Home EstudosSala de AulaBiologia Células: 2. Divisão celular

Células: 2. Divisão celular

by Lucas Gomes

Há dois tipos básicos de divisão celular: a mitose e a meiose.

Na mitose, uma célula dá origem a duas células-filhas com o mesmo número de cromossomos da célula-mãe. Na meiose, uma célula produz quatro células-filhas, cada uma com a metade do número de cromossomos presentes na célula-mãe.

Por mitose, uma célula diplóide dá origem a duas células-filhas diplóides, ou uma célula haplóide da origem a duas células-filhas haplóides. A divisão meiótica, porém, só ocorre em células diplóides, e origina quatro células-filhas haplóides.

Nos organismos unicelulares, a mitose constitui um tipo de reprodução assexuada. A célula única do organismo, ao sofrer mitose, gera dois novos organismos idênticos, que crescem até atingir o tamanho da célula-mãe. Já nos organismos multicelulares, a mitose é processo pelo qual se formam todas as células do corpo do indivíduo, a partir da célula inicial o zigoto.

Para o estudante, é importante saber distinguir cada uma delas: mitose ou meiose? Vamos ver quando e como realizamos cada uma delas.

MITOSE

A mitose é um tipo de divisão celular que ocorre desde o surgimento da primeira célula do bebê (célula-ovo ou zigoto) até a nossa morte. Quando ainda estamos sendo gerados, no útero materno, é necessário que ocorra a duplicação das células a fim de formar o novo ser. A partir daí nunca mais paramos de realizar mitoses.

Esse processo é de suma importância para continuarmos a nos desenvolver, a crescer, a repor as células perdidas, como, por exemplo, ao sofrermos uma lesão na pele, ou perdermos células sanguíneas (hemácias) a cada 120 dias, etc.

A divisão da divisão

A mitose se inicia com uma célula diplóide (2n), ou seja, com o número total de cromossomos da espécie que no nosso caso são 46. Em seguida há um período denominado intérfase, em que ocorre a duplicação do material genético, para depois começar a divisão propriamente dita.

Para facilitar o estudo, a mitose foi dividida em fases. Vejamos uma a uma:

INTÉRFASE Uma célula começa os preparativos para a mitose ainda na interfase, duplicando seus cromossomos. Com base nessa duplicação, os cientistas dividem a interfase em três períodos sucessivos: G1, S e G2.
O período G1 (do inglês gap, intervalo) precede a duplicação dos cromossomos. No período S (do inglês synthesis, síntese ) está ocorrendo síntese de DNA, ou seja, os cromossomos estão se duplicando. O período G2 é o intervalo entre o final da duplicação do DNA e o início da divisão celular.
PRÓFASE Na prófase (do grego pró, anterior) tem início a condensação dos cromossomos. Ao microscópio, pode-se notar que os filamentos cromossômico os vão-se tornando cada vez mais condensados, ao mesmo tempo que o nucléolo (ou nucléolos) diminui progressivamente de tamanho até desaparecer.
A formação do fuso acromático – No citoplasma, o centro celular duplica-se e os dois novos centros celulares-filhos migram em sentidos opostos. Entre eles surgem fibras de proteínas, que constituirão o fuso acromático ou aparelho mitótico.
O fim da prófase é marcado pela fragmentação e pela desintegração da carioteca, com espalhamento dos cromossomos na região central da célula.
METÁFASE Na metáfase (do grego meta, além, após) os cromossomos, já bastante condensados, passam a ocupar a região mediana (equatorial) da célula, espalhando-se entre as fibras do fuso acromático.No centrômero de cada cromossomo há duas regiões denominadas CINETÓCOROS, onde se formam feixes de fibras de proteína, um em cada cromátide. Essas fibras ligam-se às fibras do fuso, de modo que as cromátides-irmãs ficam voltadas para pólos opostos da célula.
O fim da metáfase é marcado pela divisão dos centrômeros e pela separação das cromátides-irmãs, a partir de então chamados cromossomos – irmãos.
ANÁFASE Na anáfase (do grego aná, para cima, para o alto ou ao contrário) os cromossomos -irmãos migram para pólos opostos da célula. Tudo indica que a migração dos cromossomos ocorra por deslizamento das fibras centroméricas sobre as fibras do fuso acromático.
A anáfase termina quando os dois conjuntos de cromossomos-irmãos atingem os pólos do fuso.
TELÓFASE A telófase (do grego télos, fim) pode ser considerada, em linhas gerais, o inverso da prófase. Cada conjunto de cromossomos-irmãos é envolvido por uma nova carioteca; os cromossomos se descondensam, voltando a ser longos e finos filamentos; o nucléolo reaparece. Surgem, assim, dois núcleos-filhos idênticos sob os pontos de vista cromossômicos e gênico.

Para que a divisão celular se complete, falta apenas dividir o citoplasma em duas partes, cada uma com seu núcleo. Esse processo é chamado citocinese.

A maneira de dividir o citoplasma, isto é, o tipo de citocinese, varia nos diferentes organismos. Nas células animais, por exemplo, a membrana plasmática sofre um estrangulamento progressivo na região mediana da célula, até separar duas células-filhas. Como a divisão citoplasmática avança de fora para dentro, a citocinese animal é denominada centrípeta.

Nas células de plantas e da maioria das algas, a divisão do citoplasma ocorre pela formação de uma placa central, constituída por substâncias gelatinosas chamadas pectinas. Essa placa cresce do centro para a periferia da célula, à medida que as pectinas se depositam. Por esse motivo, a citocinese vegetal é denominada centrífuga.

CÉLULAS SEXUAIS – MEIOSE

Meiose é um tipo de divisão celular e é intimamente associada ao processo de reprodução sexuada. Pela meiose surgem células haplóides, que se unem duas a duas, originando organismos diplóides. Na espécie humana, por exemplo, a meiose ocorre no ovário, originando óvulos (haplóides), e no testículo, originando espermatozóides (haplóides). A união do óvulo com o espermatozóide forma a primeira célula diplóide de uma pessoa, o zigoto.

Fases da meiose

O processo meiótico consiste em duas divisões consecutivas, a meiose I (ou primeira divisão meiótica) e a meiose II (ou segunda divisão meiótica). Ambas são subdivididas em quatro fases, que têm os mesmos nomes que as fases da mitose.

Como na mitose, os cromossomos das células que vão sofrer meiose também se duplicam na intérfase que precede a primeira divisão, passando a ser constituídos por duas cromátides unidas pelo centrômero. Não há duplicação dos cromossomos antes da segunda divisão. Assim, ocorrem umas únicas duplicações cromossômicas para duas divisões celulares consecutivas, o que explica a redução, à metade, do número de cromossomos recebidos pelas células-filhas.

A grosso modo, o que difere a meiose da mitose, além da formação de células com metade do número de cromossomos (n = 23), é que na prófase I da meiose acontecem as subfases:

  • leptóteno
  • zigóteno
  • paquíteno
  • diplóteno
  • diacinese

Elas são importantes, pois favorece o “crossing-over”, ou seja, a mistura do material genético, com a quebra e troca de pontas entre os cromossomos. Mas, por que esse fato é importante? Para favorecer a variabilidade genética, o que garante a nossa diversidade.

É importante também que a meiose seja reducional, pois durante a fecundação (união do óvulo com o espermatozóide) forma-se um novo ser com 46 cromossomos, 23 vindos do pai e 23 da mãe. Desse modo, fica garantida a perpetuação da espécie.

Posts Relacionados