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Arquitetura e Urbanismo

by Lucas Gomes

Projetar, supervisionar e executar obras de arquitetura/edificações; trabalhar com reformas e restaurações; além de atuar no controle e planejamento do espaço como urbanista, paisagista e designer de interiores. Essas são algumas das funções do profissional formado em arquitetura e urbanismo.

A formação do arquiteto e urbanista é muito ampla e durante muito tempo o profissional era identificado como aquele que atuava no projeto, na construção ou em uma reforma. Mas o arquiteto e urbanista é muito mais que isso. Uma das funções paralelas é trabalhar com o planejamento de cidades.

As atuações de um arquiteto e de um urbanista são completamente diferentes mas, mesmo assim, a graduação é unificada. Não existe um curso superior apenas de arquitetura ou somente de urbanismo. Em alguns países a formação é distinta. O arquiteto tem uma base mais técnica de engenharia e o urbanista tem uma formação direcionada para o planejamento.

O bom desempenho da economia brasileira nos últimos anos impulsionou o setor da construção civil e transformou algumas cidades em grandes canteiros de obras ao ar livre. Além de casas, prédios residenciais e edifícios comerciais, muitas prefeituras têm investido em obras de infra-estrutura visando, entre outras coisas, à universalização do serviço de saneamento básico, o que significa levar água potável e rede de esgoto a todos os domicílios. Essas obras geram grande demanda por especialistas de várias áreas, entre eles arquitetos e urbanistas. Esses profissionais são contratados para fazer o planejamento, definir estratégias de atuação e organizar os trabalhos de expansão das redes de água e esgoto das cidades. Esse é um trabalho que vem crescendo muito em prefeituras e secretarias estaduais de saneamento e, por isso, deve gerar, nos próximos anos, uma forte procura por arquitetos e urbanistas.

Além de orientar o crescimento de bairros e cidades e atuar em projetos ligados ao saneamento básico, os graduados nessa área são especialistas em organizar espaços segundo critérios de conforto, estética e funcionalidade. Cabe ao profissional determinar os materiais a ser utilizados nas obras, levando em conta o uso do imóvel e o consumo de energia. Ao lado do engenheiro, ele acompanha a construção e gerencia os custos e a mão-de-obra. Como desenhista industrial, projeta objetos, elabora placas de sinalização e logotipos. Para se dar bem na profissão, é fundamental ter criatividade e talento para o desenho.

MAIS ESCOLAS, MENOS EMPREGOS

Um dos maiores problemas enfrentados pelos profissionais da área é o aumento no número de escolas de arquitetura no país e, conseqüentemente, as dificuldades de inserção no mercado de trabalho.

Atualmente, com o grande crescimento do número de escolas de arquitetura e conseqüentemente do número de arquitetos, o mercado tornou-se complicado. O que percebe-se é uma escassa quantidade de trabalho, a falta de profissionais capacitados e com boa formação, e, principalmente, um achatamento nos honorários profissionais pela concorrência de preços num mercado livre de atuação.

Há quem diga que o mercado de trabalho não tem mais como absorver os cerca de seis mil jovens que se formam anualmente no Brasil. Mas, apesar dessas avaliações pouco otimistas, prevalece o entendimento de que há boas perspectivas, principalmente nas centenas de cidades de pequeno e até médio porte que têm dificuldades para atender à recente legislação que torna obrigatória a elaboração de Planos Diretores nas cidades acima de 20 mil habitantes.

No início dos anos 90 o país tinha cerca de 70 cursos de arquitetura e urbanismo. Hoje, esse número saltou para 182.

Na edição 2005 do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) foram avaliados 166 cursos de todo o país. Desses, 63 (38%) receberam conceito 3 e sete (4,2%) obtiveram 5, a nota mais alta. Entre as graduações de conceito máximo, seis são de universidades federais e uma de instituição particular. Do total de cursos, 25,3% ficaram sem conceito pois não apresentavam alunos ingressantes ou concluintes.

O curso

Duração média: cinco anos.
A arquitetura é uma união das ciências exatas, humanas e artes. Exige que o aluno tenha aptidões múltiplas, e que goste tanto de cálculo quanto de história.

Currículo básico: Paisagismo, Desenho, História e Estética da Arte, Antropologia Cultural, Métodos e Técnicas de Pesquisa, Matemática, Desenho Arquitetônico, Projeto de Paisagismo, Física Aplicada.
O primeiro semestre é muito teórico, mas, a partir do segundo, há mais aulas práticas. A criatividade é fundamental na hora de fazer os esboços, mas esteja pronto para mergulhar nos cálculos. Estágio e trabalho de conclusão de cursos são obrigatórios na maioria das instituições.

Aptidões desejáveis: Para exercer a função de Arquiteto é fundamental ter sensibilidade, criatividade, intuição e interesse pelas artes. Também é necessária capacidade de observação e análise, habilidade numérica, gosto de trabalho em equipe, meticulosidade e exatidão.

specializações:
Computação gráfica
Urbanismo
Paisagismo
Desenho Industrial
Comunicação Visual
Design de Interiores

 

PROFISSÃO REGULAMENTADA

Assim que termina a faculdade, todo arquiteto precisa tirar um registro profissional no CREA (Conselho Regional de Engenheiros e Arquitetos) de sua região. Há mais de 40 anos, o órgão disciplina a carreira e as formas de atuação do profissional. Quem não tem registro está exercendo a profissão de maneira ilegal e, portanto, cometendo um crime.

