Home EstudosSala de AulaBiografias Carybé

Carybé

by Lucas Gomes

Hector
Julio Páride Bernabó, Carybé, nasceu a 9 de fevereiro de
1911, em Lanús, subúrbio de Buenos Aires, Argentina, sendo hoje
brasileiro naturalizado. Fez os estudos primários em Gênova e Roma
e os secundários no Rio de Janeiro, onde esteve pela primeira vez em
1930. Depois de ter viajado demoradamente pela América do Sul (Argentina,
Paraguai, Bolívia, Peru) desenhando ou expondo, fixou-se em 1950 na Bahia,
onde vive presentemente com sua esposa e dois filhos.

Recebeu o apelido de Carybé (nome de um peixe de água doce pelo
qual é internacionalmente conhecido) na época em que era escoteiro,
porque esse era o nome de sua barraca de acampamento.

Suas obras, tanto pinturas como desenhos, esculturas e talhas, refletem a chamada
baianidade, através da representação do cotidiano, do folclore
e de suas cenas populares. Em 1955, foi escolhido como o melhor desenhista nacional
na III Bienal de São Paulo.
Inspirado pela cultura afro-brasileira, no início da década de
1970 dedicou-se a fazer talhas que focalizavam seus rituais e orixás,
em obras como Festa de Nanã, Alá de Oxalá,
Ajerê e Pilão de Oxalá.

Em seus desenhos e aquarelas, predominam a cor sépia, como no álbum
Sete portas da Bahia. Além desses trabalhos, destacou-se pela criação
de murais, hoje expostos em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Montreal,
Buenos Aires e Nova York.

Também fez ilustrações de obras literárias, como
Macunaíma, de Mário de Andrade, O sumiço da santa, de Jorge
Amado.

Exibiu seus trabalhos em mostras coletivas e individuais desde 1940. Entre elas,
destacam-se as realizadas no Museu Municipal de Buenos Aires e nas galerias
Nordiska, Amalta e Viau, na Argentina; na Galeria Oxumaré, em Salvador;
no Salão Nacional de Arte Moderna, no Rio; e na I Bienal Nacional de
Artes Plásticas da Bahia.

Freqüentador assíduo dos terreiros de candomblé baianos,
embora dissesse não acreditar na vida após a morte, faleceu, no
dia 1º de outubro de 1997, no terreiro Ilê Axé Opô Afonjá,
depois de sofrer um enfarte.

Recebeu os seguintes prêmios e títulos:

1943 – 1° prêmio no Salon de Acuarelistas y Grabadores, Buenos
Aires
1954 – Medalha de bronze no 4º Salão Bahiano de Belas-Artes, Bahia
1955 – 1° prêmio de desenho na 3ª Bienal de São
Paulo
1963 – Título de Cidadão, Salvador
1973 – Medalha de ouro na 1ª Exposição de Belas-Artes
Brasil – Japão, Tóquio, Atami, Osaka
1976 – Cavaleiro Grão-Mestre da Ordem do Mérito da Bahia
1977 – Honra ao Mérito Espiritual no Culto Afro-Brasileiro Xangô
das Pedrinhas, Magé, Rio de Janeiro
– 3º Concurso Nacional de Artes Plásticas, Caixa Econômica
de Goiás, Goiânia
1980 – Menção Honrosa da Gazeta da Bahia Turismo
1982 – Doutor Honoris Causa da UFBA, Salvador
1984 – Comenda Jerônimo Monteiro, Vitória Possui obras nos
seguintes museus:
– Museum of Modern Art, Nova lorque, EUA
– Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Portugal
– Museu de Arte Moderna de São Paulo
– Museu de Arte Moderna da Bahia
– Museum Rade, Oberalster, Hamburgo, Alemanha
– Museu de Manchete, Rio de Janeiro
– Museu de Arte Contemporânea, Lisboa, Portugal
– Fundação Raymundo de Castro Maya, Rio de Janeiro.

Ilustrou obras de importantes autores da literatura universal, tais como Jorge
Amado, Gabriel Garcia Marques, Rubem Braga e outros. Realizou roteiro gráfico,
direção artística, cenografia e figurinos para teatro e
cinema.

Conheça
as obras do artista

Posts Relacionados