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Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna

by Lucas Gomes

1.

(UFOP) A respeito do Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, é incorreto dizer que:

(A) incorporando romances e histórias populares do Nordeste brasileiro, é um
texto cuja vinculação com os mistérios e moralidades medievais é bastante nítida.
(B) tem fortes particularidades de um metateatro, principalmente na construção
da personagem Palhaço.
(C) apresenta uma longa rubrica inicial, com precisas indicações para o diretor,
para o cenógrafo e para o sonoplasta.
(D) desprezando a cultura religiosa das personagens que habitam seu cenário,
tem um desfecho inverossímil e incompatível com o contexto que representa.

(E) é um texto estruturado com excepcional dinamismo, dado que os diálogos são
curtos e as ações muito rápidas.

2. (UFOP) Sobre a construção das personagens do Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, é
incorreto afirmar que:

(A) João Grilo, como protagonista, é um herói no sentido mais clássico do termo,
uma vez que combina peculiaridades do herói trágico (a grandeza, p. ex.) e do
herói épico (a coragem, p. ex.).

(B) o Diabo é uma alegoria que detém uma grande funcionalidade, contrastando vivamente
com Manuel e com a Compadecida.
(C) o Padeiro e sua mulher demonstram claramente que o sistema moral da sociedade
está totalmente comprometido com o sistema econômico.
(D) a Compadecida, justificando a metonímia com a qual é designada, apresenta-se
como a maior e a melhor advogada de João Grilo.
(E) o Padre e o Bispo são verdadeiras caricaturas dos maus sacerdotes, o que justifica
os traços fortes com que são compostos.

3. (UEL) As questões de 03 a 05 referem-se ao texto abaixo.

João Grilo: Ah isso é comigo. Vou fazer um chamado especial, em verso. Garanto que ela vem,
querem ver? (Recitando.)
Valha-me Nossa Senhora, Mãe de Deus de Nazaré! A vaca mansa dá leite, a braba dá quando quer. A mansa dá
sossegada, a braba levanta o pé.
Já fui barco, fui navio, mas hoje sou escaler. Já fui menino, fui homem, só me falta ser mulher.
Encourado: Vá vendo a falta de respeito, viu?
João Grilo: Falta de respeito nada, rapaz! Isso é o versinho de Canário Pardo que minha mãe
cantava para eu dormir. Isso tem nada de falta de respeito!
Já fui barco, fui navio, mas hoje sou escaler. Já fui menino, fui homem, só me falta ser mulher. Valha-me.
Nossa Senhora, Mãe de Deus de Nazaré.
Cena igual à da aparição de Nosso Senhor, e Nossa Senhora, A compadecida, entra.
Encourado, com raiva surda: Lá vem a compadecida! Mulher em tudo se mete!
João Grilo: Falta de respeito foi isso agora, viu? A senhora se zangou com o verso que eu recitei?
A Compadecida: Não, João, porque eu iria me zangar? Aquele é o versinho que Canário Pardo escreveu
para mim e que eu agradeço. Não deixa de ser uma oração, uma invocação. Tem umas graças, mas isso até a
torna alegre e foi coisa de que eu sempre gostei. Quem gosta de tristeza é o diabo.
João Grilo: É porque esse camarada aí, tudo o que se diz ele enrasca a gente, dizendo que é falta
de respeito.
A Compadecida: É máscara dele, João. Como todo fariseu, o diabo é muito apegado às formas
exteriores. É um fariseu consumado.
Encourado: Protesto.
Manuel: Eu já sei que você protesta, mas não tenho o que fazer, meu velho. Discordar de minha
mãe é que eu não vou.
(…)
Fonte: Auto da Compadecida. 15 ed. Rio de Janeiro: Agir, 1979.

A obra “Auto da Compadecida” foi escrita para o teatro:

a) Por João Cabral de Mello Neto e aborda temas recorrentes do Nordeste brasileiro.
b) E seu autor, Ariano Suassuna, aborda o tema da seca que sempre marcou o Nordeste.
c) Pelos autores do ciclo armorial, abordando temas religiosos e costumes populares.
d) Por Ariano Suassuna, tendo como base romances e histórias populares do Nordeste brasileiro.
e) Por João Cabral de Mello Neto e aborda temas religiosos divulgados pela literatura de cordel.

4. Ao humanizar personagens como Manuel e a Compadecida, o autor pretende:

a) Denunciar o lado negativo do clero, na religião católica.
b) Exaltar o sentimento da justiça divina ao contemplar os simples de coração.
c) Mostrar um sentimento religioso simples e humanizado, mais próximo do povo.
d) Retratar o sentimento religioso do povo nordestino, numa visão iconoclasta.
e) Fazer caricatura com as figuras de Cristo e de Nossa Senhora.

5. Com base no texto e nos seus conhecimentos sobre a obra, as personagens João Grilo e Chicó
identificam-se com:

a) Os bobos da corte da Idade Média.
b) Os palhaços dos circos populares.
c) As figuras de arlequim e pierrô da tradição romântica universal.
d) Tipos humanos autenticamente brasileiros.
e) Figuras lendárias da literatura popular nordestina, semelhantes a Lampião e Padre Cícero.

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