O Brasil tem hoje 89 mil arquitetos e urbanistas, sendo que a maioria está no Sudeste (62% dos profissionais). As regiões Norte e Centro-Oeste têm juntas 8% dos arquitetos e urbanistas, a região Sul apresenta 22% e a região Nordeste, 8% dos profissionais.

O Estado de São Paulo concentra 1/3 dos arquitetos do Sudeste. Para se ter uma idéia, mais de 35 mil residem no Estado. São Paulo também oferece o maior número de universidades eo mercado de trabalho mais atraente para a área.

MERCADO DE TRABALHO

A expectativa entre os arquitetos é que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, que aqueceu a construção civil, tenha reflexos positivos também na arquitetura. Por enquanto o mercado não foi atingido, mas pode ser apenas uma questão de tempo. A expectativa está em pauta por vários motivos, um deles porque o programa facilita os empréstimos para a compra de imóveis. Outro fator que torna esse mercado aquecido é a mudança de mentalidade da população. Em regiões menos desenvolvidas, o arquiteto sempre foi considerado um artigo de luxo e, portanto, pouco procurado tanto pelo setor público quanto pelo privado. Mas, agora, esse panorama começa a ser alterado.

As obras de infra-estrutura, como rodovias, pontes e portos, abrem oportunidades para o especialista em projetos, urbanismo e paisagismo em grandes construtoras e incorporadoras, como Odebrecht e Camargo Corrêa. Paisagistas e urbanistas encontram lugar na administração de praças e parques, nas prefeituras municipais, para realizar o reordenamento territorial e organizar a distribuição de terras, e em construtoras de condomínios de luxo. A possibilidade de abrir o próprio escritório existe, mas é mais difícil para o recém-formado, com pouca experiência. Empresas privadas de diversos ramos de atuação, como criação de mobiliário, cerâmica e montagem de cozinhas, têm oferecido vagas para o arquiteto.

O arquiteto e urbanista que preferir direcionar seu trabalho em projetos para as classes “A” e “B” pode enfrentar dificuldades para se inserir no mercado. Isso porque esse nicho de clientes está saturado, com ofertas cada vez mais reduzidas nos últimos 15 anos. A previsão da Federação Nacional de Arquitetos e Urbanistas (FNA) é que nos próximos dez anos o mercado esteja voltado para projetos direcionados para o público “C” e “D” e, em algum momento, para a classe “E”. Os arquitetos recém-formados e mesmo aqueles que já estão no mercado podem se preparar para projetar casas populares e conjuntos habitacionais. Há programas federais nesta direção. Um deles prevê a liberação de crédito para habitações. No valor estão embutidos os honorários para os arquitetos.

O que não falta é o que fazer. Muitas vezes o arquiteto e urbanista pensa que o único mercado é atender a classe média e média alta. Acontece que não há mais emprego nesse setor. A participação dos arquitetos ainda é muito pequena frente à sociedade brasileira, com um grande déficit habitacional a ser corrigido. Isso resulta numa aspiração crescente também de profissionais para responderem a essas necessidades.

Um levantamento informal demonstrou que mais de 90% das construções não possuem o acompanhamento de um arquiteto e, por isso, os profissionais deveriam investir nessas áreas. O direito à moradia é um direito constitucional, por isso as plantas populares têm ainda muito espaço para serem exploradas. Uma casa projetada por um arquitetoé mais bonita e mais barata porque tem impacto direto no urbanismo da cidade. A pessoa vai usar o material correto na quantidade correta e a casa vai ser adequada, sem riscos.

ÁREAS DE ATUAÇÃO

Arquitetura de interiores Organiza o espaço interno, definindo os materiais de acabamento e a distribuição de móveis e objetos, considerando a acústica, a ventilação, a iluminação e a estética.
Comunicação visual Cria a identidade visual de empresas e produtos, com logotipos, embalagens e material impresso ou digital.
Paisagismo e ambiente Desenvolve espaços abertos, como jardins, parques e praças, combinando plantas, pedras, madeiras, calçamento e iluminação.
Edificação e construção Projeta, acompanha e coordena obras, definindo materiais e controlando prazos e custos.
Luminotécnica Faz o projeto de iluminação de grandes e pequenos espaços. Realiza a iluminação de eventos.
Restauro de edifícios Recupera casas e prédios antigos ou deteriorados, mantendo as características originais.
Urbanismo Planeja uma região, cidade ou bairro, elaborando o plano diretor e o zoneamento que vão direcionar o crescimento.

MÉDIA SALARIAL

Há 40 anos, os arquitetos e urbanistas do Brasil estão cobertos por uma lei federal que instituiu um piso salarial para a categoria, de seis vezes o valor do salário mínimo vigente. Hoje, o piso salarial de um arquiteto é R$ 2.460,00. A lei só vale para profissionais contratados por empresas privadas e não se aplica aos profissionais liberais e funcionários públicos.

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