Home Vestibular Confira a resolução das provas da 2ª fase, aplicadas até esta 3ª feira

Confira a resolução das provas da 2ª fase, aplicadas até esta 3ª feira

by Lucas Gomes

A Unicamp aplicou no último domingo, 10/01, provas de português
e biologia, cada uma com 12 questões dissertativas. E nesta segunda-feira
foram aplicadas as provas de química e história. O grau de dificuldade
da prova do primeiro dia foi considerado médio para difícil por
professores de cursinhos. A prova de química foi considerada difícil
pela maioria dos professores de cursinho. No caso de história, as questões
tinham grau de dificuldade de médio para difícil. Quanto à
prova de física, apesar de considerar bem elaborada, o supervisor de
física do curso Anglo, Ronaldo Moura de Sá, aponta um erro no
enunciado da questão 6 da matéria. “A fórmula dada
foi Fn= N(v/L), mas a correta é Fn= N(v/2L)”, diz. Segundo ele,
a hipótese mais provável é que a banca aceita que tiver
usado a fórmula dada e também a resolução de quem
tiver feito com a fórmula correta, já que o aluno estudioso deve
conhecê-la.

Segundo o professor do curso Etapa, Marcelo Monte Forte da Fonseca, não
se trata de um caso para anulação. “Acredito que os examinadores
vão considerar as duas respostas”, disse.

A coordenação da Comvest, que realiza o vestibular, informou
na noite desta terça que já entrou em contato com a banca examinadora
de física para analisar se há alguma inconsistência na questão
6. No entanto, a resposta sobre a decisão tomada só deve ser divulgada
nesta quarta-feira.

> Veja a correção:
dia
|
dia
|
dia

> Confira
errata relacionada à questão de Física (nº 6)

Veja os comentários por matéria:

Biologia

“A prova foi bem feita e teve nível de dificuldade entre médio
e difícil, como é a tradição da Unicamp”,
opinou o professor do curso Objetivo, Constantino Carnelos. O defeito da prova
foi ter sido longa, em sua opinião. “As 12 questões tiveram
dois subitens. Dessa forma, na realidade, a prova a teve 24 perguntas. O tempo
talvez tenha sido o maior problema para o aluno”. Ainda segundo ele, o
exame foi abrangente, objetiva e sem pegadinhas.

O professor Edson Futema, do curso da Poli, concorda em relação
ao grau de dificuldade e com o fato de a prova ter sido longa, abrangente e
objetiva. “Como o exame cobrou os principais assuntos, foi possível
avaliar bem os alunos”.

“Foi uma das únicas provas, entre os vestibulares, muito bem feita.
Não teve nada de difícil, a maioria das questões foram
tradicionais. Certamente vai selecionar bem os candidatos”, opinou Ângelo
Pavone, professor do curso Etapa. O professor disse, ainda, que a presença
de muitos gráficos foi um fator que ajudou os candidatos a interpretar
as questões. Assim como seus colegas, ele também considerou o
exame longo. “Mas provas longas são tradição da Unicamp.
Já houve provas anteriores com três ou quatro subitens em cada
questão”.

Armênio Uzunian, do Anglo, também avaliou a prova como exigente
e bastante complexa. De acordo com ele, o conteúdo foi abrangente e foram
cobradas botânica, ecologia, biologia celular, genética e evolução,
zoologia e fisiologia animal.

Português

O professor Roberto Gonçalves Juliano, do curso da Poli, disse que havia
um certo grau de dificuldade no vocabulário utilizado nos enunciados
das questões da prova de português. “O aluno precisava dominar
bem a língua e ter bagagem cultural. Caso contrário, não
conseguiria responder a algumas das questões, como a de número
7”, avaliou.

Para a professora do Etapa, Célia Passoni, a prova foi semelhante à
do ano passado. “É um exame que trabalha com gêneros diferentes:
propaganda, quadrinhos, linguagem metafórica. Fez, inclusive, uma crítica
interessante ao acordo ortográfico em uma das questões”,
disse. Em sua opinião, a prova foi clara, objetiva e relativamente fácil.
“Como a prova estava longa, o tempo para uma leitura ideal talvez não
tenha sido suficiente”.

