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História da Mecânica: 6. A Ciência e as Correntes Filosóficas (Racionalismo, Empirismo e Idealismo)

by Lucas Gomes

As transformações ocorridas a partir do Renascimento e o início da ciência moderna
levaram a um grande questionamento sobre os critérios e métodos para aquisição
do “conhecimento verdadeiro”. Uma das funções da filosofia moderna passou a ser
a de investigar em que medida o saber científico atinge o seu objetivo de gerar
esse conhecimento. Houve, inicialmente na filosofia, duas vertentes sobre a questão
do conhecimento: o racionalismo e o empirismo.


René Descartes

Os racionalistas atribuem grande valor à matemática como instrumento de compreensão
da realidade, por se tratar de um bom exemplo de conhecimento assentado integralmente
na razão (daí o nome de racionalismo). A mente humana é, no racionalismo,
o único instrumento capaz de chegar à verdade. O filósofo e matemático René Descartes
(1596 -1650) foi um dos grandes pensadores racionalistas e recomendava: “nunca
devemos nos deixar persuadir senão pela evidência da razão
“. Os racionalistas
consideram a experiência sensorial uma fonte de erros e confusões na complexa
realidade do mundo.

Contrapondo-se às teses dos racionalistas, os filósofos empiristas defendem que
todas as idéias humanas são provenientes dos sentidos (visão, audição, tato, paladar
e olfato), o que significa que têm origem na experiência. A denominação empirismo
vem do grego empeiria, que significa experiência. O filósofo John Locke (1632
– 1704) afirmava que “não há nada no intelecto humano que não tenha existido
antes na experiência
“. O empirismo discordava da tese racionalista de que
as idéias eram inatas e defendiam que a mente humana é, em seu nascimento, um
papel em branco sem qualquer idéia. Para os empiristas, é a experiência que imprime
as idéias no intelecto humano.


Immanuel Kant

No século XVIII surge na filosofia a corrente chamada de idealismo, que considera o conhecimento fundado em ambas: razão e experiência.
Um dos grandes filósofos idealistas foi Immanuel Kant (1724 – 1804) , que propunha que o conhecimento é construído a partir de juízos
universais, derivados da razão e da experiência sensível. Superando a polêmica empirismo-racionalismo o idealismo entende que o
conhecimento é constituído de matéria e de forma. A matéria são as próprias coisas que são percebidas pelos sentidos; e a forma
são os seres humanos, que descobrem pela razão as relações entre essas coisas.

Parece que o grande mérito de Galileu foi o de contribuir para abalar os “inquestionáveis”
conceitos dos que o precederam, aliando em sua prática na criação do conhecimento
um certo empirismo – e aí inovou até na forma de observar a natureza – e racionalismo,
ao reconhecer a exigência de rigor matemático na análise do observado. Abre caminho
para o grande marco na ciência moderna, que foi a criação da mecânica newtoniana.

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