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Os Incas: 4. A hierarquia

by Lucas Gomes


Inperador Inca, o “filho do sol”Estado teocrático

O imperador Inca era considerado um deus, por isso era obedecido pelos seus súditos.

O Estado incaico era teocrático porque o imperador, o Inca, era reconhecido como o filho do sol, o deus
mais importante. Um conselho de nobres e sacerdotes, chamados de orelhões e pertencentes à família real,
assessorava o Inca nas tarefas do governo.

Cada vez que morria um Inca, havia uma guerra civil entre os pretendentes ao trono: filhos do imperador
falecido, irmãos, sobrinhos e membros de outras famílias. O vencedor era proclamado Inca e deveria voltar a
restituir a ordem, depois da anarquia em que se encontrava o estado antes de assumir o Império.

A partir daí, os sucessivos Incas passaram a ter o costume de formar uma linhagem própria, chamada de
panaca. Cuzco contava com uma dúzia de panacas. Os parentes do Inca falecido, menos o filho que lhe
sucedia, formavam uma panaca e gozavam das propriedades que o falecido havia adquirido durante a sua vida.
Ao assumir, o novo Inca era considerado huacho ou pobre, mas através do exercício do poder voltava a
acumular vários bens.

As funções do Inca eram muitas e variadas. Dirigia o governo, às vezes a guerra, mandava construir cidades
e celebrava matrimônios. A cada ano ele devia abrir os campos com um bastão de ouro para devolver a
fertilidade, e varrer as doenças quando chegava a época de chuvas.

Diz-se que o Inca Pachacutec teve que ir pessoalmente a Arequipa para apagar um vulcão em erupção com bolas
de argila molhada em sangue de lhama.

Exército

A grande expansão do Império foi possível graças à cuidadosa organização da força militar. Todo inca entre
25 e 50 anos tinha a obrigação de servir o exército. As maiores autoridades eram sempre membros das panacas
nobres de Cuzco, e a chefia suprema do exército era do próprio Inca, que podia delegar a função a um de
seus generais ou parentes próximos.

Paralelamente a este exército, formou-se um grupo de militares de profissão, inclusive em níveis médio e
baixo da tropa, recrutados especialmente entre certas etnias derrotadas e logo incorporadas a esta tarefa.

A ação militar era iniciada com um desfile para impressionar o adversário. Os soldados marchavam com seus
distintivos. O general ia em sua liteira e levava em sua mão o emblema de sua autoridade. À vista do
exército inimigo, era feito o alarde. O general ou o Inca revistava suas tropas enquanto soavam
instrumentos musicais. Logo depois vinha o sermão e finalmente o ataque.

O poder do exército inca tinha dois elementos: a administração e a disciplina. Para facilitar o
deslocamento de seus exércitos, os incas construíram uma vasta rede de caminhos. Ao longo destes caminhos,
as tropas em campanha podiam parar para descansar e para trocar animais e armas. A disciplina era muito
rígida. Não era permitido que um soldado abandonasse a formação nem mesmo durante a marcha de aproximação.

Caminho do Inca

Os Incas são considerados excelentes engenheiros de estradas. Os caminhos que eles construíram se estendiam
em todos os sentidos do Império, constituindo uma rede de 40.000 km de comprimento.

Havia dois grandes caminhos que iam de norte a sul. Um pela costa e outro pela parte alta das serras, do
Equador ao Chile e o norte da Argentina. Uma rede complexa secundária penetrava selvas, vales, e subia em
alguns casos, até 500 metros de altura.

Como os Incas não usavam veículos, bastava uma superfície que permitia transitar comodamente homens e
lhamas. Os caminhos eram os mais retos possíveis para que os viajantes e os correios ganhassem tempo. É por
isso que com freqüência eles subiam as ladeiras das montanhas em grandes escadas ou cruzavam rios com
pontes feitas de pedra ou sogas fortes.

O caminho do Inca era muito mais do que uma simples via que unia as diferentes cidades, geografias e
ecossistemas do Império. Ele representava a presença simbólica do poder e autoridade do Estado inca, cujo
uso era exclusivo de seus membros.

Além disso, ele facilitava o pagamento de tributos, que era obrigatório a todos os habitantes, e o
transporte da população que estava forçada a realizar trabalhos individuais em benefício do estado, curacas
e sacerdotes.

Por último, ele agilizava o deslocamento do exército e através de suas conquistas,
a imposição das leis, crenças religiosas e da língua oficial incaica a quase uma
centena de povos.

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