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O Primo Basílio, de Eça de Queirós

by Lucas Gomes

31. (FUVEST) O primo Basílio pertence à fase dita realista de seu autor, Eça de Queirós. É reconhecido, também, como um romance de tese – tipo de narrativa em que se demonstra uma idéia, em geral com intenção crítica e reformadora. Tendo em vista essas determinações gerais, é correto afirmar que, nesse romance:

a) o foco expressivo se concentra na interioridade subjetiva das personagens, que se dão a conhecer por suas idéias e sentimentos, e não por suas falas ou ações.
b) as personagens se afastam de caracterizações típicas, tornando-se psicologicamente mais complexas e individualizadas.
c) a preferência é dada à narração direta, evitando-se recursos como a ironia, o suspense, o refinamento estilístico de períodos e frases.
d) o interesse pelas relações entre o homem e o meio amplia o espaço e as funções das descrições, tornadas mais minuciosas e significativas.
e) a narração de ações, a criação de enredos e as reflexões do narrador são amplamente substituídas pelo debate ideológico-moral entre Jorge e o Conselheiro Acácio.

32. (FUVEST) Personagem do romance O primo Basílio, de Eça de Queirós, tornou-se tão conhecida por suas intervenções, que seu nome deu origem a palavras dele derivadas como: acaciano, acaianismo, acacianamente.
Assinalar a alternativa que explica o significado atribuído a estas palavras em função do Conselheiro Acácio:

a) trivialidade com feição sentenciosa ou gravemente ridículas.
b) inesperadas declarações ou informações que dão novo rumo à conversa.
c) afirmações irrefutáveis ou solidamente argumentadas.
d) ironias profundas ou sutis ridicularizações imprevisíveis.
e) argumentação cerrada ou raciocínios cerebrinamente elaborados.

33. (FUVEST) Assim pois, o sacristao da Sé, um dia, ajudando à missa, viu entrar a dama, que devia ser sua colaboradora na vida de Dona Plácida. Viu-a outros dias, durante semanas inteiras, gostou, dísse-lhe alguma graça, pisou-lhe o pé, ao acender os altares, nos dias de festa. Ela gostou dele, acercaram-se, amaram-se. Dessa conjunção de luxúrias vadias brotou Dona Plácida. É de crer que Dona Plácida não falasse ainda quando nasceu, mas se falasse podia dizer aos autores de seus dias: “— Aqui estou. Para que me chamastes?” E o sacristão e a sacristã naturalmente lhe responderiam: “— Chamamos-te para queimar os dedos nos tachos, os olhos na costura, comer mal, ou não comer, andar de um lado para outro, na faina, adoecendo e sarando, com o fim de tornar a adoecer e sarar outra vez, triste agora, logo desesperada, amanhã resignada, mas sempre com as mãos no tacho e os olhos na costura, até acabar um dia na lama ou no hospital; foi para isso que te chamamos, num momento de simpatia”. (Machado de Assis – Memórias póstumas de Brás Cubas)

A vida de Dona Plácida, referida no excerto, é muito semelhante à vida de trabalhos duros e incessantes de Juliana (O primo Basilio), com a diferença de que a personagem de Eça de Queirós:

a) não mais se fiava no favor dos patrões, passando a arquitetar um plano astucioso, embora indigno, para emancipar-se.
b) não era uma agregada, como Dona Plácida, mas uma criada, condição que a tornava ainda mais desprovida de direitos legais.
c) pautava sua conduta por uma rígida moral puritana, que a fazia revoltar-se contra os amores adúlteros da patroa.
d) tinha menos motivos para revoltar-se, tendo em vista a consideração de que gozava na casa dos patrões.
e) não temia miséria nem desamparo e, por isso, enfrentava os patrões de modo aberto e corajoso.

34. (FUVEST) Empenhado em diagnosticar problemas da sociedade, o romance realista-naturalista os toma como peças de demonstração de tese. Com “O Primo Basílio”, Eça de Queiros trata o adultério na sociedade lisboeta, buscando as causas que teriam levado Luisa, a personagem principal, a cometê-lo. Escolha dentre as alternativas seguintes a que mais se aproxima das causas que abriram a Luisa o caminho do adultério.

a) Personalidade forte, Luisa conduz a ação de acordo com suas ambições pessoais.
b) Frívola e em disponibilidade, ela fica à mercê de circunstâncias propícias.
c)Doentiamente apaixonada pelo primo, deixa-se conduzir sem opor resistência.
d)Insatisfeita com o marido, burguês insensível, busca na aventura sua satisfação.
e) Conhecedora dos casos extraconjugais do marido, procura uma forma de vingança.

35. (VUNESP) Leia com atenção:

“Ele soube, com efeito continuando e metodizando o trabalho de Garrett, reaproveitar a linguagem corrente, orientar-se no sentido dos seus ritmos e da sua sintaxe, tirar partido do seu vocabulário habitual, torná-la apta a exprimir uma intencionalidade ideológica e estética mais rica do que aquela em que anteriormente fora utilizada.” (Oscar Lopes e A. José Saraiva)

A apreciação anterior diz respeito ao maior prosador realista da literatura portuguesa. A alternativa que o indica é:

a) Alexandre Herculano
b) Camilo Castelo Branco
c) Antero de Quental
d) Eça de Queirós
e) Fialho de Almeida

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