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Diego Rivera

by Lucas Gomes

Diego
María Concepción Juan Nepomuceno Estanislao Rivera y Barrientos
Acosta y Rodríguez nasceu em 8 de dezembro de 1886, em Guanajuato, ao
norte do México. Filho de Diego de la Rivera, um intelectual de idéias
liberais dedicado à docência. Começou a desenhar desde a
mais tenra idade. Em 1892 a família Rivera Barrientos mudou-se para a
Cidade do México. Diego foi matriculado em um colégio religioso,
cuja disciplina fez estourar sua rebeldia anticlerical, já com tão
pouca idade. Em 1896 Diego assiste a aulas noturnas de Artes Plásticas
na Academia de São Carlos, na Cidade do México, na qual teve a
sorte de encontrar entre seus mestres, artistas como José María
Velasco, Félix Parra y Santiago Rebull.

Em 1902 desligou-se da Academia e seus cânones classicos, cujas metas
englobam temas da mãe pátria Espanha e membros da burguesia mexicana.
Preferiu trilhar outros caminhos escolhendo temas populares indígenas
e suas cores tropicais e formas mais livres e desconcertantes, pelo que foi
duramente criticado.

Além disso, sua vocação de ativista o conduzia a participar
de manifestações, tumultos e protestos estudantis.

Discípulo de José María Velasco, pintou figuras e paisagens
tais como La Hera e La Castañeda. Sua primeira exposição
foi em 1906, na mesma Academia de São Carlos, em que seu talento tornou-se
evidente, resultando em uma bolsa de estudos para a Espanha. Participou de uma
exposição de pintura moderna organizada pela revista Savia Moderna.

Embarcou para Madrid em 1907. Estudou no atelier de Eduardo Chicharro, um moderno
realista espanhol. Viajou pela Europa. Em Paris conheceu o cubismo, o pós-impressionismo
e o estilo naïf de Henry Russeau.

Em 1908 visitou a Espanha, onde fez amizade com a liderança da avant-garde
espanhola, os irmãos Baroja, Ramón del Valle-iclán e María
Gutierrez B. Passou uma temporada em Ávila, onde pintou importantes quadros.

Em 1909 quando foi para a França conheceu a jovem artista Angeline Beloff,
que se tornou sua esposa.

Estudou com o pintor Victor Octave Guillonet. Expôs na Societé
des artistes independants.

Voltou ao México, ainda antes da revolução, quando expôs
na Academia de São Carlos, comemorando o centenário da independência.

Em 1911 foi finalmente morar em Paris com a jovem artista russa, Angeline Beloff.
O ano que marcou sua transição para o cubismo foi 1913. Expôs
no Salon D’automne e na Gallerie Bernheim-jeune, na exposição
do Groupe Libre, e em 1914 expôs seus quadros cubistas na Societé
des Artistes Independants.

Conheceu Picasso, com quem conversou longas horas sobre o cubismo. Conheceu
Juan Gris e adotou algo de sua linguagem.

Durante a Primeira Guerra Mundial, em 1915, expôs seus trabalhos feitos
na Espanha em uma exposição coletiva em Madrid, ” Los pintores
integros “, organizada por Gomez de la Serna. Retornou a Paris com Angeline
e conheceu Marevna Vorobieva.

Em 1916 expôs na Modern Galery of NY e nasceu Diego, seu filho com Angeline
Beloff. Construiu ” la chose “, um aparelho ótico que permitia
esboçar quadros cubistas através de refrações.

Em 1917 rompe com o cubismo, volta ao figurativismo. Estudou Ingres e Cezanne.
Conheceu Elie Faure, início de uma longa amizade. Morre seu filho Diego
Rivera Beloff.

Pinta sob influencia de Cezanne, em 1918 e em 1919, participa de uma exposição
de pintura figurativa clássica em Paris sofrendo críticas dos
cubistas. Encontrou com David Alfaro Siquieros, e nasce Marika, filha de Marevna
Vorobieva e Diego.

Em 1920 teve um relacionamento amoroso com Elen Fischer. Ficou extasiado com
a qualidade sensual de Renoir. Foi para a Itália estudar a arte Renascentista.

Em 1921 deixou Paris e Beloff e voltou ao México definitivamente, decidido
a criar um estilo pictorial nacional. Alvaro Obregón assumiu a Presidencia
da República. Conheceu Jose Vasconcelos com quem viajou pelo México
fazendo pesquisas em sítios arqueológicos em Yucatán, Jalisco
e Puebla.

Conheceu Lupe Marín. Queria produzir obras que pudessem ser vistas por
todos e que fossem de todos e não só de um milionário abastado,
daí surgiu a idéia de pintar murais em locais públicos,
iniciando em 1922 com seu primeiro mural, La Creacion , no anfiteatro
Bolívar, da Escuela Nacional Preparatória, marcando uma nova interpretação
de suas experências européias.

Nessa escola estudou Frida Kahlo, a quem conheceu admirando seu trabalho e com
quem se relacionou até o fim da sua vida. Ela também se tornou
uma famosa pintora, porém não de grandes murais mas de retratos,
principalmente auto-retratos.

Exaltou o nascimento de uma futura cultura universal, na qual se fundiriam harmoniosamente
elementos europeus e americanos: um novo mundo surgido do encontro pacífico
das diferentes raças e culturas. O resultado foi uma forma de expressão
revolucionária através da pintura.

