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Artrópodes: 3. Insetos

by Lucas Gomes

“Inseto” é uma palavra derivada do latim Animale insectum, e significa “animal segmentado”; insectum é o particípio passado do verbo insecare, que quer dizer “cortar em” (partes). Portanto, a própria palavra inseto se refere ao fato desses animais possuírem o corpo dividido em segmentos.

Os insetos formam a maior classe do Reino Animal com mais de 800 mil espécies conhecidas. Vivem espalhados por todo o mundo, desde as regiões polares até as zonas tropicais, passando por rios, mares e oceanos.

Nesta classe estão incluídos animais como besouros, pulgas, borboletas, libélulas, percevejos, entre outros. O corpo é dividido em três regiões: cabeça, tórax e abdome. Na cabeça existe um par de antenas. No tórax encontram-se três pares de apêndices locomotores e as asas, quando presentes. Nem sempre é possível distinguir claramente as três regiões do corpo.

CARACTERÍSTICAS

– simetria bilateral
– corpo segmentado (principalmente o abdome)
– heteronomia (corpo dividido em partes distintas: cabeça, tórax e abdome)
– exoesqueleto quitinoso
– 1 par de antenas – díceros
– 2 pares de asas – tetrápteros (há exceções)
– 3 pares de pernas – hexápodos
– mandibulados ectognatos
– aparelho circulatório dorsal
– sistema nervoso ventral
– ausência de epitélio ciliado

Os insetos são distribuídos por mais de 30 ordens. Um dos critérios usados para a classificação dos insetos é o número e a forma das asas. Veja algumas:

– Himenópteros – asas parecidas com membranas – aqui se incluem insetos sem asas. Entre os himenópteros temos as abelhas, vespas e formigas, cujas sociedades são complexas e muito eficientes, além do que as formigas são os animais mais fortes em proporção ao seu tamanho.
– Dípteros – duas asas, como exemplo pode-se citar a mosca e o mosquito. As moscas, mosquitos e outros membros da ordem dos dípteros (insetos com apenas um par de asas) reproduzem-se tão numerosamente que se não fosse pelos seus predadores e outros fatores limitantes, um único casal destes insetos poderia cobrir a Terra com seus descendentes.
– Coleópteros – asas formando estojo, como exemplo pode-se citar o besouro. Os coleópteros são pequenos blindados vivos.
– Ortópteros – asas retas, formando angulo reto com o corpo. Reúnem gafanhotos e grilos, que estão entre os melhores saltadores da natureza.

O desenvolvimento pode ser direto ou indireto. No desenvolvimento direto do ovo eclode um indivíduo já semelhante ao adulto, ou seja, não há metamorfose (insetos ametábolos). Existem dois tipos de desenvolvimento indireto: com metamorfose incompleta (insetos hemimetábolos) ou completa (insetos holometábolos). Na metamorfose incompleta do ovo emerge a ninfa, que se desenvolverá no adulto. Na metamorfose completa, do ovo emerge uma larva que origina a pupa, que, por sua vez, se transforma no adulto.

A METAMORFOSE

Várias espécies de insetos passam pelo processo de metamorfose antes de atingirem a forma adulta. Quando eclodem do ovo, possuem o formato de larva, criaturinhas que costumam se dedicar integralmente ao ofício de comer. Passam então pelo estágio intermediário da pupa, em geral um tipo de hibernação em um casulo, como ocorre com as borboletas, ao final da qual surge o inseto adulto.

A foto a seguir mostra os três estágios do processo de metamorfose completa:


Larva, pupa e inseto adulto

Os insetos possuem organismos simples, mas muito eficientes. Sua respiração é traqueal, com pequenas traquéias levando o oxigênio para o corpo.

SISTEMA NERVOSO

O sistema nervoso é ganglionar. Há um gânglio cerebróide bem desenvolvido e um cordão nervoso ventral, ao longo do qual há outros gânglios nervosos menores mais com alguma autonomia.

A maioria dos insetos possui um órgão timpânico localizado no 1º segmento abdominal, alguns como as esperanças, possui o tímpano localizado na base de cada tíbia anterior, outros, como machos de mosquitos pertencentes a família Culicidade, possuem receptores de som chamados órgãos de Jonhston, localizados no segundo segmento antena.

As células nervosas ou neurônios (células ganglionares), apoiadas pelas células da neuroglia, oferecem sempre o aspecto de células nervosas unipolares. O corpo celular, frequrntemente provido de um núcleo volumoso, bem como de um pescoço da célula, é carregado por substâncias de reserva típica, os chamados grânulos de tigróide. Na extremidade do pedúnculo do neurônio encontramos a substância condutora. Diferenciamos entre processos nervosos curtos que não saem do gânglio e se ramificam como uma árvore (dendritos) e processos compridos (neuritos ou axônios) que se dirigem para outros gânglios ou para o cérebro, ramificando-se apenas nas suas extremidades. Na sua trajetória, mandam braços ramificados colaterais para outros neurônios por intermédio de dendritos. Cada neurônio é unilateral, i.e., que dendritos e neuritos nunca passam de uma metade do gânglio duplo de um segmento para outra linha mediana entram em contato com as ramificações do dendrito de um neurônio do lado oposto.