“Estava bem elaborada e dentro do padrão da Unicamp. Acredito
que duas horas seriam suficientes para responder a parte de português”,
opina Nelson Dutra, professor do curso Objetivo. Para ele, o grau de dificuldade
foi de médio para difícil. Segundo o professor, neste ano, os
textos apresentados foram um pouco mais curtos do que em vestibulares anteriores.

Para Eduardo Lopes, professor de gramática, texto e redação
do Curso Anglo, as seis questões de gramática tiveram nível
de dificuldade de médio para alto. “Foi um grau habitual ao da
Unicamp de anos anteriores”, avalia. Na opinião dele, porém,
houve uma sobrevalorização do texto publicitário, presente
em três questões. “Outras duas tinham tiras de história
em quadrinhos. Faltou pluralidade dos gêneros textuais.”

História

Nessa prova, a parte de história geral dominou: foram 7 das 12 questões.
Entre elas, predominaram as da parte contemporânea, segundo Lucas Kodama
Secco, professor do Anglo. “Foram cobradas três dessa fase, uma
de história antiga, duas de média e uma de moderna. Os temas também
eram clássicos”, diz. Ele ressalta que o exame exigiu muita interpretação
de texto.

Fábio de Sá Cavalcanti, do Cursinho da Poli, ressalta que a prova
foi clássica e abordou aspectos da história geralmente aprendidos
em qualquer curso de história. História moderna e contemporânea.
“Para aqueles que não têm conhecimento específico,
o tempo foi curto para a prova, que teve nível de médio para alto.”

Para Antônio Carlos da Costa Ramos, professor do curso Etapa, a prova
de história teve nível médio de complexidade, foi bem elaborada,
porém, trabalhosa. “Exceto nas questões 16 e 17, não
era preciso ter conhecimento histórico para responder os primeiros itens
das questões. Bastava ler o texto apresentado”, avalia. Ainda segundo
Ramos, o exame cobrou conteúdo de todos os períodos históricos.

Na opinião do professor Daily de Matos Oliveira, do Objetivo, a prova
foi complicada pela extensão e quanto ao conteúdo exigido. “Todos
os itens ‘a’ eram bastante simples, basicamente bastava reproduzir
informações do texto. O problema estava nos itens ‘b’.
Praticamente todos tinham grau de dificuldade elevado”, opina. Em algumas
questões, como na 16, o conteúdo exigido não é discutido
no ensino médio. “Além de muito conteúdo, a prova
exigiu habilidade redacional”, finaliza. Daily também considerou
que o tempo dado aos candidatos para resolver a prova foi “apertado”.

Química

Para o professor João Usberco, do Anglo, a prova foi bem abrangente
e contextualizada, só que muito trabalhosa e com bastante cálculo.
“Para o pessoal de humanas, foi uma prova muito difícil. Para quem
é de exatas, o nível foi de médio para alto.” Na
opinião dele, a prova, que cobrou questões de radioatividade,
pH, eletroquímica, química orgânica (polímeros) e
aquecimento global, estava mais difícil do que em anos anteriores.

Marcio Ferreira de Novaes, professor de química do Cursinho da Poli,
discorda. Segundo ele, a prova foi mais simples do que em anos anteriores. “As
respostas de alguns itens estavam no próprio enunciado.”

Édison Camargo, professor do curso Etapa, considerou que 75% das questões
eram difíceis. “Não foi uma prova de química tradicional.
Baseada em artigos da revista Fapesp [Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo], se tratou de uma prova moderna e que
ajuda o indivíduo a entender a química usada na indústria,
no meio ambiente e na saúde”, avaliou.

