Home EstudosSala de AulaBiologia Protozooses: 4. Malária

Protozooses: 4. Malária

by Lucas Gomes



Glóbulos vermelhos do sangue explodindo
após a infecção
da maláriaSinonímia –

Paludismo, impaludismo, febre palustre,
febre intermitente, febre terçã benigna, febre terçã
maligna, além de nomes populares como maleita, sezão, tremedeira,
batedeira ou febre.

Agente etiológico – Protozoários do gênero
Plasmodium. No Brasil, três espécies estão associadas
à malária em seres humanos: P. vivax, P. falciparum
e P. malariae. Em relação ao P. ovale, nunca
foi registrada transmissão autóctone no Brasil estando restrita
a determinadas regiões do continente africano e a casos importados de
malária no Brasil.

Reservatório – O homem é o único reservatório
com importância epidemiológica para a malária humana.

CICLO

Em comum, todas as espécies de Plasmodium atacam células do
fígado e glóbulos vermelhos (hemácias), que são
destruídos ao serem utilizados para reprodução do protozoário.
Quando o mosquito pica o homem, introduz em sua corrente sangüínea,
por meio de sua saliva, uma forma ativa do Plasmodium, denominada esporozoíta
e que faz parte de uma de suas fases evolutivas. Uma vez no sangue, os esporozoítas
rumam para o fígado, onde penetram as células hepáticas
para se multiplicarem, dando origem a outra fase evolutiva chamada merozoíta.
Uma parte dos merozoítas permanece no fígado e continua a se reproduzir
em suas células, a outra cai novamente na corrente sangüínea
e adentra as hemácias para seguir com o processo reprodutivo. As hemácias
parasitadas também são destruídas e originam ora outros
merozoítas, ora gametócitos, células precursoras dos gametas
do parasita e que são tanto femininas quanto masculinas.

O mosquito Anopheles torna-se vetor da malária a partir do
momento que ingere gametócitos (femininos e masculinos) de um indivíduo
infectado. Dentro do mosquito, os gametócitos tornam-se gametas e fecundam-se,
originando o zigoto, que atravessa a parede do estômago do inseto e transforma-se
em oocisto, tipo de célula-ovo. Após algum tempo, o oocisto se
rompe e libera novos esporozoítos, que migram para as glândulas
salivares do mosquito estando assim prontos para infectar um novo indivíduo.

Dos três tipos de Plasmodium existentes no Brasil, o mais agressivo é
o P. falciparum, que multiplica-se mais rapidamente e, conseqüentemente,
invade e destroi mais hemácias que as outras espécies, causando,
assim, um quadro de anemia mais imediato. Além disso, os glóbulos
vermelhos parasitados pelo P. falciparum sofrem alterações
em sua estrutura que os tornam mais adesivos entre si e às paredes dos
vasos sangüíneos, causando pequenos coágulos que podem gerar
problemas cardíacos como tromboses e embolias.

Geralmente, após a picada do mosquito transmissor, o P. falciparum
permanece incubado no corpo do indivíduo infectado por 12 dias. A seguir,
surge um quadro clínico variável, que inclui calafrios, febre
alta (no início contínua e depois com freqüência de
três em três dias), dores de cabeça e musculares, taquicardia,
aumento do baço e, por vezes, delírios. No caso de infecção
por P. falciparum, também existe uma chance em dez de se desenvolver
o que se chama de malária cerebral, responsável por cerca de 80%
dos casos letais da doença. Além dos sintomas correntes, aparece
ligeira rigidez na nuca, perturbações sensoriais, desorientação,
sonolência ou excitação, convulsões e vômitos
e dores de cabeça, podendo o paciente chegar ao coma. Por vezes, o quadro
da malária cerebral lembra a meningite, o tétano, a expilepsia,
o alcoolismo dentre outras enfermidades neurológicas.

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