Home Vestibular Ao completar 90 anos, Primeira Guerra pode cair nas provas

Ao completar 90 anos, Primeira Guerra pode cair nas provas

by Lucas Gomes

Arquiduque Francisco Fernando (à direita) e família.

Franz Ferdinand hoje é banda pop, mas em 1914 foi o nome que deu estopim
à primeira carnificina humana em escala mundial da História. Arquiduque
herdeiro do trono da Áustra assassinado em Sarajevo (capital da Bósnia-Herzegovina),
Francisco Ferdinando teve sua vingança usada como pretexto para que uma
complexa rede de alianças políticas entre os países europeus
fosse acionada e uma máquina de guerra montada ao longo de quatro décadas
começasse a funcionar.

A Primeira
Guerra Mundial
, cujo final completou 90 anos no dia 11 de novembro, começou
para terminar com todas as guerras – repletas de colônias pela África
e Ásia, fortemente armados e com rivalidades históricas à
flor da pele, as potências européias viam o conflito como inevitável.
Foi um fracasso total: em 1918, os países que a começaram – de
um lado, França, Inglaterra e Rússia (a Tríplice Entente)
e de outro, Alemanha, Itália e o Império Austro-Húngaro
(a Tríplice Aliança) – estavam quebrados. E uma nova potência
havia surgido: os Estados Unidos.

O Corpo Expedicionário Português (CEP) foi a principal força
militar de
Portugal durante a 1ª Guerra Mundial.

A Primeira Guerra provocou a Revolução Russa, o isolamento político
americano, causou a ascensão do nazismo e as bases da grande depressão.
As conseqüências foram tão profundas que devem ser analisadas
ponto a ponto – e o vestibulando deve ficar atento a essas relações.
As universidades não se preocupam em perguntar sobre a guerra em si,
mas sobre as causas e conseqüências. Confira, então, como
a Primeira Guerra ajudou a provocar, em grande medida, os horrores da Segunda
Guerra Mundial
, entre outras conseqüências.

Revolução Russa (1917) – O descontentamento
com a guerra acelerou o fim do regime do czar e a implantação
da primeira experiência de socialismo real, por Lênin.
Já no tratado de paz, no ano seguinte, via-se um embrião da Guerra
Fria
: os países capitalistas isolaram a Rússia, que em poucos
anos se tornaria a União Soviética.

Surgimento
do nazismo
(década de 20) –
No Tratado de Paz de Versalhes,
a Alemanha foi considerada culpada pela guerra e duramente penalizada. Seu exército
foi limitado em 100 mil homens e proibido de ter tanques, aviões ou submarinos.
Boa parte das ferrovias, 10% do gado e 90% da marinha mercante teve de ser entregue
aos aliados vencedores. As regiões da Alsácia e Lorena foram devolvidas
à França e outras medidas reduziram o poder colonial alemão.
Além disso, pesados tributos foram impostos ao país.

A Alemanha entrou em crise econômica e hiperinflação. A
crise política que se seguiu criou condições para, junto
com o temor de uma revolução comunista aos moldes da russa, o
surgimento do nacional-socialismo (nazismo).

Grande Depressão (1929) – Os Estados Unidos entraram
tardiamente na guerra (1917) e saíram dela como o principal credor global.
Com a indústria intocada pelo conflito, as exportações
tornaram os EUA o país mais poderoso do mundo e o centro financeiro do
planeta. Com muito dinheiro no bolso, os americanos criaram a bolha financeira
que, em 1929, resultou na quebra da Bolsa de Nova York e na Grande Depressão,
segundo Tamanquevis.

Isolamento americano (1918-1941) – O isolacionismo era uma
doutrina americana já antes da guerra, mas consolidou-se ao final dela.
Apesar de o então presidente Woodrow Wilson ter proposto um tratado com
14 pontos que serviu de molde para a criação da Liga das Nações,
primeiro organismo multilateral mundial, os Estados Unidos se mantiveram relativamente
ausentes da diplomacia mundial. A situação perdurou até
o ataque japonês a Pearl Harbor, em 1941: dois anos depois do início
da Segunda Guerra Mundial, os americanos ainda não haviam se decidido
pelo enfrentamento ao Eixo.

Posts Relacionados