O maior dramaturgo da literatura universal, William Shakespeare, provavelmente baseou-se na publicação de Histoires Tragiques, de François de Belleforest, para compor a obra que fala de um mito muito antigo na lenda escandinava. Hamlet é uma peça composta entre 1601 e 1602, e conta o drama de Hamlet, um solitário príncipe da Dinamarca que teve de abandonar seus estudos na Universidade de Wittenberg para ir morar na Corte, em Elsenor, depois da morte do pai.
Hamlet e Ofélia Hamlet, príncipe da Dinamarca, é seguramente a tragédia de Shakespeare mais representada em todos os tempos e a que mais se prestou a interpretações de toda ordem. Praticamente todos os escritores e pensadores importantes nos últimos quatro séculos deixaram suas impressões sobre o impacto que lhes causou a história do infeliz príncipe da Dinamarca, constrangido a fazer, sem nenhuma vocação para tal, uma terrível vingança.
Hamlet apresenta as várias faces do talento literário de Shakespeare, num texto em que drama histórico, tragédia, sátira e romance mesclam-se ao longo da apaixonante trajetória do jovem príncipe da Dinamarca.
A peça, mostra como Shakespeare apresentava uma capacidade inquietante de atravessar os obscuros labirintos da mente humana, desnudando paixões, iluminando desejos, apontando os grandes fantasmas que perseguem a humanidade desde sempre. Uma obra inigualável da literatura, onde estão presentes dúvidas, dores, medos, paixões
Estrutura
Estrutural e tecnicamente, Hamlet é a peça mais longa escrita por Shakespeare (4.042 linhas com 29.551 palavras, 73% delas em verso e 27% em prosa) e, provavelmente, a que mais lhe deu trabalho. Supõe-se inclusive a existência de um esboço original que teria sido alinhavado uns dez ou 12 anos antes da sua conclusão, ali por 1588. Texto que os críticos denominaram de Ur-Hamlet (um primeiro Hamlet). Isso porém são especulações, pois a influência mais direta sobre ele veio mesmo da peça The Spanish Tragedie.
A obra-prima de Shakespeare constitui-se basicamente de textos dramáticos, repletos de frase marcantes. A exemplo da famosa Ser ou não ser, eis a questão, citada por Hamlet em momento de dúvida e desespero. Uma seqüência de tragédias a começar quando Hamlet mata Polônio, pai de Ofélia, ao confundi-lo com Cláudio e é deportado para Inglaterra como um louco. O sentimento de culpa pelo suicídio de Ofélia e a traição do rei marcam o final da trama.
A narração do escritor consegue passar, com precisão, passo a passo da amigável luta entre Hamlet e Laertes, irmão de Ofélia, na presença da Corte. Desde a troca acidental de armas em que o príncipe fere Laertes com a espada envenenada; a morte da rainha ao beber da taça do vinho que o rei pretendia dar para Hamlet; a revelação da vilania do rei; até o final comovente do rei e de Hamlet. O escritor fez questão de mostrar a grande preocupação do príncipe com o futuro do seu povo. No último ato, Hamlet pede a Horácio, seu melhor amigo, que conte à nação a sua verdadeira história e vota em Fortimbrás, príncipe da Noruega, para assumir o trono da Dinamarca. Talvez, a sensação de que a justiça foi feita e que o reino ficou livre de um tirano valeu toda a carnificina. Hamlet, a tragédia da dúvida, mostra o desespero de um príncipe diante da violência do mundo. As aparências que enganam e o predomínio das paixões sobre a razão foram temas freqüentes na obra.
Com linguagem poética, o autor expõe a profunda amargura do jovem Hamlet ao ver seu tio Cláudio, em menos de dois meses, casar com a sua mãe, a rainha Gertrudes, e assumir o trono dinamarquês. O estudo psicológico do filósofo e poeta Hamlet é realçado pelo perfeito contraponto entre diálogos e monólogos. A cena em que Hamlet é visitado pelo fantasma do pai – que exige vingança de seu assassinato, cujo autor é o atual rei – mostra o receio do protagonista diante dos fatos, através de longas conversas entre ele e o espectro, entre ele e os oficiais e até consigo próprio.
Inteligente e astucioso, Hamlet finge até ter enlouquecido no intuito de poder sobreviver. Mas o novo rei desconfia da sua insanidade. A história fica ainda mais emocionante quando, para ter certeza de que havia algo de podre no reino da Dinamarca (célebre frase do autor), o príncipe surpreende o padrasto fazendo uma peça contendo episódios que parecem com o da morte do seu pai. A peça perturba o rei, deixando Hamlet convencido de que o tio é realmente o criminoso.
Cláudio é retratado como um homem ambicioso, atormentado pela culpa de ter cedido a tentações. Um assassino que se arrepende de seu crime, mas não das conseqüências, que lamenta a morte do irmão, mas se alegra em ser rei e possuir a amada rainha, o que talvez explique as suas motivações. O forte caráter do vilão torna-se um traço de valor e dá à trama uma complexidade que não poderia ser alcançada com a simples representação da luta entre o bem e o mal.
Hamlet, personagem central da obra de Sheakspeare, tinha perdido seu pai, uma vez que o irmão deste, ou seja, seu tio, o havia matado para ficar com sua mãe.
O drama de Hamlet era matar ou não o seu tio, agir de modo a vingar a morte de seu pai ou simplesmente perdoar o tio que havia trazido a desgraça para a sua família.
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