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O mistério da Casa Verde, de Moacyr Scliar

by Lucas Gomes

Ao resolver transformar em clube a Casa Verde, um casarão abandonado que abrigara um antigo hospício da
cidade de Itaguaí, Arturzinho e seus amigos vão topar com um grande mistério. Para resolvê-lo, a turma
acaba recorrendo à leitura de O Alienista, livro de Machado de Assis, inspirado em fatos sucedidos
na própria Casa Verde, muitos anos antes. Mas como é que um livro publicado em 1882 pode ajudar a
compreender um mistério do presente? É o que os rapazes vão descobrir ao longo de uma história em que
não faltam suspense, ação, amor e aventura. Em O mistério da Casa Verde, de Moacyr Scliar, um
enredo original e vibrante leva o leitor atual a conhecer um dos maiores clássicos da literatura
brasileira. O livro é uma releitura de O alienista, de Machado de Assis.

Arturzinho, personagem central da releitura, era um menino corajoso, gostava muito de aventuras, tinha
um rival, André que fazia parte da turma junto a Pedro Bola e Léo, o intelectual e mais inteligente
deles. Já na obra O alienista o protagonista é Simão Bacamarte, um homem estranho que achava que
todas as pessoas eram anormais e as mandava para seu “consultório”: a Casa Verde. Ele se achava perfeito,
sem defeitos. A história de Machado de Assis aconteceu no final do século XIX, usavam roupa da época e
foi quando começaram a surgir clínicas para loucos. Na versão original, Simão manda soltar todos os
“presos” da Casa Verde, descobre que era normal ser maluco. O doutor percebeu que ele era perfeito e isso
não era normal, então ele prendeu-se na Casa Verde e entregou-se ao estudo e à cura de si mesmo, assim
acaba a história. Dizem os cronistas que ele morreu daí a dezessete meses, no mesmo estado em que entrou.

Já na releitura a história acaba com o começo do namoro de Arturzinho e Lúcia. Os meninos realizaram seu
sonho, tendo o seu clube de jovens numa parte da antiga Casa Verde e na outra parte foram organizados o
Centro Cultural Machado de Assis (onde acontece uma encenação todas às sextas-feiras), uma sala de vídeo,
uma biblioteca e uma oficina de artes.

Na linguagem utilizada pelos dois autores, podemos perceber uma grande diferença, veja um trecho da obra
de Machado de Assis: A vereança de Itaguaí, entre outros pecados de que é argüida pelos cronistas,
tinha o de não fazer caso dos dementes. Assim é que cada louco furioso era trancado em uma alcova, na
própria casa, e não curado, mas descurado, até que a morte o vinha desfraldar do benefício da vida; os
mansos andavam à solta pela rua
. O autor usa uma linguagem culta, difícil de entender. Já Moacyr
Scliar, usa uma linguagem fácil, para jovens, veja: Espera um pouco: o cara disse que é um médico
que cuida de loucos? Mas ele tem mais cara de maluco do que de médico…
.

Tempo e Espaço

O espaço é Itaguaí – Rio de Janeiro, cidade pequena do Brasil, igual a qualquer outra, as rivalidades do
futebol entre os times da região e outras coisas encontradas em cidades pequenas.

Passa-se nos dias atuais e remete-se à história de O Alienista passada em 1881. A narrativa demora
cerca de dois meses que é o tempo em que Arturzinho e seus amigos resolveram fazer uma danceteria na Casa
Verde.

Foco narrativo

O texto é narrado em terceira pessoa.

Personagens principais

Arturzinho – líder do grupo e tem facilidade em lidar com as garotas.
André – melhor amigo de Arturzinho, também tinha facilidade em lidar com as garotas.
Léo – intelectual do grupo, sempre com um livro debaixo do braço.
Pedro “bola” – o mais “gordinho” da turma, sempre devorando a maior parte das pizzas de
Marcolino.

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