Home PreparaçãoBanco de QuestõesPortuguês A Hora e Vez de Augusto Matraga (Conto de Sagarana), de Guimarães Rosa

A Hora e Vez de Augusto Matraga (Conto de Sagarana), de Guimarães Rosa

by Lucas Gomes

1.

(PUC) Além do coloquialismo, comum ao diálogo, a linguagem de Quim e de Nhô Augusto caracteriza também os
habitantes da região onde transcorre a história, conferindo-lhe veracidade.
Suponha que a situação do Recadeiro seja outra: ele vive na cidade e é um homem
letrado. Aponte a alternativa caracterizadora da modalidade de língua que seria
utilizada pela personagem nas condições acima propostas:

(A) Levanta e veste a roupa, meu patrão senhor Augusto, que eu tenho um novidade
meia ruim, para lhe contar.
(B) Levante e veste a roupa, meu patrão senhor Augusto, que eu tenho uma novidade
meia ruim, para lhe contar.
(C) Levante e vista a roupa, meu patrão senhor Augusto, que eu tenho uma novidade
meia ruim, para lhe contar.
(D) Levante e vista a roupa, meu patrão senhor Augusto, que eu tenho uma novidade
meio ruim, para lhe
contar.
(E) Levanta e veste a roupa, meu patrão Senhor Augusto, que eu tenho uma novidade
meio ruim, para lhe contar.

2. (PUC-SP) Segundo Antonio Candido, referindo-se à obra
de Guimarães Rosa, ser jagunço, torna-se, além de uma condição
normal no mundo-sertão, uma opção de comportamento, definindo
um certo modo de ser naquele espaço. Daí a violência produzir
resultados diferentes dos que esperamos na dimensão documentária
e sociológica, — tornando-se, por exemplo, instrumento de redenção.
— Assim sendo, o ato de violência que em A hora e vez de Augusto
Matraga
justifica tal afirmação é:

(A) seguir a personagem uma trajetória de vida desregrada, junto às
mulheres, ao jogo de truque e às caçadas.
(B) ser ferido e marcado a ferro, após ter sido abandonado pela mulher
e por seus capangas.
(C) cumprir penitência através da reza, do trabalho e do auxílio
aos outros para redenção de seus pecados.
(D) integrar o bando de Joãozinho-Bem-Bem e vingar-se dos inimigos, principalmente
do Major Consilva.
(E) reencontrar-se, em suas andanças, com Joãozinho-Bem-Bem,
matá-lo e ser morto por ele.

3. (UFOP) Sobre a A hora e a vez de Augusto Matraga, de Guimarães Rosa, assinale a
alternativa incorreta:

(A) Em A hora e a vez de Augusto Matraga, a natureza funciona como simples
cenário onde se desenrolam as ações ou como instrumento da celebração ufanista
das grandezas do Brasil.

(B) O conto narra a trajetória de um homem que trilha o penoso caminho da santidade, só atingida,
de forma surpreendente, na hora de sua morte.
(C) Os sofrimentos por que passa Nhô Augusto após a surra dos capangas do Major Consilva, são considerados
pelo protagonista uma amostra do inferno e uma oportunidade dada por Deus para que ele se dedique à
salvação de sua alma.
(D) A alegria do protagonista no duelo final com Seu Joãozinho Bem-Bem resulta da realização do
“martírio segundo sua índole”, ou seja, do auto-sacrifício na forma de luta armada.
(E) nda

4. (UNICAMP) Leia a seguinte passagem de A hora e a vez de Augusto Matraga:

O casal de pretos, que moravam junto com ele, era quem mandava e desmandava na casa, não trabalhando um nada
e vivendo no estadão. Mas, ele, tinham-no visto mourejar até dentro da noite de Deus, quando havia luar
claro.
Nos domingos, tinha o seu gosto de tomar descanso: batendo mato, o dia inteiro, sem sossego, sem
espingarda nenhuma e nem nenhuma arma para caçar; e, de tardinha, fazendo parte com as velhas corocas que
rezavam o terço ou os meses dos santos. Mas fugia às léguas de viola ou sanfona, ou de qualquer outra
qualidade de música que escuma tristezas no coração.

(João Guimarães Rosa, A hora e a vez de Augusto Matraga, em Sagarana. Rio de Janeiro: Ed.
Nova Fronteira, 1984, p.359.)

A) Identifique o casal que vive junto com o protagonista da narrativa.

B) Explique o comportamento do protagonista no trecho acima, confrontando-o com sua trajetória de vida.

C) O que há de contraditório no descanso dominical a que o narrador se refere?

RESPOSTAS:

A) O casal é formado por Quitéria e Serapião.

B) Matraga assume uma posição de penitente, como que buscando, no trabalho e na privação, uma forma de
remissão de seus atos passados e, assim, alcançar sua almejada salvação. Nesse fato, está contida a idéia
de punir-se o corpo para salvar-se a alma.

C) A contradição está no fato de, no descanso dominical, Matraga passá-lo “batendo mato, o dia inteiro,
sem sossego”, isto é, sem efetivamente descansar.

Obs.: O título do conto é A hora e vez de Augusto Matraga.

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