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Ainda falta definição sobre a formação do professor de música

by Lucas Gomes

Todas as escolas do país deverão ter aulas de música dentro
da área de artes em três anos. A obrigatoriedade do conteúdo
deve impulsionar o mercado de trabalho para os licenciados em música.

A lei nº 11.769, sancionada em agosto passado, porém, não
exige que os professores tenham formação específica na
área de música. O receio era que não houvesse número
suficiente de profissionais com essa formação -no país,
há 42 cursos para formar professores de música, com 1.641 vagas
no total, segundo o último Censo da Educação Superior,
de 2006.

Só que, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, para
dar aula na educação básica, é preciso ter licenciatura,
e essa exigência deverá ser levada em conta quando o tema for discutido
pelo CNE (Conselho Nacional de Educação).

“A lei está aí para ser cumprida e, particularmente, acho-a
muito positiva. A questão é quem vai dar a aula”, afirma
Regina Vinhaes Gracindo, conselheira do CNE. “Ainda não discutimos
a lei no conselho, mas, na minha percepção, é muito importante
que o professor seja especializado ou, se for de outra área, que tenha
uma formação continuada em música, no caso do professor
de educação artística, ou em licenciatura, no caso do músico.”

Para Gabriela Silvestri, 27, formada em 2003 pela Unesp em educação
artística com habilitação em música (hoje o nome
do curso é licenciatura em educação musical), as perspectivas
são muito boas.

“Desde a época da faculdade, nunca tive problema para conseguir
emprego. Vejo que as escolas dão bastante valor para a experiência
pedagógica. Tenho amigos que são bacharéis em música,
e a realidade deles é muito diferente. A minha opinião é
que, mesmo que a lei não exija a formação pedagógica,
vale a pena investir numa licenciatura em música porque as escolas valorizam.”

“A música desenvolve várias habilidades e é importante
ter didática e pedagogia para conseguir passar isso de forma criativa
para os alunos”, concorda Adriana Alexandre Francato, 38, professora de
música do colégio Santa Maria (zona oeste de São Paulo).

A lei não exige o ensino de música para todos os anos, e a implementação
será de acordo com a proposta pedagógica da escola ou da rede.
A Secretaria Estadual da Educação de São Paulo diz que
não deve haver mudança na rede, pois, nas aulas de educação
artística -dadas por 12.858 professores-, a música já é
contemplada.

“O objetivo não é formar músicos dentro da escola,
mas oferecer uma formação musical aos estudantes”, ressalta
Helena de Freitas, coordenadora-geral de Programas de Apoio à Formação
e Capacitação Docente de Educação Básica
no Ministério da Educação.

Fonte: Jornal Folha de S. Paulo

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