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Fisiologia: 2. Doping – o que é?

by Lucas Gomes


Cápsulas de Oxandrolona, esteróide
esteróide que aumenta a massa e a
potência muscular

Comum ao noticiário esportivo, a palavra doping ganha ainda mais importância
durante as grandes competições internacionais, como Copa do Mundo
e as Olimpíadas.

Traduzido pelo dicionário Aurélio Buarque de Holanda como “aplicação
ilegal de estimulante em competidor (pessoa ou animal) para lhe aumentar o rendimento”
ou “adição de substância química ou impureza
a um material de forma a dar-lhe propriedade desejada”, o doping já
levou algumas medalhas olímpicas a mudar de mãos.

Nos esportes, considera-se inaceitável o uso de substâncias que
alterem o funcionamento natural do corpo humano. Antes mesmo das competições,
os testes antidoping são aplicados para impedir a participação
de atletas com alterações químicas demonstradas por exames
de sangue ou de urina. Durante e depois dos jogos, outros exames são
realizados nos vencedores das provas e em atletas escolhidos por sorteio.

As substâncias proibidas para os atletas dividem-se em cinco classes
farmacológicas -estimulantes, narcótico-analgésicos, anabolizantes,
diuréticos e hormônios.

– Estimulantes: substâncias que excitam e alteram o
metabolismo, como a cafeína, a cocaína, o crack e as anfetaminas.
Isso não significa que os atletas não podem tomar café.
Para cada substância, o COI (Comitê Olímpico Internacional)
estabelece uma quantidade tolerável. Acima desses valores, o atleta sofre
punições que podem chegar à perda de uma medalha ou posição.

– Narcótico-analgésicos: substâncias que
dopam e relaxam o atleta. Geralmente, são utilizadas para amortizar a
dor, como a morfina e a heroína.

– Agentes anabolizantes: Há dois tipos de anabolizantes
-os esteróides e os os beta-2 agonistas. São exemplos de esteróides
a testosterona e seus derivados, a bolasterona, a androstenediona, a noratandrolona,
entre outros agentes. Os beta-2 agonistas têm como exemplo o fenoterol,
o formoterol, o salbutamol e a terbutalina.

– Diuréticos – Essas substâncias são especialmente
proibidas quando administradas por injeção na veia.

– Hormônios: o uso de hormônios, como o IDH (conhecido
como hormônio do crescimento) e outros que alteram o desenvolvimento físico,
é totalmente proibido aos competidores olímpicos.

Os hormônios de crescimento têm como efeitos colaterais algumas
reações alérgicas e até diabetes. Há outros
hormônios, como a HCG (gonadotrofina coriônica humana) e as gonadotrofinas
pituitárias e sintéticas, que são proibidos porque aumentam
a massa muscular.

A insulina – hormônio secretado pelo pâncreas- tão pouco
é permitida porque acelera a queima de açúcares e a produção
de energia, resultando em ganho de desempenho. O excesso dessa substância
também pode provocar hipoglicemia, levando à tontura e fazendo
com que o cérebro perca o controle sobre o organismo. Pode levar ao coma
e à morte.

Há ainda a corticotrofina, que produz euforia, e o hormônio EPO
(eritropoietina), que aumenta a produção de glóbulos vermelhos,
elevando o rendimento dos competidores em atividades de média e longa
duração. Pode dar hipertensão arterial, convulsões,
trombose e problemas renais.

Doping enfraquece o corpo e altera personalidade, diz pesquisa


Alguns atletas apelam para as drogas para
melhorar desempenho

Os esteróides anabolizantes usados por atletas para melhorar sua performance
enfraquecem o organismo contra infecções e o câncer, de
acordo com testes feitos na Austrália. Os cientistas descobriram que,
mesmo usando doses 50 vezes menores do que as que são habitualmente utilizadas
por esportistas que se dopam, as drogas afetavam o sistema imunológico.

Os voluntários que participaram dos testes na Universidade Southern
Cross também afirmaram ter sofrido mudanças de personalidade.
Isso pode explicar por que em muitos casos os usuários de esteróides
se tornam exageradamente agressivos.

O projeto

Por seis semanas, um grupo de 24 atletas de vários países concordou
em tomar esteróides anabolizantes para que a investigação
fosse realizada como parte de um projeto encomendado pela revista New Scientist
e pelo canal de TV britânico Channel 4.

No começo do estudo, eles participaram de uma série de atividades
esportivas para avaliar como o seu desempenho era afetado. Os atletas foram
divididos em dois grupo. O primeiro recebeu injeções de enantato
de testosterona, um tipo de esteróide. O segundo grupo recebeu injeções
de placebo. Os cientistas que avaliaram os resultados não sabiam quem
havia recebido o quê. Como esperado, a droga melhorou o desempenho dos
atletas, mas não sem efeitos colaterais.

Entre os que tomaram os esteróides observou-se uma redução
de 20% das células NK, um tipo de glóbulo branco do sangue que
é fundamental para o sistema imunológico. Um outro efeito colateral
foi a redução da empatia dos atletas que tomaram as drogas com
outras pessoas, tornando-os menos sensíveis aos efeitos que suas ações
têm sobre os outros.

Por que alguns atletas usam drogas?

Os atletas enfrentam enorme pressão para se superarem em competições.
Eles também sabem que vencendo, poderão ganhar mais do que uma
medalha de ouro. Um atleta de elite pode ganhar muito dinheiro e fama. Além
disso, tem pouco tempo para mostrar seu melhor trabalho. Os esportistas sabem
que o treinamento é o melhor caminho para a vitória. No entanto,
têm a percepção de que algumas drogas e outros recursos
podem potencializar seus esforços e oferecer-lhes um atalho, mesmo com
risco à sua saúde e suas carreiras.

Desde a Grécia antiga, os atletas sempre tomaram alguma coisa que os
fizessem melhorar seu desempenho. No entanto, parece que o uso de drogas aumentou
nos anos 60. Um caso bastante noticiado aconteceu nas Olimpíadas de Seul,
em 1988. O teste para esteróides anabolizantes, realizado no velocista
Ben Johnson, deu positivo e sua medalha de ouro teve que ser devolvida. Os esportistas
também abusam de drogas para relaxar, para administrar o estresse ou
para aumentar a autoconfiança.

Os atletas podem ter várias razões para usar drogas. Eis algumas:

  • aumentar o volume de massa muscular e fortalecer músculos e ossos
  • aumentar o transporte de oxigênio para ativar os tecidos
  • disfarçar as dores
  • estimular o corpo
  • relaxar
  • reduzir peso
  • esconder o uso de outras drogas

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