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Dicas: 4. Faça uma boa redação

by Lucas Gomes

ENEM 2009, vestibulares, concursos… É importante que você saiba
o que fazer na hora de elaborar o seu texto. Mas antes de começarmos, leia com
atenção o texto abaixo:


Hermínio
Sargetim,
escritor

A escrita é um ato de imortalidade.
Ao escrever, o ser humano se inscreve na matéria e permanece sendo. Uma parcela
dele adquire, assim, um caráter de perenidade.
O homem é hoje o que foi ontem, e será amanhã o que é hoje.
Ao escrever o seu hoje, que amanhã será passado, continuará presente.

(Hermínio
Sargentim)

Legal, não é mesmo?! Então vamos ao que interessa.

A redação é parte integrante da prova do ENEM e da maioria dos examens vestibulares,
na 1ª ou 2ª fase, por isso, é importantíssimo fazê-la corretamente.

Ao ter a prova nas mãos, lembre-se que a sua leitura e escrita estarão garantindo
um melhor resultado no exame. A leitura será avaliada por meio da correta compreensão
da proposta.

Uma proposta de redação não se resume ao tema, há um conjunto de pequenos textos,
verbais (escrita) e não verbais (imagens e outros recursos) que constitui um
contexto no qual está inserido (introduzido) o tema (assunto, proposição que
se quer provar ou desenvolver/análise).

1.
Deixar de ler
ou mesmo ler de forma errada ou desatenta os
textos
, pode levá-lo a desenvolver um tema diferente do que foi proposto,
o que implicará a desconsideração de seu mesmo. Toda a atenção faz-se
necessária.
É importante ainda saber que o desenvolvimento do texto
deve ser na estrutura dissertativo-argumentativa (implica apontar
razões para defender um opinião; convencer um receptor para que pense de determinada
forma; descobrir soluções, organizar pensamentos, refletir sobre os mesmos e
sobre o mundo que nos cerca e onde estamos situados, discutir idéias, estabelecer
julgamentos, defender pontos de vista); caso contrário, a redação será desconsiderada.
(Veja ainda Modalidades
de Redação
)

2. Lembre-se: o não-atendimento do que um tema determina
resulta na desconsideração do texto, o que significa que a redação terá nota
zero
, como já citado.

3. Outro aspecto avaliado na redação é o da variedade
lingüística
utilizada. Para o desenvolvimento do tema proposto, é necessário
o uso da língua escrita culta, ou, em outras palavras, do português escrito
padrão, isto quer dizer, nada de emprego de gírias como “tipo
assim”, “muita gente”, ”curtir um baratinho”, “cara”, “deu mó mole”, “bagulho”,
“treta”… não se aventure a usar a linguagem do MSN , ORKUT ou outro(s) que
são um meio de expressão perfeitamente aceitável nos diálogos travados pelos
internautas ou por alguns personagens nos textos narrativos. O padrão culto
da língua é utilizado para a circulação do saber e da informação.

4. Não utilize provérbios ou ditos populares. Uma dissertação
costuma ser prejudicada pela má utilização de frases feitas, provérbios e ditos
populares. Eles empobrecem a redação; fazem parecer que seu autor não tem criatividade,
pois lança mão de formas já batidas pelo uso freqüente.

5. Nunca se inclua em sua dissertação (principalmente para
contar fatos de sua vida particular). Seu texto deve ser feito de modo impessoal
e com objetividade. Essa visão imparcial se perde quando o autor confunde a
problemática que está analisando, os problemas que possa ter.

6. Não utilize sua dissertação para propagar doutrinas religiosas.
A religião, qualquer que seja ela, é uma questão de fé; a dissertação, por sua
vez, é uma questão de argumentação, a qual se baseia na lógica. São, portanto,
duas áreas situadas em diferentes planos. Não há como argumentar de modo convincente
com base em dogmas religiosos; os preceitos da fé independem de provar ou evidências
constatáveis.

