Home EstudosSala de AulaDiversos 1962: Ameaça de 3ª Guerra Mundial

1962: Ameaça de 3ª Guerra Mundial

by Lucas Gomes


Reunião de John F. Kennedy com Nikita Khrushchev, em Viena, junho, 1961 No dia 22 de outubro de 1962, o então presidente dos Estados Unidos, John Kennedy, exigiu severamente da União Soviética o desmonte de suas bases de lançamento de mísseis e a retirada dos projéteis instalados em Cuba sob a ordem de Nikita Khrushchev. A União Soviética cedeu seis dias mais tarde, depois de um bloqueio naval à ilha caribenha.

Em outubro de 1962, o confronto entre os Estados Unidos e a União Soviética colocou o mundo à beira de um conflito nuclear. Aviões de reconhecimento norte-americanos descobriram mísseis soviéticos de médio alcance instalados em Cuba. Com alcance de 1800 quilômetros, eles poderiam atingir alvos em todo o sudeste dos Estados Unidos, incluindo Nova Orleans, Houston, St. Louis e até Washington. A URSS ainda preparava a instalação de outras rampas de lançamento de mísseis no país centro-americano. Fotos aéreas não deixavam dúvidas de que os russos pretendiam colocar suas bases em condições de ataque.

Bloqueio naval contra Cuba


Presidente Kennedy, EUA, advertiu Fidel Castro
para remover os mísseis soviéticos de Cuba

No dia 22 de outubro, o presidente John Kennedy denunciou, em pronunciamento pela televisão, a existência dos mísseis russos na América Central. “Essas rampas não devem ter outro objetivo que o ataque nuclear contra o mundo ocidental”, declarou.

Para ele, a transformação de Cuba em base estratégica, com a instalação de armas de destruição em massa, representava uma ameaça à paz e à segurança do continente americano. “Nem os Estados Unidos, nem a comunidade internacional irão se iludir e aceitar essa ameaça”, advertiu.

Ainda no mesmo dia, os EUA decretaram um bloqueio naval contra a ilha de Fidel Castro e deram um ultimato à URSS. Kennedy exigiu do chefe de Estado Nikita Khrushchev o imediato desmonte das rampas, a retirada dos mísseis e a renúncia à instalação de novas armas ofensivas em Cuba. Washington advertiu também que, caso o bloqueio fracassasse, a ilha seria invadida.

ONU contorna ameaça de guerra

Qualquer transgressão do bloqueio por navios soviéticos poderia desencadear a guerra entre as duas potências atômicas. A Organização das Nações Unidas ofereceu-se para mediar. A crise foi administrada e acabou sendo contornada. No dia 28 de outubro, Khrushchev cedeu à pressão norte-americana, retirando os mísseis e admitindo uma inspeção da ONU.

Em contrapartida, Kennedy garantiu que os Estados Unidos não fariam novas tentativas de invasão a Cuba, como a que fracassara na Baía dos Porcos em 1961. Num acordo secreto com a URSS, os EUA também se comprometeram a retirar seus mísseis tipo Júpiter da Turquia.

A crise de Cuba entrou para a história como a maior demonstração de força da administração Kennedy. Os preparativos militares soviéticos, à época, não só irritaram os norte-americanos como também foram interpretados como provocação bélica por outros países ocidentais.

“Telefone Vermelho” entre Washington e Moscou

A comunidade internacional reagiu aliviada ao fim da crise. Mesmo nos dias de maior tensão, Willy Brandt, então prefeito de Berlim – uma cidade especialmente atingida pela Guerra Fria -, manteve a convicção de que a superação dessa crise significaria um passo decisivo rumo à paz mundial.

Esse confronto entre os Estados Unidos e a União Soviética evidenciou definitivamente a necessidade de uma política de distensão. A possibilidade de uma guerra nuclear persistiu até o último momento.

Em junho de 1963, Moscou e Washington decidiram instalar um “telefone vermelho”. Tratava-se de uma linha de telex, para “utilizar em caso de urgência”.

A crise não terminou. O exército soviético, humilhado pela retirada, fazia grandes esforços para se compensar frente a seu rival.

Esta crise revelou “o perigo mortal de um confronto armado direto das duas grandes potências”, segundo embaixador.

Em 1963, os dois protagonistas assinaram um tratado acabando com os testes nucleares atmosféricos.

Os Estados Unidos e a URSS iniciam o diálogo que finalizou com o Tratado ABM (1972), com a proibição de isntalação de um sistema antimísseis capaz de quebrar o equilíbrio de forças.

Depois da assinatura do Tratado SALT-1 (1971), que limitava o crescimento dos arsenais, os dois países se comprometeram para um diálogo sobre a redução desses mesmos arsenais, iniciado com o Tratado START-1 (1991).

O último tratado de redução estratégica vigente terminou em maio passado em Moscou, que deve destruir até 2012 os arsenais nucleares dos dois países. Calcula-se entre 1.700 e 2.200 ogivas nucleares.

O “telefone vermelho” foi modernizado com uma linha via satélite (1971), ainda que a troca de informações sobre os alertas nucleares continue em vigor em virtude de um tempo muito mais curto, de uns dez minutos, ante a resposta de um eventual ataque.

Fontes: Deutche Welle | AFP]]>

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