Folha Caídas, coletânea de poemas líricos, foi publicado um ano antes da morte de Almeida Garrett, em 1853, e é o ponto mais alto do lirismo garrettiano. Na obra se indica o gênio eminentemente dramático do poeta.
Esta obra, está intimamente ligado às circunstâncias biográficas do seu autor. Muitos dos poemas do livro, são dedicados, segundo a opinião da maioria dos críticos, à Viscondessa da Luz, Rosa Montufar, a grande paixão de Garrett na época. Esta circunstância é porém, algo secundário face à complexidade de sentimentos inscrita nos poemas, em que o amor é expresso sob as mais variados formas.
Importa sim, analisar o sentimento amoroso posto em jogo no livro, assumido por vezes como veneno, outra como sofrimento, raramente como experiência feliz. A amargura percorre os poemas com matizes diversos que vão da frustração ao remorso. O magnetismo exercido pelo sexo oposto tanto é encarado com cinismo, como se transforma em violento amor-paixão, para, no final do livro, se resumir a uma experiência puramente erótica.
No último poema do livro o amor é comparado a uma serpente venenosa, “misteriosamente concebida e incubada dentro do próprio coração do sujeito, como um parasita, um cancro, um ovo maligno que se alimenta e cresce à custa do hospedeiro, à medida que o mata para assim sobreviver”.
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