Home EstudosSala de AulaHistoria Renascimento Cultural: 1. O Renascimento Cultural

Renascimento Cultural: 1. O Renascimento Cultural

by Lucas Gomes

A partir do século XIV, a revalorização da estética da Antigüidade greco-romana deu origem ao movimento
cultural conhecido como Renascimento.

Podemos considerar como causas da Renascença:

– o renascimento comercial e urbano;
– o fortalecimento da burguesia;
– o passado clássico na península itálica;
– a vinda dos sábios bizantinos.

Características

Entre suas características estão

– o individualismo ou o desejo de valorização individual;
– a busca por explicações racionais, o racionalismo;
– a substituição do teocentrismo medieval pelo antropocentrismo;
– a valorização dos feitos humanos, o humanismo, tendo como inspiração os feitos greco-romanos.

O Mecenato

A burguesia, como grupo social menos tradicional, buscou a promoção social através da arte e forneceu apoio
financeiro aos artistas e pensadores. À essa atitude damos o nome de Mecenato; também
foram considerados mecenas alguns Papas, Bispos e colecionadores de obras de arte.


Bramante, Igreja de Santa Maria, praça Jan Satiro,
Milão

O pensamento medieval,
dominado pela religião, cede lugar a uma cultura voltada para os valores
do indivíduo. Os artistas, inspirando-se uma vez mais no legado clássico
grego, buscam as dimensões ideais da figura humana e a representação
fiel da realidade. Esse período corresponde à Baixa Idade Média
e início da Idade Moderna (do século XIII ao XVI) e pode ser dividido
em Duocento (1200 a 1299), Trecento (1300 a 1399), Quattrocento (1400 a 1499)
e Cinquecento (1500 a 1599).

O movimento renascentista foi a evolução das artes, sobretudo
da pintura, da escultura, da arquitetura, da literatura e da música com características
e propostas novas. Utilizando-se de temas cristãos ou da Antiguidade greco-romana,
a arte renascentista valorizou o homem como a medida de todas as coisas. Os
elementos artísticos da Antiguidade clássica voltaram a servir de referência
cultural e artística. O humanismo colocou o homem como centro do universo (antropocentrismo).
O uso da técnica de  perspectiva, de conhecimentos científicos e matemáticos
para reproduzir a natureza com fidelidade são características desta época. A
escultura e a pintura adquiriram autonomia em relação à arquitetura. As obras
dos artistas retratavam a beleza, a harmonia e o movimento do corpo humano,
em perfeitas construções anatômicas. A técnica da pintura desenvolveu-se rapidamente,
pois os artistas precisavam retratar o burguês, sua família e os objetos de
luxo de sua residência com minúcias de detalhes.

A escultura renascentista foi marcada
pela expressividade e pelo naturalismo. A xilogravura passou a ser muito utilizada
nesta época. Na pintura destacam-se as obras:  A Alegoria da Primavera,
de Sandro Botticcelli; A Virgem dos Rochedos, Monalisa e A
Última Ceia
de Leonardo da Vinci; A Escola de Atenas, de Rafael Sanzio;
o teto da Capela Sistina e a escultura Davi de Michelangelo Buonarotti.
Todas as obras revelam um acentuado espírito crítico da época, uma valorização
dos feitos humanos e uma utilização progressiva das línguas nacionais. Nesse
sentido, podemos destacar como uma influência marcante do espírito humanista,
a tradução da Bíblia do latim para o alemão pelo monge Martim Lutero, responsável
pela Reforma Protestante, movimento contra a supremacia papal iniciado na Alemanha
e inspirado no princípio de que todo fiel deveria ser capaz de ler e interpretar,
por conta própria as Sagradas Escrituras.

A música tornou-se uma arte independente
e não simplesmente um instrumento auxiliar das cerimônias religiosas. Além da
música sacra, desenvolveram-se a profana e a arte do canto coral. Compositores
e músicos, em suas criações e interpretações uniam a habilidade técnica, emoção,
conseguindo efeitos extraordinários.

Com as riquezas acumuladas com o comércio, a burguesia italiana
incentivava o embelezamento das cidades, com a construção de palácios, catedrais,
capelas, pontes e monumentos em praças públicas, patrocinando do o desenvolvimento
das artes em geral. Nobres, burgueses, papas e bispos financiavam e contratavam
os artistas para decorarem seus palácios, capelas e igrejas e eram chamados
de “mecenas”. Ter a sua volta um punhado de artistas e intelectuais
significava prestígio e poder para as ricas famílias da época.

Notas

1. A Capela Sistina foi construída
por ordem de Sisto IV (retangular 40 x 13 x 20 altura). E é na própria
Capela que se faz o Conclave: reunião com os cardeais após a morte
do Papa para proceder a eleição do próximo. Lareira que
produz fumaça negra – que o Papa ainda não foi escolhido; fumaça
branca – que o Papa acaba de ser escolhido, avisa o povo na Praça de

São Pedro, no Vaticano.

2. Michelângelo dominou a escultura
e o desenho do corpo humano maravilhosamente bem, pois tendo dissecado cadáveres
por muito tempo, assim como Leonardo da Vinci, sabia exatamente a posição
de cada músculo, cada tendão, cada veia.

3. Além de pintor, Leonardo da Vinci,
foi grande inventor. Dentre as suas invenções estão: “Parafuso
Aéreo”, primitiva versão do helicóptero, a ponte elevadiça,
o escafandro, um modelo de asa-delta, etc.

4. Quando deparamos com o quadro da famosa Monalisa
não conseguimos desgrudar os olhos do seu olhar, parece que ele nos persegue.
Por que acontece isso? Será que seus olhos podem se mexer? Este quadro
foi pintado, pelo famoso artista e inventor italiano Leonardo da Vinci (1452-1519)
e qual será o truque que ele usou para dar esse efeito? Quando se pinta
uma pessoa olhando para a frente (olhando diretamente para o espectador) tem-se
a impressão que o personagem do quadro fixa seu olhar em todos. Isso acontece
porque os quadros são lisos. Se olharmos para a Monalisa de um ou de outro
lado estaremos vendo-a sempre com os olhos e a ponta do nariz para a frente e
não poderemos ver o lado do seu rosto. Aí está o truque em
qualquer ângulo que se olhe a Monalisa a veremos sempre de frente.

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