anos iniciais do ensino fundamental, numa escala que vai
de zero a dez.

Fonte: Assessoria de Comunicação Social – MEC

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