O professor do curso Objetivo, Alessandro Nery, considerou o exame difícil
e trabalhoso. As questões tinham partes de textos da revista da Fapesp
(Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São
Paulo), lembrou, e então os candidatos precisavam interpretar os enunciados.
“Não se tratou de uma prova de química de laboratório”,
disse. “Em duas questões, quem não resolvesse o item ‘a’
não conseguiria fazer o ‘b’”, acrescentou. Ainda conforme
o professor, o enunciado da questão 4 tinha um problema de interpretação.

Física
Na opinião de Ronaldo Moura de Sá, supervisor de física
do Anglo, a prova foi bem abrangente e abarcou praticamente todos os temas da
disciplina. Ele ressalta, porém, o erro na questão 6, que trouxe
uma fórmula errada.

“A prova foi fácil, o tempo era suficiente e cobriu todo o conteúdo.
Não havia contas horrorosas”, avalia o professor do curso Objetivo,
Caio Sérgio Calçada. Ele também apontou o erro na questão
6. “No lugar do ‘L’ teria de estar ‘2L’”,
disse. “Evidentemente o aluno vai usar a fórmula e sua resposta
vai ser o dobro do que teria que dar fisicamente. O examinador vai ter que aceitar
essa resposta, já que foi ele quem errou”. Ainda de acordo com
o professor, é possível que alguns alunos tenham percebido o engano
e utilizado a fórmula correta. “Ou então o examinador anulará
a questão”, avalia. Em sua opinião, a questão 10
apresentava dificuldade de interpretação.

Para o professor do curso Etapa, Marcelo Monte Forte da Fonseca, o grau de
dificuldade do vestibular foi igual ao do ano anterior. “Não foi
uma prova fácil, só não apresentou surpresas”, disse.
“Os enunciados longos e contextualizados exigiam capacidade de interpretação.
É o perfil de aluno que a Unicamp busca. As soluções em
si eram relativamente simples”. Fonseca também comenta sobre o
erro na fórmula da questão 6: “acredito que os examinadores
vão considerar as duas respostas”, disse.

Fonseca fez mais uma observação: na questão 3, duas constantes
físicas diferentes foram ‘batizadas’ com o mesmo nome, o
que poderia levar algum aluno mais desatento a cometer alguma confusão.
“Não é nada grave, porém foi uma imperfeição”,
avaliou.

Geografia

Para Reinaldo Scalzaretto, do Anglo, a prova de geografia foi muito boa e
exigente. “O grau de dificuldade foi mais alto do que o do processo seletivo
anterior”, disse. De acordo com ele, o conteúdo foi abrangente
e ficou equilibrado entre geografia do Brasil, geografia geral e geopolítica.

Diferentemente de outros anos, a prova de geografia foi direta e exigia respostas
curtas. “Não foi trabalhosa e exigiu domínio de conceitos
bem tradicionais. Achei bem elaborada”, opina Vera Lúcia da Costa
Antunes, professora do curso Objetivo. Ainda segundo a professora, o exame teve
grau de dificuldade médio porque exigia muita capacidade de interpretação.
O tempo não foi problema. “Era possível fazer essa prova
em duas horas”, disse.

“Acho que a Unicamp manteve seu padrão de provas: inteligente,
versátil e explorou o uso de mapas, gráficos, imagens e textos
em prosa e poesia. Em algumas questões a resposta estava, inclusive,
na própria pergunta”, disse o coordenador de geografia do curso
Etapa, Omar Fadil. As questões 19 e 22 são exemplos do que ele
falou. De modo geral, em sua opinião, a prova teve grau médio
para baixo em relação à complexidade. “Houve apenas
um ponto fora da curva: a questão 21 abordou um tema que não é
comum de ser discutido em sala de aula”. Para o professor, o tempo dado
também era suficiente para responder as perguntas.

Vagas

Neste ano, o vestibular da Unicamp teve número recorde de inscritos:
55.484 candidatos, que vão disputar 3.444 vagas em 66 cursos da Unicamp
e dois cursos da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
(Famerp).

Posts Relacionados