7. Jamais analise os temas propostos movido por emoções exageradas.
Existem sem dúvida, alguns temas dissertativos que envolvem a análise de assuntos
dramáticos, os quais comumente causam revolta e indignação pela própria gravidade
de sua natureza. Porém, por mais revoltante que se mostre o assunto tratado,
ele deve ser abordado, em uma dissertação, de modo, se não imparcial, pelo menos
comedido. Em outras palavras, não devemos deixar nossas emoções interferirem
demasiadamente na análise equilibrada e objetiva que precisa transparecer em
nossas dissertações, mesmo porque elas impedem que ponderemos outros ângulos
da questão. Só assim, com predominância de argumentação lógica, ela se mostrará
convincente.

8. Não utilize exemplos contando fatos ocorridos com terceiros,
que não sejam de domínio público. É um procedimento perfeitamente normal lançarmos
mão de exemplos que reforcem os fatos arrolados em uma dissertação. Entretanto,
estes exemplos devem ser de conhecimento público, ou seja, fatos que todos conhecem
por terem sido divulgados pelos meios de comunicação (jornais, televisão, internet
etc). Não devemos, em hipótese alguma, introduzir na dissertação fatos ocorridos
com pessoas que conhecemos particularmente. Isto daria um cunho pessoal a um
tipo de redação que se pressupõe a analisar assuntos gerais.

9. Evite as abreviações. Procure escrever as palavras por extenso.
As abreviações são considerações incorretas.

10. Nunca repita várias vezes a mesma palavra. Um dos erros
que mais prejudica a expressão adequada de suas idéias é a insistente repetição
de uma mesma palavra. Isso causa uma impressão desagradável a quem lê sua redação,
além de sugerir pobreza de vocabulário. Quando você constatar que repetiu várias
vezes o mesmo vocábulo, procure imediatamente encontrar sinônimos que possam
ser usados em substituição a ele.

11.
Procure não inovar, por sua conta, o alfabeto da língua portuguesa. Evidentemente,
certas caligrafias apresentam algumas variações no modo de escrever determinadas
letras do alfabeto. No entanto, essa possível variação não deve ser exagerada
a ponto de tornar a letra praticamente irreconhecível.

12. Tente não analisar os assuntos propostos sob apenas um
dos ângulos da questão. Uma boa análise pressupõe um exame equilibrado da realidade
na qual se situa o assunto tratado em uma dissertação. O bom senso, nas opiniões
emitidas, está diretamente relacionado à capacidade de se enxergar o problema
pelos diversos ângulos que apresenta. Uma análise extremamente radical ignora
outros aspectos que devem ser levados em conta em uma reflexão equilibrada sobre
qualquer tema, por isso é indesejável.

13. Não fuja do tema proposto.

14. Para evitar deslizes ortográficos ou mesmo desvios gramaticais,
como de concordância verbal e nominal ou regência verbal, recomenda-se que você
escreva antes um rascunho e só depois de uma boa revisão passe sua redação a
limpo no espaço adequado.

15. Faça uso adequado dos recursos léxicos e gramaticais
necessários para a construção da argumentação. Isso irá relevar a capacidade
de articular as partes do texto. Aqui é importante o uso correto dos mecanismos
articulatórios da língua, os instrumentos de coesão, como os conectivos (conjunções),
os tempos verbais, a pontuação etc. (Veja Elementos
de ligação
)

16. Elabore um texto que contribua para a solução do problema
tratado no texto, respeitando os valores humanos e a pluralidade cultural. O
que você deve fazer é incluir em seu projeto de texto uma proposta de intervenção
para a solução do problema tratado no texto.

17.
A proposta de redação inclui ainda algumas recomendações, como se refere ao
número de linhas. É difícil imaginar um texto com um mínimo de consistência
argumentativa com menos de 15 linhas. Outra recomendação explícita diz respeito
ao gênero a ser utilizado. O texto deve ser escrito em prosa e não em poesia.
Seria difícil uma avaliação objetiva e uniforme de textos em forma de poema.
Deve-se evitar ainda redações em forma de diálogo, pois esse tipo de estrutura
é mais freqüente na narração do que na dissertação.

18. Embora não haja na prova recomendação quanto ao tipo de
letra a ser usado, é evidente que o texto precisa apresentar um mínimo de legibilidade.
Uma redação totalmente ilegível não tem como ser avaliada.

Boa sorte!

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