Casou-se com Lupe Marín. Começou o mural na Secretaria de Educação
Pública (SEP) – Tierra Fecunda. Ingressou no Partido Comunista
Mexicano. Viajou para Tehuantepec, cuja beleza do povo e do lugar impressionou
enormemente o artista.

Em 1923 participou da criação do Sindicato dos Artistas Revolucionários
do México. Os murais da SEP tinham uma temática de Tehuantepec,
uma prova do apreço que o artista também tinha por Vasconcelos,
um nativo do lugar.

Em 1924 nasceu Lupe Rivera Marín. A renuncia de Vasconcelos interrompeu
os trabalhos na SEP. A imprensa atacou os murais da Escola Preparatória
, e grupos de estudantes, instigados por partidos conservadores atacaram e desfiguram
os murais de Orosco e Siquieros. Os trabalhos pararam na SEP. Rivera estabeleceu
boas relações com o novo ministro da educação, J.M.
Puig Casauranc. Começou novos murais na Escola Nacional de Agricultura
em Chapingo. Em 1925 retomou os trabalhos na SEP, começou a pintar na
Escuela de Agricultura de Chapingo.

Em 1926 nasceu sua filha Ruth. Em 1928 viajouà União Soviética
para assistir ao aniversário da revolução. Rompeu com Lupe
Marín, terminando um tumultuado casamento.

Foi apresentado oficialmente a Frida Kahlo em uma festa de sua amiga e fotógrafa
Tina Modotti. Em 1929 foi nomeado diretor da Academia de San Carlos, em cujas
propostas de mudanças foi criticado por conservadores. Começou
a pintar o mural da história do México no Palacio Nacional.

Em 22 de agosto casou-se com Frida em Coyoacán. Foi expulso do Partido
comunista por sua desobedência e amizade com Leon Trotsky. Em 1930 demitiu-se
do cargo de diretor da Academia. Viajou a São Francisco, para expor uma
grande retrospectiva no California Palace of Legion of Honor. Começou
a pintar Allegory of California no Luncheon Club de San Francisco.

Nelson Rockfeller o contratou para decorar o lobby do RCA building no Rockfeller
Center em New York, então em construção. Em 1933 pintou
o rosto de Lênin no mural El hombre en una encruzilhada, do Rockfeller
Center em NY. Tentraam convencê-lo a substituir o personagem e ele se
negou. O contrato foi desfeito, o mural foi destruído, e o pagaram assim
mesmo. Esse dinheiro ele distribuiu a artistas pobres de New York.

Realizou a pintura de 21 afrescos na New Workers School of New York.

Retornando ao México em 1934 pintou outra versão de El hombre
en una encruzilhada
, no Palacio de Bellas Artes de México. Em 1936
Rivera recebeu um pedido para intermediar uma solicitação de asilo
político a Leon Trotsky, o que o faz junto ao Presidente Lázaro
Cárdenas, obtendo-o. Em 1937 Leon e Natália Trotsky são
recebidos na casa azul de Coyoacán, propriedade de Frida.

André e Jacqueline Bretón chegaram no Mexico em 1938 e foram hospedados
na casa de Lupe Marín. Os Rivera, os Bretons e os Trotskys eram amigos
e viajaram juntos pelo México.

Por suas idéias anarquistas, e por apoiar um candidato conservador á
presidência, rompeu com Leon Trotsky em 1939.

Em 1940 Diagnosticaram-lhe diabetes. Separou-se e divorciou-se de Frida Kahlo.
Foi convidado para expor na Golden Gate Exosition, na California. Siquieros
comandou um atentado contra Leon Trotsky na casa de Frida. Trotsky foi assassinado
pelo espanhol Ramón Mercader. Frida foi a San Francisco e reconciliou-se
com Diego. Voltaram a casar, porém foram viver em casas separadas.

Em 1943 pintou murais no Instituto de Cardiologia na Cidade do Mexico. Deu aulas
de composição e pintura no Colegio Nacional.

Sua última aparição em público de Frida foi em 1954,
em uma manifestação pública junto a Diego, em repúdio
ao apoio da CIA na queda do presidente da Guatemala, Jacobo Guzmán. Em
julho deste mesmo ano, morreu Frida Kahlo. E Diego readmitido no partido comunista.

Em 1955 casou-se com Emma Hurtado. Doou ao povo do Mexico a Casa Azul de Frida
que se tornou um museu , Anahuacalli, e a coleção de peças
pré-hispanicas que amealhou ao longo da vida. Sofreu de câncer,
foi tratar-se na URSS.

Em 1956, voltando ao Mexico, recuperou-se em Acapulco na casa de sua amiga Dolores
Olmedo. No seu aniversário de 70 anos em 8 de dezembro, recebeu homenagem
nacional e dos amigos, que realizaram um festival no pátio do Anahuacalli.

Diego morreu em 24 de novembro de 1957, em Coyoacán, vítima de
um ataque cardíaco. Seu desejo era ser enterrado junto a Frida, porém
foi contrariado e sepultaram-no na Rotonda de los Hombres Ilustres del Panteon
Civil de Dolores, Ciudad de México. Seu testamento mandava doar ao povo
mexicano sua valiosíssima coleção de obras de arte. Desejava
que a arte fosse de todos.

Conheça
as obras do artista

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