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Terremotos

by Lucas Gomes

Terremoto ou abalo sísmico é um movimento brusco e repentino do terreno resultante de um falhamento, que dura cerca de 1 a 2 minutos. A ruptura de uma rocha é o mecanismo pelo qual o terremoto é produzido. Essa ruptura causa a liberação de uma grande quantidade de energia, a qual gera ondas elásticas que se propagam pela Terra em todas as direções.

As rochas comportam-se como corpos elásticos e podem acumular deformações quando submetidas a esforços de compressão ou de tração. Quando esse esforço excede o limite de resistência da rocha esta se rompe ao longo de um plano, novo ou pré-existente de fratura, chamado falha.

Normalmente não é o deslocamento na fratura que causa maior estrago, mas sim as vibrações (ondas elásticas) que se propagam a partir da fratura. Na maior parte das vezes a fratura nem atinge a superfície, mas as vibrações podem ser fortes o suficiente para causar danos consideráveis.

As forças tectônicas que causam os sismos são devidas aos processos dinâmicos que ocorrem no interior da Terra, principalmente os lentos movimentos de convecção no manto, responsáveis pela deriva dos continentes.

Como ocorre o terremoto?

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A terra é formada por camadas: a hidrosfera (de água), a atmosfera (de gases) e a litosfera (de rochas). A litosfera é a camada mais rígida da terra e divide-se em partes menores chamadas placas tectônicas. Essas placas tectônicas se movimentam lentamente, gerando um processo contínuo de esforço e deformação nas grandes massas da rocha. Quando esse esforço supera o limite de resistência da rocha, faz com que ela se rompa liberando parte da energia acumulada que é liberada sob forma de ondas elásticas, chamadas de ondas sísmicas. Essas ondas podem se espalhar em todas as direções, fazendo a terra vibrar intensamente, ocasionando os terremotos.

Tipo de ondas

Existem diversos tipos de ondas elásticas que são liberadas quando ocorre um terremoto. Os tipos mais importantes são:

  • Ondas P (ou primárias) – movimentam as partículas do solo comprimindo-as e dilatando-as. A direção do movimento das partículas é paralela à direção de propagação da onda;

  • Ondas S (ou secundárias) – movimentam as partículas do solo perpendicularmente à direção da propagação da onda.

As ondas P propagam-se pela crosta terrestre com velocidade típica de 6 a 8 km/s em rochas consolidadas; a velocidade das ondas S é tipicamente 0% a 70% da velocidade da onda P no material.  Apesar da velocidade das ondas variar com as propriedades das rochas (densidade, rigidez, compressibilidade), a razão entre a velocidade das ondas P e S é praticamente constante.

As ondas sísmicas são registradas por sismógrafos, equipamentos sensíveis que detectam e registram o movimento das partículas do solo em uma determinada direção.
A diferença no tempo de chegada das ondas S e P pode fornecer a  localização do epicentro do terremoto, se ele for adequadamente  registrado por no mínimo três estações.

Magnitude

Magnitude é uma medida quantitativa do tamanho do terremoto. Ela está relacionada com a energia sísmica liberada no foco e também com a amplitude das ondas registradas pelos sismógrafos. No entanto, a própria natureza impõe um limite superior a esta escala já que ela está condicionada ao próprio limite de resistência das rochas da crosta terrestre.

Magnitudes ainda são largamente estabelecidas na escala Richter na mídia popular, embora usualmente magnitudes momentâneas – numericamente quase o mesmo – são atualmente dadas. A escala Richter foi desenvolvida em 1935 pelos sismólogos Charles Francis Richter e Beno Gutenberg, ambos membros do California Institute of Technology. Após recolher dados de inúmeras ondas sísmicas liberadas por terremotos, criaram um sistema para calcular as magnitudes dessas ondas. No princípio, esta escala estava destinada a medir unicamente os tremores que se produziram na Califórnia (oeste dos Estados Unidos).

Escala Richter
Descrição
Magnitude
Efeitos
Frequência
Micro
Micro tremor de terra
~ 8000 por dia
Muito pequeno
2,0 – 2,9
Geralmente não se sente mas é detectado/registrado.
~ 1000 por dia
Pequeno
3,0 – 3,9
Frequentemente sentido mas raramente causa danos.
~ 49000 por ano
Ligeiro
4,0 – 4,9
Tremor notório de objetos no interior de habitações, ruídos de choque entre objetos. Danos importantes pouco comuns.
~ 6200 por ano
Moderado
5,0 – 5,9
Pode causar danos maiores em edifícios mal concebidos em zonas restritas. Provoca danos ligeiros nos edifícios bem construídos.
800 por ano
Forte
6,0 – 6,9
Pode ser destruidor em zonas num raio de até 180 quilômetros em áreas habitadas.
120 por ano
Grande
7,0 – 7,9
Pode provocar danos graves em zonas mais vastas.
18 por ano
Importante
8,0 – 8,9
Pode causar danos sérios em zonas num raio de centenas de quilômetros.
1 por ano
Excepcional
9,0 – 9,9
Devasta zonas num raio de milhares de quilômetros.
1 a cada 20 anos
Extremo
> 10,0
Nunca registrado.
Extremamente raro (Desconhecido)

Intensidade

A intensidade sísmica é uma medida qualitativa que descreve os efeitos produzidos pelos terremotos em locais da superfície terrestre. A classificação da intensidade sísmica é feita a partir da observação “in loco” dos danos ocasionados nas construções, pessoas ou meio ambiente. Esses efeitos são denominados macrossísmicos.

