Home Vestibular Instituição estuda pontuação adicional para alunos de escola pública

Instituição estuda pontuação adicional para alunos de escola pública

by Lucas Gomes

O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da UFMG vai analisar,
no dia 18 de março, a proposta da Câmara de Graduação
que prevê a adoção de mecanismo segundo o qual alunos egressos
de escola pública teriam pontuação adicional nas provas do
vestibular, já a partir de 2009.
O objetivo, de acordo com a proposta, é diminuir os efeitos da forte
seletividade social que marca os concursos de ingresso das universidades públicas
brasileiras. Se aprovada pelo Cepe, a proposta será levada ao Conselho
Universitário, ao qual caberá a decisão final.

O texto prevê a atribuição de adicional de 10% na pontuação
obtida pelos candidatos que estudaram, desde a 5ª série do ensino
básico, em escola pública. O mecanismo seria adotado entre os
anos de 2009 e 2012. Em 2011, os resultados dessa política seriam avaliados
– incluindo o desempenho dos alunos beneficiados, ao longo de seus cursos
– e então caberia decidir pela sua manutenção, alteração
ou supressão para os concursos posteriores a 2012. “A proposta busca
a qualidade. O bônus de 10% descobre os alunos mais capazes, aprovando
aqueles que conseguiram bom resultado apesar das difuculdades”, explica
o reitor da UFMG, Ronaldo Tadêu Pena.

Simulações

A possibilidade de incorporação de mecanismo de inclusão
social no vestibular da UFMG vem sendo debatida desde 2003. A alternativa mais
aceita tem sido a dos bônus em pontos para estudantes de extratos sociais
menos favorecidos, na linha de medidas que vêm sendo utilizadas por instituições
como a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Universidade de São
Paulo (USP) e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPe).

A vantagem dessa alternativa, de acordo com a proposta, é que a universidade
pode modular a diferença de desempenho no concurso que aceitará,
entre os candidatos, para que eles sejam admitidos nos diferentes cursos. Outro
ponto relevante é que, segundo sugerem simulações baseadas
nos resultados do concurso de 2006, a utilização do tipo de escola
de origem como critério de diferenciação incluiria necessariamente
entre os beneficiados estudantes de renda familiar mais baixa e aqueles que
se declaram pertencentes à raça negra.“A seletividade socioeconômica
do vestibular não pode ser eliminada por qualquer mecanismo, porque decorre
de nossa estrutura social, mas pode ser amenizada por uma medida como a que
está sendo analisada na UFMG”, afirma o pró-reitor de Graduação
da UFMG, professor Mauro Braga.

Mais informações: www.ufmg.br.

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