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Claude Monet

by Lucas Gomes

Pintor
francês, tido como o maior expoente do Impressionismo. Durante muito tempo
Monet foi considerado, como Cézanne observou, “meramente um olho,
mas que olho”, traduzindo para as telas as imagens diante dele. Cézanne
foi um pintor intelectual, criador de uma teoria que se tornou a base da arte
moderna; quando ele chamou Monet de “meramente um olho”, não
quis dizer o olho mundano através do qual a maioria de nós vê
o mundo. O olho de Monet era o olho de um pintor, um olho com uma mente criativa
por detrás, interpretando a realidade aparente e colocando-a no contexto
das idéias do pintor, criando assim uma nova visão para o espectador.

A abordagem do mundo por Monet seguia linhas venezianas em vez de florentinas:
ele interpretava o mundo através da cor e não do desenho. Seus
ancestrais são Ticiano e Claude, e não Michelangelo e Poussin.
Como seus predecessores, Monet descobriu que a cor tem suas próprias
razões, assim como o desenho, a cor rompe as nítidas exigências
da linha. Monet buscava a verdadeira realidade por trás da aparência
visual esticando a cor até seu limite e procurando, na própria
natureza, aquelas nuanças significantes que expressam a realidade do
mundo.

Claude Oscar Monet nasceu em Paris, no dia 14 de novembro de 1840. Seu pai era
comerciante de secos e molhados e queria que o filho tivesse uma profissão.
O destino decidiu o contrário. Quando Monet estava com cinco anos, a
família se mudou para Le Havre, um agitado porto marítimo na desembocadura
do Sena, perto das espetaculares rochas brancas de Etretat e Fécamp.
O jovem Monet ficou excitado com o movimento das embarcações e
com os variantes humores do mar – eles atraíam seu temperamento naturalmente
volátil e sentimental.

No final da adolescência, ele conheceu Eugène Bodin, pintor que
tinha uma loja de pigmentos em Honfleur. Bodin viu alguns desenhos do jovem
Monet e o encorajou a pintar e, o que é mais, a pintar ao ar livre, método
não muito comum numa época de pintores de ateliê.

Entusiasmado com a idéia de ser pintor, Monet foi para Paris, ingressando
na Académie Suisse e no estúdio Gleyre. Ambos os lugares eram
sementeiras para novas gerações de pintores e ali Monet conheceu
Bazille, Pissaro, Renoir, Sisley e outros, os dois últimos se tornara
seus amigos para o resto da vida.

Em 1870, Monet casou-se com Camille Doncieux e os dois foram para Trouville
passar a lua-de-mel. De lá, Monet foi até Le Havre e, por motivos
que ninguém soube explicar, mas que provavelmente estavam relacionados
com o medo de ter que se alistar no exército francês, viajou para
a Inglaterra no início da Guerra Franco-Prussiana. Sua mulher teve que
ser resgatada por Boudin e enviada depois dele.

Em Londres, para onde Pissaro também fugira, Monet pintou suas primeiras
cenas londrinas. Terminada a guerra, ele e a mulher voltaram para a França,
em 1872, e fixaram residência perto de Paris, à beira do Sena,
em Argenteuil. Ali, Monet iniciou um fértil período de pinturas
e discussões sobre arte com seus amigos Renoir, Manet e Sisley. Em 1878,
mudou-se novamente para a vizinha Vétheuil. Foi ali que Monet fez amizade
com um rico negociante, Ernest Hoschedé e sua esposa, Alice, que se tornaram
admiradores de seus quadros. Quando os negócios de Hoschedé foram
abaixo, ele desapareceu deixando a mulher e os filhos com Monet.

No ano seguinte, sua amada esposa Camille, morreu de tuberculose meses depois
de ter dado à luz o seu segundo filho. Monet registrou o seu leito de
morte em um quadro extraordinário. Depois da morte de Camille, o inquieto
Monet fez várias viagens à Riviera francesa e à italiana,
à Normandia e à costa atlântica da França. Onde ia,
pintava, mas não estava contente com o seu trabalho. Temas diferentes
não eram a resposta; o importante era a pintura em si, o significado
da realidade através da cor.

Monet acabou voltando para o campo perto de Paris, alugando e depois comprando
uma casa em Giverny onde começou a plantar um jardim onde pudesse pintar.
Em 1891, começou a sua famosa série de montes de feno nos campos
circunvizinhos, em todas as épocas do ano e condições climáticas.
Um ano depois, começou a sua igualmente famosa série de quadros
da Catedral de Rouen. Ao mesmo tempo, pintou várias vezes o seu jardim
em Giverny.

Alice Hoschedé já compartilhava da vida de Monet há alguns
anos: as cartas que lhe escreveu sobre as excursões para pintar, e sobre
seus medos e esperanças, dão uma visão maravilhosa da mente
do artista. Quando o marido dela morreu, em 1892, Alice e Monet se casaram.

Monet entrou numa fase feliz e produtiva da sua vida. Seus trabalhos foram aceitos
pelo Salão Oficial e não lhe faltava dinheiro. Viajava para a
Noruega, Veneza, Londres, mas seu lar, tanto doméstico quanto artístico,
era em Giverny.

A morte de Alice, em 1911, deixou-o só e desolado, e ele estava tendo
dificuldades para enxergar. Depois de uma operação de catarata,
e usando óculos especiais, pôde continuar trabalhando e foi incentivado
por Georges “Tigre” Clemenceau a terminar a grande série de
nenúfares que o governo francês adquiriu. Embora aclamado como
um grande pintor fanês, o próprio Monet, como a maioria dos artistas,
jamais sentiu ter alcançado a perfeita realização de suas
idéias. Morreu no dia 6 de dezembro de 1926.

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as obras do artista

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