Existem diferentes escalas de intensidade. A escala de Richter não permite avaliar a intensidade sísmica de um sismo num local determinado e em particular em zonas urbanas. A mais utilizada, particularmente no ocidente, foi proposta por G. Mercalli em 1902, posteriormente alterada em 1931 (Mercalli Modificada, 1931). Ela possui 12 graus indicados por algarismos romanos de I até XII. Veja, abaixo, a descrição simplificada da Escala de Mercalli Modificada -1931.

Escala de Mercalli Modificada (1956)
I
Imperceptível
Não sentido. Apenas registado pelos sismógrafos.
II
Muito fraco
Sentido por um muito reduzido número de pessoas em repouso, em especial pelas que habitam em andares elevados.
III
Fraco
Sentido por um pequeno número de pessoas. Bem sentido nos andares elevados.
IV
Moderado
Sentido dentro das habitações, podendo despertar do sono um pequeno número de pessoas. Nota-se a vibração de portas e janelas e das louças dentro dos armários.
V
Forte
Praticamente sentido por toda a população, fazendo acordar muita gente. Há queda de alguns objetos menos estáveis e param os pêndulos dos relógios.
VI
Bastante Forte
Provoca início de pânico nas populações. Produzem-se leves danos nas habitações, caindo algumas chaminés. O mobiliário menos pesado é deslocado.
VII
Muito Forte
Caem muitas chaminés. Há estragos limitados em edifícios de boa construção, mas importantes e generalizados nas construções mais frágeis. Facilmente perceptível pelos condutores de veículos automóveis em trânsito. Desencadeia pânico geral nas populações.
VIII
Ruinoso
Danos acentuados em construções sólidas. Os edifícios de muito boa construção sofrem alguns danos. Caem campanários e chaminés de fábricas.
IX
Desastroso
Desmoronamento de alguns edifícios. Há danos consideráveis em construções muito sólidas.
X
Destruidor
Abrem-se fendas no solo. Há cortes nas canalizações, torção nas vias de caminho de ferro e fissuração nas estradas.
XI
Catastrófico
Destruição da quase totalidade dos edifícios, mesmo os mais sólidos. Caem pontes, diques e barragens. Destruição das redes de canalização e das vias de comunicação. Formam-se grandes fendas no terreno, acompanhadas de desligamento. Há grandes escorregamentos de terrenos.
XII
Cataclismo
Destruição total. Modificação da topografia. Nunca foi presenciado no período histórico.

É no epicentro do terremoto que normalmente o grau de intensidade é mais elevado e seus efeitos vão diminuindo a medida que se se afasta dessa área. Não existe correlação direta entre magnitude e intensidade de um sismo. Um terremoto forte pode produzir intensidade baixa ou vice-versa. Fatores como a profundidade de foco, distância epicentral, geologia da área afetada e qualidade das construções civís são parâmetros que acabam por determinar o grau de severidade do sismo.

Os 10 maiores terremotos

Confira abaixo quais são, por enquanto, os 10 maiores terremotos já registrados (segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos) desde 1900:

 
Magnitude
Local
Data
Consequências
1
 9.5 graus
Chile 
22 de Maio de 1960
1.655 mortos, 3000 feridos, dois milhões de desabrigados e US$500 milhões de prejuízo ao país.
2
9.2 graus
Príncipe William, Alasca 
27 e 28 de março de 1964
128 mortos (113 no tsunami e 15 no terremoto) e US$311 milhões em prejuízo.
3
9.1 graus
Costa Oeste do norte de Sumatra, Indonésia
26 de dezembro de 2004
227.898 mortos e 1,7 milhão de desabrigados no terremoto e tsunami que atingiu 14 países do sul da Ásia e leste da África.
4
9.0 graus
Península de Kamchatka, Rússia
11 de abril de 1952
gerou mais de US$1 milhão em prejuízos no Havaí
5
8.8 graus
Costa de Maule, Chile
27 de fevereiro de 2010
pelo menos 521 mortos, 56 desaparecidos, 12 mil feridos, 800 mil desabrigados e 370 mil casas, 4.013 escolas e 79 hospitais danificados.
6
8.8 graus
Equador
31 de janeiro de 1906
entre 500 e 1500 mortos.
7
8.7 graus
Alasca
4 de fevereiro de 1965
causou prejuízos de US$10 mil.
8
 8.6 graus
Norte de Sumatra, Indonésia
28 de março de 2005
pelo menos 1400 mortos.
9
 8.6 graus
Assam, Tibete
15 de agosto de 1950
pelo menos 780 mortos e 70 vilas destruídas
10
8.6 graus
Ilhas Andreanof, Alasca
9 de março de 1957
abriu uma cratera de 4,5 metros e despertou um vulcão adormecido a 200 anos.

 

Fontes: Cássia Nunes, para portal FIOCRUZ ( http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/terremoto.htm acessado em 20/06/2011)

IAG – Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP ( http://www.iag.usp.br/siae98/terremoto/terremotos.htm acessado em 19/06/2011)

Wikipedia

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