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Como escolher minha profissão?

by Lucas Gomes

Graça Santos*
Para o: Site Conexão Professor

A cada dia surgem novas opções de carreiras e de oportunidades de trabalho. O que fazer? Esse turbilhão de dúvidas não deve ser encarado como um problema grave. Especialistas garantem que a insegurança diante da escolha profissional é um sintoma saudável e produtivo. Com vários caminhos abertos à sua frente, o indeciso tem maiores chances de escolher melhor do que quem apoia sua certeza em fantasias. Por isso, recomenda-se que essa fase da vida seja enfrentada com tranquilidade pelos jovens e sua família. Afinal, toda decisão pressupõe incertezas e uma dose de risco. E esse é o primeiro grande desafio do jovem diante do novo e do desconhecido.

O indeciso tem maiores chances de escolher melhor
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Uma forma de diminuir a pressão é saber que essa escolha profissional não é necessariamente definitiva. Novos caminhos vão surgir durante a faculdade, o mercado de trabalho pode exigir adaptações ou uma grande guinada na carreira. “A faculdade deve ser encarada como a escolha de uma plataforma, um alicerce para a construção da vida profissional”, afirma Rubens Gimael, especialista em desenvolvimento de carreira da NeoConsulting. É comum encontrar engenheiros trabalhando na área de Finanças, arquitetos se dedicando à Área Comercial, economistas cuidando de Marketing.

A mudança não significa fracasso nem frustração, mas sim a aceitação de desafios que a vida vai trazendo. Escolher uma profissão representa esboçar um projeto de vida, questionar valores, as habilidades, o que se gosta de fazer, a qualidade de vida que se pretende ter. E esse momento de reflexão pode render bem mais quando é compartilhado com a família. Mas, por excesso de liberalismo, muitos pais se omitem com a desculpa de não querer interferir na vida dos filhos.

Um passo importante para o jovem indeciso é investigar, reunindo informações sobre as profissões e cursos oferecidos pelas faculdades. Há ainda a opção de buscar apoio em empresas de Orientação Vocacional.

As transformações econômicas que atingiram o mundo de forma global impulsionaram novas e promissoras carreiras. São as profissões que envolvem inovações tecnológicas e áreas de Inteligência e Conhecimento. As carreiras tradicionais, como Medicina, Direito, Engenharia, Letras e Administração ainda são as mais procuradas nos vestibulares. Elas se renovaram e ganharam áreas de atuação que prometem sucesso e bons rendimentos, como o campo de Biotecnologia para os advogados e o de Meio Ambiente para engenheiros. É bom também ficar antenado com o crescimento dos setores de Serviços, Lazer e Entretenimento, Meio Ambiente e projetos sociais. Eles abriram oportunidades atraentes de trabalho para os profissionais com formação em Biologia e Educação Física, que andavam em baixa, e valorizaram cursos que antes eram considerados de segunda linha, como Relações Internacionais, Turismo e Hotelaria.

Em meio a tantas opções, o estudante deve ficar atento a algumas armadilhas. A primeira delas é acreditar que cursar uma boa faculdade vai livrá-lo do desemprego e assegurar o sucesso profissional. Uma boa escola pode até abrir portas no início da carreira, mas vale lembrar que existem muitos profissionais em altos cargos nas empresas que não vieram de cursos de primeira linha.

Para os especialistas em Recursos Humanos, o sucesso numa profissão depende 30% de conhecimento e 70% de atitude. Uma paradinha para refletir sobre: quem você é na escola? Como estuda? O que gosta de fazer?

Da mesma forma, decidir-se por uma carreira apenas porque ela está em alta no mercado normalmente é o caminho mais rápido para o abandono de uma profissão. “Quem não leva em conta sua afinidade com uma carreira ao fazer uma escolha fatalmente desistirá dela quando a oferta de trabalho cair”, afirma a Psicóloga Renata Mello, da equipe de Orientação Profissional do Centro de Integração Empresa Escola (CIEE), de São Paulo. O cuidado deve ser redobrado em carreiras com um campo de atuação restrito e que não possibilitam ao estudante mudar facilmente de área de trabalho, como Oceanografia, Odontologia e Telecomunicações.

O sucesso numa profissão depende 30% de conhecimento e 70% de atitude
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No fim da década de 90, a expectativa de um mercado de trabalho promissor na área de Telecomunicações levou à ampliação de vários cursos, como Engenharia de Telecomunicações, que agora não conseguem preencher todas as vagas. Há trabalho para profissionais de nível técnico e de manutenção, mas poucas vagas para cargos de direção e gerência. Ao mesmo tempo, o jovem que já se decidiu por uma carreira não deve desistir dela por causa do temor do desemprego ? fantasma que ronda todas as profissões. “Quem faz a escolha certa tem mais autoconfiança, sobressai e chega ao sucesso”, diz Renata Mello, do CIEE.

Em 2006, o Ministério da Educação lançou o Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia. Com esta iniciativa ganham os estudantes, os pais, os professores, as instituições de ensino, as empresas, enfim, a sociedade, por terem à disposição permanente um instrumento que relaciona os cursos superiores de tecnologia. Com isto fornece subsídios importantes para decisões vocacionais, matrizes curriculares e estratégias de formação, além de favorecer ao exercício da cidadania no acompanhamento da qualidade dos cursos e ainda induz o desenvolvimento de perfis profissionais amplos, com capacidade de pensar de forma reflexiva, com autonomia intelectual e sensibilidade ao relacionamento interdisciplinar.

*Graça Santos é Pedagoga, especialista em Orientação Educacional e Orientadora Profissional, além de Gerente do Projeto Reforço Novo Enem. 

Fonte: Site Conexão Professor ( http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/especial.asp?EditeCodigoDaPagina=1714 acessado em 27/01/2011)

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