Calouros enfrentam trotes violentos e 'regados' a álcool nos primeiros dias de aula
Depois de um ano de muito estudo para ser aprovado no vestibular, os universitários comemoram a disputada vaga numa faculdade. E a forma mais tradicional de dar boas vindas aos novos alunos é com o famoso trote - aquela brincadeira entre veteranos e calouros. O problema, alertam especialistas, é quando esta celebração passa dos limites.
Conforme noticiou o Jornal Hoje nesta semana, muitos veteranos se aproveitam do momento de descontração e do poder que possuem sobre os calouros para organizar trotes violentos e com excesso de bebibas alcóolicas.
Uma equipe do telejornal da TV Globo flagrou alunos da PUC-SP pedindo dinheiro no farol e bebendo uísque de manhã cedo. Alguns estudantes aproveitam o momento pra fumar maconha em frente à universidade. O descontrole é tão grande que o que era para ser um momento de festa acabou em briga e um dos alunos bateu com a cabeça na no chão e ainda levou um chute no rosto.
Já na Universidade de São Paulo (USP), os alunos alugaram dois ônibus para levar calouros para uma praça perto da universidade. As imagens divulgadas mostraram que os jovens exageraram da bebida para comemorar.
- É pra deixar eles (os calouros) bêbados. Beber é uma coisa que se aprende na faculdade - brinca um dos veteranos.
Para o psicólogo Ari Rehfeld, o trote humilhante só serve para estimular mais violência.
- Isso de algum modo é reproduzido porque aquele que o faz também passou pela mesma situação. Muitas vezes o trote é muito violento e exige a submissão. Realmente, é uma prática que os professores e as reitorias tendem a condenar - diz
O excesso de brincadeiras violentas e de mau gosto são tão comuns nos trotes que causam medo em alguns calouros antes mesmo deles pisarem na universidade.
- Tomei calmante antes de vir, pois estava com muito medo. Mas aí o veterano chegou, pintou um pouco a minha cara e a gente foi pedir dinheiro no farol. Foi bem mais leve do que eu pensei - conta Pedro Felipe Azemberg, que passou para História na PUC-SP
- Eu pensei que ia ser pesado, mas foi super tranqüilo, rápido - completa Andréa Filgueiras, que também é caloura do curso de História da universidade
Na opinião do professor de psicologia da PUC-SP, Hélio Deliberador, o trote pode ter duas caras:
- Por um lado, o trote faz bem: é a integração a uma nova realidade, a um novo grupo, um novo padrão de relacionamento. O trote é um mal quando ele se torna violento, leva ao constrangimento, envolve o excesso de ingestão de bebida alcoólica e causa problemas que a sociedade já conhece. Já houve situações de trotes que descambaram para a violência nos âmbitos da universidade e foram objeto de uma apuração, resultando na expulsão ou suspensão de alunos - afirma Deliberador.
Fonte: Jornal O Globo
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