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Sagarana, de Guimarães Rosa

by Lucas Gomes

1.

(CEFET-PR) Sobre os contos de Sagarana é
INCORRETO afirmar:

A) A volta do marido pródigo demonstra, no comportamento do protagonista,
o poder criador da palavra, dimensão da linguagem tão apreciada
por Guimarães Rosa.
B) Tanto em Corpo fechado quanto em Minha gente o espaço
é variado, deslocando-se a ação de um lugar para outro.
C) Em Duelo e Sarapalha figuram personagens femininas cujos traços
não aparecem nas mulheres de outros contos.

D) O burrinho pedrês, Conversa de bois e São Marcos
trabalham com a mudança de narradores.
E) A hora e a vez de Augusto Matraga não apresenta a inserção
de casos ou narrativas secundárias.

2. (UPF) Nos contos de Sagarana, Guimarães
Rosa resgata, principalmente, o imaginário e a cultura:

A) da elite nacional
B) dos proletários urbanos
C) dos povos indígenas
D) dos malandros de subúrbio
E) da gente rústica do interior

3. (FUVEST) Ele se aproximou e com voz cantante de nordestino que a
emocionou, perguntou-lhe:
— E se me desculpe, senhorinha, posso convidar a passear?
— Sim, respondeu atabalhoadamente com pressa antes que ele mudasse de
idéia.
— E, se me permite, qual é mesmo a sua graça?
— Macabéa.
— Maca — o quê?
— Bea, foi ela obrigada a completar.
— Me desculpe mas até parece doença, doença de pele.
Eu também acho esquisito mas minha mãe botou ele por promessa
a Nossa Senhora da Boa Morte se eu vingasse, até um ano de idade eu não
era chamada porque não tinha nome, eu preferia continuar a nunca ser
chamada em vez de ter um nome ue nin uém tem mas arece ue deu certo —
arou um instante retomando o fôlego perdido e acrescentou desanimada e
com pudor — pois como o senhor vê eu vinguei… pois é…
— Também no sertão da Paraíba promessa é questão
de grande divida de honra.
Eles não sabiam como se passeia. Andaram sob a chuva grossa e pararam
diante da vitrine de uma loja de ferragem onde estavam expostos atrás
do vidro canos, latas, parafusos grandes e pregos. E Macabéa, com medo
de que o silêncio já significasse uma ruptura, disse ao recém-namorado:
— Eu gosto tanto de parafuso e prego, e o senhor?
Da segunda vez em que se encontraram caia uma chuva fininha que ensopava os
ossos. Sem nem ao menos se darem as mãos caminhavam na chuva que na cara
de Macabéa parecia lágrimas escorrendo.
(Clarice Lispector,
A hora da estrela)

Ao dizer: “(..) promessa é questão de grande dívida
de honra”
, Olímpico junta, em urna só afirmação,
a obrigação religiosa e o dever de honra. A personagem de Sagarana
que, em suas ações finais, opera uma junção semelhante
é:

A) Major Saulo, de O burrinho pedrês.
B) Lalino, de Traços biográficos de Lalino Salãthiel
ou A volta do marido pródigo.
C) Primo Ribeiro, de Sarapalha.
D) João Mangolô, de São Marcos.
E) Augusto Matraga, de A hora e vez de Augusto Matraga.

4. (UEL) O trabalho com a linguagem por meio da recriação
de palavras e a descrição minuciosa da natureza, em especial da
fauna e da flora, são uma constante na obra de João Guimarães
Rosa. Esses elementos são recursos estéticos importantes que contribuem
para integrar as personagens aos ambientes onde vivem, estabelecendo relações
entre natureza e cultura. Em Sarapalha, conto inserido no livro Sagarana,
de 1946, referências do mundo natural são usadas para representar
o estado febril de Primo Argemiro.
Com base nessa afirmação, assinale a alternativa em que a descrição
da natureza mostra o efeito da maleita sobre a personagem Argemiro:

A) “É aqui, perto do vau da Sarapalha: tem uma fazenda, denegrida
e desmantelada; uma cerca de pedra seca, do tempo de escravos; um rego murcho,
um moinho parado; um cedro alto, na frente da casa; e, lá dentro uma negra,
já velha, que capina e cozinha o feijão.”

B) “Olha o rio, vendo a cerração se desmanchar. Do colmado
dos juncos, se estira o vôo de uma garça, em direção
à mata. Também, não pode olhar muito: ficam-lhe muitas garças
pulando, diante dos olhos, que doem e choram, por si sós, longo tempo.”

C) “É de-tardinha, quando as mutucas convidam as muriçocas
de volta para casa, e quando o carapana mais o mossorongo cinzento se recolhem,
que ele aparece, o pernilongo pampa, de pés de prata e asas de xadrez.”

D) “Estava olhando assim esquecido, para os olhos… olhos grandes escuros
e meio de-quina, como os de uma suaçuapara… para a boquinha vermelha,
como flor de suinã….”

E) “O cachorro está desatinado. Pára. Vai, volta, olha,
desolha… Não entende. Mas sabe que está acontecendo alguma coisa.
Latindo, choramingando, chorando, quase uivando.”

5. (PUC-SP) O conto Conversa de bois integra a obra Sagarana,
de João Guimarães Rosa. De seu enredo como um todo, pode afirmar-se
que:

A) os animais justiceiros, puxando um carro, fazem uma viagem que começa
com o transporte de uma carga de rapadura e um defunto e termina com dois.

B) a viagem é tranqüila e nenhum incidente ocorre ao longo da jornada,
nem com os bois nem com os carreiros.
C) os bois conversam entre si e são compreendidos apenas por Tiãozinho,
guia mirim dos animais e que se torna cúmplice do episódio final
da narrativa.
D) a presença do mítico-lendário se dá na figura da
irara, “tão séria e moça e graciosa, que se fosse mulher
só se chamaria Risoleta” e que acompanha a viagem, escondida, até
à cidade.
E) a linguagem narrativa é objetiva e direta e, no limite, desprovida de
poesia e de sensações sonoras e coloridas.

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