CIRCULAÇÃO

Na maioria dos insetos, o “sangue” é incolor e chamado de hemolinfa. A circulação é do tipo lacunar ou aberta. O coração é dorsal e bombeia a hemolinfa para a extremidade anterior, fazendo-a atingir lacunas corporais ou hemocelas onde, lentamente, ocorrem as trocas (nutrientes por excretas) nos tecidos. Nos insetos as trocas de gases na respiração não é feito pelo sistema circulatório. O retorno da hemolinfa ao coração se dá por pequenos orifícios laterais (óstios) existentes nas paredes do órgão.

ALIMENTAÇÃO

Os insetos também têm coração. E cérebro, sistema nervoso, tubo digestivo e sistema reprodutor. Tudo isto e mais aquelas anteninhas que são órgãos sensoriais multiuso.

Quanto à alimentação, dificilmente encontraremos algo que algum tipo de inseto não coma. Há os carnívoros como o louvadeus, os vegetarianos como os gafanhotos e os onívoros, como as famigeradas baratas.

Para cada tipo de dieta, os insetos apresentam um sistema bucal apropriado, triturador para os que mastigam como os besouros, picador para os incômodos como o pernilongo, sugador para as graciosas borboletas e lambedor para as ativas abelhas.

REPRODUÇÃO

Os insetos têm sexos separados e a sua fecundação é interna. São animais ovíparos, que podem apresentar três tipos de desenvolvimento:

– Direto, sem metamorfose: desenvolvido ametábolo (a = sem, metábolo = mudança). Ex.: traça-dos-livros. Do ovo eclode um jovem semelhante ao adulto.

– Indireto, com metamorfose gradual ou incompleta: desenvolvimento hemimetábolo (hemi = meio). Exs.: gafanhoto, barata, percevejo. Do ovo eclode uma forma chamada ninfa, que é semelhante ao adulto (ou imago), mas que não tem asas desenvolvidas.

– Indireto, com metamorfose completa: desenvolvimento holometábolo (holo = total). Exemplos: Borboletas, moscas e pulgas. Do ovo eclode uma larva, também chamada lagarta, bastante distinta do adulto. Essa larva passa por um período que se alimenta ativamente, para depois entrar em estágio denominado pupa, quando ocorre a metamorfose: a larva se transforma no adulto ou imago, que emerge completamente formado. As larvas de algumas espécies de borboleta ou de mariposas produzem um casulo que protege a pupa. Depois de adulto, o inseto holometábolo não sofre mais mudas e, portanto, não cresce mais. A fase da larva pode durar de meses até mais de um ano, e a fase adulta pode durar de uma semana á alguns meses. A duração dessas fases depende da espécie.

PRINCIPAIS ORDENS DOS INSETOS
Ordem Thysanura (thysan = franja; ura = cauda) São ametábolos, pertencentes aos filamentos com cerdas na extremidade do abdome, também são ásperos e tem o corpo achatado. Exemplo: traça de livro
Ordem Odonata (odonata – dentes; indica os dentes das mandíbulas) Exemplo: as libélulas. São animais hemimetábolos; quando menores permanecem na água e quando adultos elas se tornam predadores.
Ordem Blattodea (blatta – barata) Exemplo: as baratas. São insetos hemimetábolos; as asas anteriores são resistentes e pergamináceas, seu corpo é achatado.
Ordem Isoptera (iso = igual; ptera = asas; pelo fato das asas serem bastante parecidas) Exemplo: os cupins. São insetos hemimetábolos.
Ordem Orthoptera (ortho = retas; ptera = asas) Exemplo: gafanhotos e grilos. São insetos hemimetábolos; as asas posteriores, muitas vezes são menores ou não existem.
Ordem Phasmida (phasma = fantasma) Exemplo: os bichos-pau. São insetos hemimetábolos; as asas posteriores são menores.
Ordem Phthiraptera (phthirus = piolho; a = sem; ptera = asas) Exemplo: os piolhos. São insetos hemimetábolos; ápteros; ectoparasitas de aves, mamíferos e até mesmo dos humanos.
Ordem Heteroptera (hetero = heterogêneo; pter = asas) Exemplo: são os percevejos-do-mato e barbeiros. São insetos hemimetábolos; as asas anteriores são bastante resistentes
Ordem Homóptera (homo = uniforme; ptera = asas) Exemplo: as cigarras, pulgões e cigarrinhas. São insetos hemimetábolos.
Ordem Coleóptera (coleo = estojo; ptera = asas) Exemplo: os besouros, joaninhas e carunchos. São insetos holometábolos.
Ordem Hymenoptera (hymen = membrana; ptera = asas) Exemplo: são as abelhas e formigas. São insetos holometábolos, as asas anteriores são maiores e unidas com as posteriores.
Ordem Díptera (di = duas; ptera = asas) Exemplo: são as moscas e mosquitos. São insetos holometábolos. Várias espécies são parasitas de vários animais.
Ordem Siphonaptera (siphon = tubo; a = sem; petera = asas) Exemplo: a pulga e o bicho-do-pé. São insetos holometábolos; ápteros.
Ordem Lepidóptera (lépido = escama; ptera = asas) Exemplo: são as borboletas e mariposas. São insetos holometábolos, tem quatro asas membranosas.

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