Carreata da Fazenda Itu, no Rio Grande
do Sul, ao Palácio do Catete, na ocasião
da reeleição de Getúlio Movimento sindical se organiza“O sindicato é a vossa arma de luta, a vossa fortaleza”, afirmou Getúlio
Vargas, aos trabalhadores brasileiros, no dia 1º de Maio de 1951. Ele criou no
Brasil as bases da organização sindical, fortalecendo os sindicatos por categoria
e incentivando a mobilização popular como um dos alicerces do seu governo.Desde o início do governo da Revolução de 30, Getúlio Vargas empreendeu uma longa
jornada para criar as bases da organização sindical no Brasil. Criou as Confederações,
Federações e Sindicatos, instituiu a unicidade sindical para garantir a unidade
dos trabalhadores e o imposto sindical, que estruturaria as entidades e permitiria
a construção material da organização trabalhista.Para Getúlio, a organização dos trabalhadores era uma necessidade vital para o
andamento do seu governo e a construção de um Brasil soberano. Em discurso para
milhares de trabalhadores nas comemorações de 1º de maio de 1951, Getúlio Vargas
declarou:“Preciso de vós, trabalhadores do Brasil, meus amigos, meus companheiros
de uma longa jornada; preciso de vós, tanto quanto precisais de mim. Preciso da
vossa união; preciso que vos organizeis solidariamente em sindicatos; preciso
que formeis um bloco forte e coeso que possa dispor de toda a força de que necessita
para resolver os vossos próprios problemas. Preciso de vossa união para lutar
contra os sabotadores para que eu não fique prisioneiro dos interesses dos especuladores
e dos gananciosos, em prejuízo dos interesses do povo. Preciso do vosso apoio
coletivo, estratificado e consolidado na organização dos sindicatos, para que
meus propósitos não se esterilizem e a sinceridade com que me empenho em resolver
os nossos problemas não seja colhida de surpresa e desarmada pela onda reacionária
dos interesses egoístas, que, de todos os lados, tentam impedir a livre ação de
meu governo.Chegou, por isso mesmo, a hora de o governo apelar para os trabalhadores e dizer-lhes:
uni-vos todos nos vossos sindicatos, como forças livres e organizadas. As autoridades
não poderão cercear a vossa liberdade nem usar de pressão ou coação. O sindicato
é a vossa arma de luta, a vossa fortaleza defensiva, o vosso instrumento de ação
política. Na hora presente, nenhum governo poderá subsistir, ou dispor de força
eficiente para as suas realizações sociais, se não contar com o apoio das organizações,
sindicatos ou cooperativas, que as classes mais numerosas da nação podem influir
nos governos, orientar a administração pública na defesa dos interesses populares”.Os direitos trabalhistas são garantidos
Na construção da Nação brasileira, Getúlio implantou uma ampla política de desenvolvimento
e expansão industrial, formando, com isso, uma numerosa classe trabalhadora. Nesse
contexto, os trabalhadores brasileiros ganharam de Getúlio um dos mais avançados
conjunto de direitos sociais e trabalhistas, como o salário mínimo, a jornada
de trabalho de oito horas, férias e descanso remunerados, aposentadoria, trabalho
regular e estabilidade no emprego; instituiu a carteira profissional de trabalho
como um documento histórico.Getúlio promulgou a Lei da Sindicalização, que consagrou o princípio da unicidade
sindical; criou a Justiça do Trabalho e a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT)
e o Ministério do Trabalho. Até então, os trabalhadores não tinham direitos e
o tratamento que recebiam dependia da vontade dos patrões, a maioria estrangeiros
que dominavam as áreas de serviços urbanos.Outra medida relevante adotada por Getúlio foi estender os benefícios da legislação
trabalhista ao trabalhador rural, no que diz respeito à assistência médico-social,
moradia e educação dos filhos, salário mínimo, direito à indenização e estabilidade
no emprego.Em seu discurso de 1º de Maio de 1951, o estadista afirmou: “É justo que
o trabalhador tenha um salário razoável, adequado ao seu padrão de vida e que
dê para sustentar sua família, educar os filhos, pagar a casa e tratar-se nas
doenças, sem precisar de favores nem da caridade pública. É justo que a lei lhe
faculte os meios de atingir esses objetivos e que o Estado defenda e garanta a
execução de um programa dessa natureza. A esse programa, que se iniciou no Brasil
com a legislação trabalhista elaborada pelo meu governo, tenho dedicado toda a
minha vida pública”.Era o primeiro ano do seu segundo mandato, e Getúlio conclamou os trabalhadores
a cerrar fileiras junto com o governo para derrotar “os especuladores e sabotadores”
da Nação.As Forças Armadas são aparelhadas
O Exército e a Marinha brasileiros foram reequipados, a Aeronáutica foi criada
e os pracinhas brasileiros fizeram história na Itália, durante a II Grande Guerra.
Tudo isso em plena Era Vargas.Getúlio não descuidou da segurança do Estado Nacional. As Forças Armadas foram
fortalecidas por ele, reequipadas e colocadas à altura do momento de grandeza
do país, depois de terem sido enfraquecidas em prol das tropas regionais. Assim,
durante a guerra contra os nazistas, os pracinhas da Força Expedicionária Brasileira
puderam heroicamente ir lutar na Itália; a Marinha protegeu os comboios de navios
no litoral brasileiro e a aviação também contribuiu para a vitória dos aliados.
O Brasil foi o único país da América latina a entrar na guerra contra o Eixo.Em 11 junho de 1940, por ocasião das comemorações pela Batalha do Riachuelo, Getúlio
Vargas discursou no “Minas Gerais”, defendendo o caminho do desenvolvimento
independente para o país e combateu o “desânimo infundado das cassandras
agourentas” que não acreditavam na capacidade do país se afirmar de forma
autocentrada, no momento em que os impérios europeus desmoronavam em meio à destruição
da II Guerra. Colocou na ordem do dia “o aparelhamento completo das nossas
forças armadas”, ressaltando “ser uma necessidade que a Nação inteira
compreenda e aplauda. Nenhum sacrifício será excessivo para tão alta e patriótica
finalidade”, determinou.Após advertir que “atravessamos, nós, a Humanidade inteira transpõe, um momento
histórico de graves repercussões, resultante de rápida e violenta mutação de valores”,
o estadista destacou a base material para que a defesa nacional pudesse ser efetiva:
a industrialização, com o Estado assumindo “a obrigação de organizar as forças
produtoras, para dar ao povo tudo quanto seja necessário ao seu engrandecimento
como coletividade”.A superação do sucateamento das Forças Armadas foi anunciada pelo estadista nesse
histórico discurso. “O labor atual da Marinha, depois de uma fase de tristeza
e estagnação, é o melhor exemplo do que pode a vontade, do que realiza a fé no
próprio destino”, afirmou. “O ruído das suas oficinas, onde se forjam
os instrumentos da nossa defesa – navios que sulcam rios e oceanos, ou aviões
que sobrevoam o litoral -, enche de contentamento os espíritos voltados ao amor
da Pátria. As pequenas unidades já construídas sucederão outras, maiores e mais
numerosas, e os monitores e caça-minas de hoje terão irmãos mais fortes nos torpedeiros
e cruzadores de futuro próximo”, anunciou Getúlio Vargas. E assim foi.Veja também: A
Era Vargas – Parte 1 | Parte 2Fonte: Enciclopédia Brasileira