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Argentina: 10. Relevo

by Lucas Gomes


Cordilheira dos Andes, em Mendoza, Argentina

O território argentino estende-se longitudinalmente entre a cordilheira
dos Andes e o oceano Atlântico. Caracteriza-se pela variedade de paisagens
físicas resultantes da transição entre as zonas montanhosas
do oeste e as planícies do leste. A cordilheira dos Andes provém
de movimentos orogênicos (fenômenos que determinam à formação
de montanhas) do plioceno, no período quaternário. Avança
pela Argentina com montanhas elevadas, que sustentam um vasto planalto semidesértico
e cheio de depressões salinas, denominado Puna de Atacama, a três
mil metros acima do nível do mar. Situam-se nessa região setentrional
importantes maciços vulcânicos, entre os quais se destaca o Lulullaillaco,
com 6.723m, um dos cumes mais altos do continente. Na direção
leste, encontra-se a cordilheira Oriental, conjunto de serras elevadas, com
neve eterna em seus picos mais altos, e em seguida situam-se as serras subandinas,
que confinam com a província do Chaco.

Entre os Andes centrais, a oeste, e as serras de Córdoba e San Luis,
a leste, abre-se um extenso vale, separado do território chileno pela
cordilheira Principal, onde se encontram as maiores elevações,
inclusive o ponto culminante de toda a América, o Aconcágua (6.959m),
bem como os picos Mercedario (6.770m) e Tupungato (6.550m). Do paralelo 36o
em diante, na direção do sul, os Andes se estreitam e perdem altura.
Seu prolongamento na Patagônia apresenta raras elevações
acima de 3.500m, como a do monte Mellizo, junto à Laguna Grande. A leste
dos Andes e ao norte da Patagônia, estende-se uma vasta planície
de características variadas. Ao longo das bacias do Paraná e Paraguai,
localiza-se o Chaco, região subtropical e arenosa, ligeiramente inclinada
para sudeste. Em alguns pontos do nordeste (Misiones), afloram rochas areníticas
e basálticas pertencentes ao escudo pré-cambriano brasileiro.

O resto da região se acha coberto por sedimentos de diversas épocas,
como o loess (depósitos quaternários de origem glacial), rico
em calcário. A leste do Chaco, entre os rios Paraná e Uruguai,
localiza-se a planície da Mesopotâmia argentina, que não
apresenta unidade morfológica nem geológica. O principal elemento
de seu relevo é a meseta Misionera, na província de Misiones e
nordeste de Corrientes.

Entre o sopé dos Andes e o oceano Atlântico, ao sul do rio Salado
e ao norte do Colorado, situa-se o Pampa, em todos os aspectos a paisagem mais
representativa da Argentina. A vasta planície pampeana caracteriza-se
pela horizontalidade.

Compreende em sua composição sedimentar diversas eras geológicas.
Seus solos são muito ricos (loess e limos muito espessos). Embora bastante
homogêneo em sua topografia, o Pampa apresenta áreas mais onduladas,
ganha altura nas serras do Tandill e Ventana e, no vale do rio Salado, mergulha
em depressão tectônica. Abaixo do rio Negro e do golfo de San Matías,
entrando na Patagônia, já não se pode falar de planície,
mas de mesetas em que se sobrepõem sedimentos secundários e terciários
que foram igualados no fim da era glacial.

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