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(PUC)
O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêem
em tudo o que lá não está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso, porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.
Pelo Tejo vai-se para o mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles
que a encontram.
Ninguém nunca pensou
no que há para além
Do rio da minha aldeia.
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.
O poema acima, do heterônimo de Fernando Pessoa, Alberto Caeiro, integra o livro O Guardador de
Rebanhos. Indique a alternativa que nega a adequada leitura do poema em questão.
A) O elemento fundamental do poema é a busca da objetividade, sintetizada no verso: Quem está ao pé dele
está só ao pé dele.
B) O poema propõe um contraste a partir do mesmo motivo e opõe um sentido geral a um sentido particular.
C) O texto sugere um conceito de beleza que implica proximidade e posse e, por isso, valoriza o que é
humilde, ignorado e despretensioso.
D) O rio que provoca a real sensação de se estar à beira de um rio é o Tejo, que guarda a memória das
naus, marca do passado grandioso do país.
E) O poema se fundamenta numa argumentação dialética em que o conjunto das justificativas deixa clara a
posição do poeta.
COMENTÁRIOS: O rio que provoca a real sensação de se estar à beira de um rio é o de sua aldeia.