Home PreparaçãoBanco de QuestõesPortuguês Alguma poesia, de Carlos Drummond de Andrade

Alguma poesia, de Carlos Drummond de Andrade

by Lucas Gomes

1. (FUVEST) Refere-se corretamente a Alguma Poesia, de Drummond, a seguinte afirmação:

(A) A imagem do poeta como gauche revela a sua militância na poesia engajada e participante, de esquerda.
(B) As oposições sujeito-mundo e província-metrópole são fundamentais em vários poemas.
(C) A filiação modernista do livro liberou o poeta das preocupações com a elaboração formal dos poemas.
(D) O livro não contém textos metalingüísticos, o que caracteriza a primeira fase do autor.
(E) A ironia e o humor evitam que o eu-lírico se distancie ou se isole, proporcionado-lhe a comunhão com o mundo exterior.

2. (UEL) O poema que segue faz parte do primeiro livro de Carlos Drummond de Andrade, Alguma poesia, publicado em 1930, e tem como título “Cidadezinha qualquer”.

Leia o poema e assinale a alternativa correta:

Casas entre bananeiras
Mulheres entre laranjeiras
Pomar amor cantar.

Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.

Devagar… as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus.

(A) O poema denuncia de forma irônica e com uma linguagem sintética a monotonia e o tédio que predominam em pequenas cidades do interior.
(B) O poema mostra com sentimento piedoso o desajuste existencial do homem diante da vida.
(C) O poema retrata de modo triste e melancólico a desventura amorosa do poeta na cidade de Itabira, onde nasceu.
(D) Predomina no poema um sentimento de nostalgia do passado, por meio de uma linguagem muito simples e pouco elaborada esteticamente.
(E) Há no poema uma preocupação de ordem social e política que sintetiza o “sentimento do mundo” do eu lírico.

3. (FUVEST) Pode-se dizer que os poemas de Alguma Poesia filiam-se às propostas estéticas da primeira geração modernista porque:

(A) exalta-se o dinamismo da urbanidade, que possibilita uma vida mais plena e satisfatória.
(B) demonstram a preocupação do autor em abordar temas relacionados à diversidade cultural brasileira, a partir de uma ótica ingênua que pode ser chamada de “primitivista”.
(C) através do desenvolvimento de temas prosaicos, incorporam o cotidiano como matéria de poesia, idealizando-o como o âmbito dos acontecimentos e sentimentos sublimes.
(D) caracterizam-se pela brevidade e pelo espírito de síntese, já que se apresentam na forma de poemas-pílula.
(E) apresentam retratos urbanos e provincianos em que, normalmente, prevalece menos uma lógica descritiva que uma perspectiva prismática da realidade vivida e observada.

4. (FUVEST)

I.
(…)
Há máquinas terrivelmente complicadas para as necessidades mais simples.
Se quer fumar um charuto aperte um botão.
Paletós abotoam-se por eletricidade.
Amor se faz pelo sem-fio.
Não precisa estômago para digestão.
(…)

(O sobrevivente)

II
Cota zero

Stop.
A vida parou.
Ou foi o automóvel?

Sobre esses versos, extraídos de Alguma Poesia, pode-se dizer que:

(A) Os dois textos podem ser aproximados quanto ao tema (mecanização do cotidiano); entretanto, enquanto o primeiro apresenta uma visão crítica sobre o tema, o segundo faz uma apologia bem-humorada do progresso urbano.
(B) Os textos assemelham-se não apenas quanto ao tema (automatização da vida humana), mas também quanto à linguagem: ambos apresentam a brevidade e a descontinuidade sintática características de Alguma Poesia.
(C) A crítica à mecanização excessiva que caracteriza a vida moderna evidencia-se, no texto I, especialmente no emprego da antítese no primeiro verso, e, no texto II, no emprego do estrangeirismo, ou barbarismo (stop).
(D) O texto II apresenta, através de uma linguagem marcada pela concisão telegráfica, a crítica presente no texto I, uma vez que os termos zero, stop e parou indicam a total dependência da vida moderna em relação às máquinas.
(E) A máquina como assunto poético pode ser verificada nos dois textos, o que torna evidente a influência exercida, sobre o autor, da vanguarda artística conhecida como futurismo.

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