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A crise imobiliária americana

by Lucas Gomes

A crise econômica desencadeada a partir de 2008, em virtude de profundo desequilíbrio na oferta de créditos imobiliários nos EUA, atingiu,nos anos seguintes, principalmente em 2009 e 2010, economias tradicionais da União Europeia e da Ásia , como Alemanha e Japão que perderam o posto de maiores economias do mundo para a China.

Economias equilibradas como a Grécia, Espanha, Itália e Inglaterra tiveram que ampliar o empréstimo estatal para a manutenção de fundos bancários, evitando a falência de importantes instituições financeiras, por outro lado, nesses países houve grandes protestos sociais e estudantis contra cortes dos governos nas áreas da saúde, educação e previdência social.

Sede da Lehman Brothers, em Nova Iorque.
Wikimedia Commons

Essa modalidade de crédito imobiliário tornou-se num risco a partir de 2005, quando a Reserva Federal dos EUA resolveu elevar a taxa de juros para conter a inflação e dívida pública, com os juros mais altos, os clientes tomadores dessa modalidade de crédito passaram a ter dificuldades para pagar as hipotecas, gerando uma desvalorização dos títulos das seguradoras que garantiriam a reposição do valor das hipotecas. A partir de agosto de 2007, o fato prejudicou as transações bancárias e aplicações na bolsa de valores.

Em economias emergentes e aquecidas como a do Brasil, a crise criou um ambiente de apreensão batizada de “marolinha” pelo então presidente Lula. Caso essa crise ocorresse nos anos 1980 ou 1990, o Brasil também entraria em recessão, porém, em 2008, o Brasil já não era mais um devedor do FMI e possuía uma ampla reserva cambial e um mercado interno favorável.

Por outro lado, se alguns postos de trabalhos e área de produção foram mantidas no Brasil, a grande preocupação passava a ser a dificuldade de se obter créditos e investidores estrangeiros, ou seja, empresas que dependiam diretamente de financiamento externo passaram a obter um menor número de créditos.

A crise norte-americana influenciou a desvalorização do dólar em nível internacional tornando o real (moeda brasileira) uma das moedas mais valorizadas do mundo, fator que prejudicou empresas nacionais que dependiam diretamente das exportações. O dólar mais baixo também impulsionou a demanda por importações de produtos e serviços que passaram a concorrer como produtos brasileiros.

Para manter o crescimento da economia brasileira, o Banco Central oedenou modificações nos depósitos compulsórios nas instituições financeiras, o que obrigava os bancos a depositar numa conta interna do Banco Central a ser liberado para concessão de novos empréstimos. Para manter o consumo interno, o governo Lula reduziu impostos sobre automóveis e linha branca de eletrodomésticos, o resultado foi um recorde de vendas de carro no Brasil, ambiente que contrastou com a queda das vendas de carro nos EUA (com a venda das ações da GM) e na Europa.

Esse foi um dos fatores que ajudou o Brasil a ser um dos primeiros países a sair da crise. Segundo o IBGE, em 2010, o desemprego no Brasil caiu para 6,7% entre a população economicamente ativa, o menor índice desde 2002.

Referências bibliográficas:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Crise_econ%C3%B4mica_de_2008-2009

http://guiadodinheiro.powerminas.com/como-a-crise-mundial-afeta-o-brasil/

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1421373-7823-BRASIL+REGISTRA+A+MENOR+TAXA+DE+DESEMPREGO+DESDE+SEGUNDO+IBGE,00.html

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/01/taxa-de-desemprego-no-brasil-em-2010-fica-em-67-a-menor-em-8-anos.html

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* Fernando Rebouças é formado em Propaganda e Marketing e Pós-graduando em Produção Editorial pela Universidade Estácio de Sá – Rio de Janeiro.

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