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Manuel Inácio da Silva Alvarenga

by Lucas Gomes

Manuel Inácio da Silva Alvarenga nasceu em Vila Rica, capitania de Minas Gerais,
em 1749. Mestiço, de ascendência humilde, filho do músico Inácio da Silva Alvarenga
como têm sido tantos de sua raça no Brasil, e pobre, e de mãe desconhecida. Aos
dezenove anos já se encontrava no Rio de Janeiro, freqüentando estudos preparatórios.
Em 1771, principiava estudos superiores na Universidade de Coimbra, onde conheceu
Basílio da Gama, de quem se tornou amigo e admirador. Travou conhecimento também
com Alvarenga Peixoto.

Viveu intensa atividade intelectual na época em que o marquês de Pombal efetuava
a reforma do ensino, quebrava a tradição escolástica dos jesuítas e combatia a
nobreza. Daí Silva Alvarenga, ao sopro do entusiasmo da ocasião, ter publicado o
poema herói-cômico O desertor, em 1774.

Regressou ao Brasil em 1777, tendo como companheiro de viagem o irmão do poeta
Basílio da Gama, Pe. Antônio Caetano de Vilas Boas. Começou, então, a exercer a
advocacia no Brasil.

Foi nesse quadro que Silva Alvarenga desenvolveu as suas qualidades de poeta, de
mestre e de difusor de idéias. Instalado no Rio, abriu curso de retórica e de
poética, em 1782. Sob o governo do marquês do Lavradio, protetor das ciências e
das artes, tornou-se membro da Sociedade Científica do Rio de Janeiro.

Outro mecenas, Luís de Vasconcelos e Sousa, deu a Silva Alvarenga a cadeira de
professor régio de retórica e poética, aberta com o primeiro curso em agosto de
1782. Ainda sob os auspícios de Luís de Vasconcelos e Sousa, abriu a Sociedade
Literária do Rio de Janeiro (1786), sendo forçado, mais tarde, a fechá-la. É que
o conde de Resende, ante denúncias de um frei Raimundo e do rábula José Bernardo
da Silveira Frade, mandou processá-lo e prender os sócios da referida Sociedade,
sob a suspeita de cultuarem as “idéias francesas”.

Silva Alvarenga permaneceu no cárcere dois anos e oito meses, sujeito a rigorosa
e humilhante devassa, confiada ao juiz Antônio Diniz da Cruz e Silva, que já
servira na devassa da Inconfidência Mineira.

Viveu até 1814 e colaborou ainda no Patriota, a revista literária que
fomentou o movimento intelectual anterior à independência.

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