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Shakespeare e o Teatro

by Lucas Gomes

A obra e personagens de William Shakespeare formam um dos mais impressionantes painéis da genialidade humana. Conheça mais sobre os trabalhos e vida do grande dramaturgo que encanta o mundo há mais de quatro séculos.

SHAKESPEARE E SEU TEMPO – Apesar de William Shakespeare ser considerado um dos maiores dramaturgos de todos os tempos, pouco sabe-se sobre sua vida. Conheça o momento histórico vivido pelo gênio e entenda melhor sua inspiração e motivações.

SHAKESPEARE, O FILHO DO LUVEIRO – Nem mesmo William Shakespeare viu-se livre do preconceito social. O escritor foi alvo de dúvidas quanto à capacidade de ter escrito obras teatrais tão apreciadas pelo mundo todo já que era filho de um simples fabricante de luvas, e não recebeu formação universitária.

SHAKESPEARE E O REI DEPOSTO – Na peça Ricardo II, Shakespeare conta a história e um rei que, achando-se dotado de poder divino, é surpreendido por um ataque da nobreza e camponeses, mostrando então toda sua fragilidade humana.

AS CONSTELAÇÕES DE SHAKESPEARE – A obra de Shakespeare, concluída com sua morte em 1616, dada a sua vastidão e profundidade, pode ser considerada como uma grande construção astronômica, como um cosmo escrito e erguido por um só grande homem.

INTERPRETANDO HAMLET – No decorrer da História, os motivos da revolta da personagem central da mais famosa peça de Shakespeare ganharam as mais variadas interpretações de escritores e pensadores do mundo todo. Veja a seguir algumas impressões deixadas pelo inconformado príncipe da Dinamarca.

O PODER DAS BRUXAS – A peça Macbeth, que Shakespeare encenou em 1605/6, é uma das poucas em que ele assustou a platéia com uma história de bruxas, alertando o público para o efeito nefasto de qualquer aproximação com elas.

O teatro de Shakespeare

O século XVI na Inglaterra, na época do reinado de Isabel, falecida em 1603, foi o momento de ouro da dramaturgia britânica, inteiramente dominada pela personalidade artística e pelo gênio criativo de Shakespeare, exercido por ele e por seus companheiros da Companhia do Camarlengo na sua sede à beira do Rio Tâmisa, o Globe Theatre.

A construção de um teatro

Shakespeare e a Companhia do Camarlengo (mais tarde chamada The King’s men) construíram um teatro – o Globe Theatre – na margem esquerda do Rio Tâmisa, no chamado Bankside, logo após a Ponte da Torre de Londres, em 1599. As sessões só ocorriam durante a temporada de verão, pois o local não era coberto. Também as suspendiam quando havia algum surto de peste, o que ocorria freqüentemente. Aliás há estudos que mostram como as temporadas e por conseqüência as peças que o bardo escrevia eram, por assim dizer, condicionadas pelos surtos pestíferos que assolavam a capital inglesa com impressionante regularidade. Então, para ganhar a vida a companhia, partindo de Londres, fazia uma turnê pelo interior. Aliás, no Hamlet (ato III, cena II), Shakespeare faz referência a esse tipo de apresentação itinerante, de teatro ambulante mostrando a chegada de um grupo de atores ao Castelo de Elsenor para uma encenação na Corte, fazendo com que a atuação deles, ainda que indiretamente, fosse decisiva na elucidação do crime que vitimou o pai do príncipe.

Forma e dimensão:

O Globe, fazendo juz ao nome, tinha a forma de um círculo – “Wooden O” – com um grande pátio interno onde cabiam de 500 a 600 pessoas que assistiam o espetáculo a preços módicos. As arquibancadas estavam divididas em três andares erguidos ao redor do palco e acolhiam os mais aquinhoados. Calcula-se que comportava mais 1.500 espectadores, perfazendo uns dois mil ao todo nos dias de casa lotada. Sua dimensão alcançava 92 metros e tinha dez de altura. O primeiro Globe não durou muito, pois foi devorado por um incêndio em 1613, três anos antes da morte de Shakespeare, durante a encenação de Henrique VIII, quando uma fagulha do canhão saltou sobre o telhado de palha. Imagina-se que Shakespeare, já retirado para Stratford-on-Avon aposentado, deveria ter voltado para auxiliar na recuperação do prédio.

O fechamento dos teatros

Em 1642, com o início da Revolução Puritana – que terminou decapitando o rei Carlos I, em 1649 – todas as casas de espetáculo foram fechadas. Os puritanos não aceitavam as representações teatrais, considerando-as pecaminosas ou heréticas. Até a morte de Cromwell em 1658, nada mais foi visto em Londres ou na Inglaterra. Somente com a restauração monárquica, com a volta dos Stuart ao poder em 1661, o rei Carlos II, determinou-se a reabertura dos espetáculos. Eles haviam ficado fechados por quase vinte anos! Mas o Globe não gozou por muito tempo a liberdade recém-conquistada, pois em 1666 um devastador incêndio arrasou com a cidade inteira, incinerando junto o belo teatro que Shakespeare ajudara à construir.

A reconstrução recente do Globe

O Globe inteiramente restaurado

Somente em agosto de 1996 concluiu-se a reconstrução do The Globe graças ao esforço de americano Sam Wanamaker, que, desde os anos de 1970, mobilizou amplos setores da sociedade e do empresariado londrino, obtendo os recursos para o seu reerguimento mais ou menos no mesmo local do antigo teatro, com o nome Globe Shakespeare Theatre. Passaram-se 330 anos desde sua última apresentação. Dessa forma, o espírito do bardo retorna às margens do Tâmisa, cujas águas serviram como uma interminável fonte de inspiração à sua imortal grandeza, dando vida ao corpo do novo teatro.

A obra e personagens de William Shakespeare formam um dos mais impressionantes painéis da genialidade humana. Conheça mais sobre os trabalhos e vida do grande dramaturgo que encanta o mundo há mais de quatro séculos.

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