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MEC propõe trocar dívida de estudantes com o Fies por trabalho

by Lucas Gomes

O governo federal planeja trocar educação superior por trabalho.
Uma proposta do Ministério da Educação (MEC) quer colocar
médicos e professores formados com auxílio do Financiamento Estudantil
(Fies) trabalhando no sistema público de saúde e educação
e, em troca, oferecer a quitação de seus empréstimos.

Aos médicos, caberia trabalhar em algum dos cerca de 1,2 mil municípios
brasileiros onde até hoje não há atendimento. Já
os professores seriam contratados para tentar preencher o déficit de
250 mil vagas existente hoje no sistema público de ensino básico.

A intenção do MEC é anunciar o programa no dia
29
deste mês, em um evento com o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva em Nova Iguaçu (RJ), e vê-lo entrar em funcionamento
a partir dos contratos deste ano. No entanto, o efeito prático só
seria visto daqui a quatro anos: apenas novos candidatos ao Fies poderiam aderir
a essa proposta. A adesão não é obrigatória. Atualmente,
existem 14,3 mil alunos de medicina no Fies. A inadimplência média
do programa, para todos os cursos, é de 23%.

A proposta é dada como aceita dentro do governo, já que conta
com “extrema simpatia” do presidente Lula. Ainda falta, no entanto,
encerrar as negociações com a equipe econômica. “São
recursos que a União deixa de receber”, lembra o secretário
de Ensino Superior do MEC, Ronaldo Mota. “Mas, neste momento, pode ser
mais importante a troca por educação e saúde.”

Um dos detalhes a decidir, por exemplo, é se o programa para professores
seria para todas as áreas ou, dada as limitações financeiras,
concentrado em matemática, física, química e biologia,
disciplinas em que o déficit de professores é grave.

Também não estão definidas quantas vagas seriam oferecidas,
se todas as necessárias ou apenas um número limitado por ano,
e quanto tempo os estudantes teriam que trabalhar para quitar seu empréstimo.
Mas já está decidido que o futuro médico ou professor não
trabalhará de graça. Na verdade, ganhará duas vezes: um
salário, pago pelas prefeituras ou governos estaduais, e a quitação
do seu empréstimo. Os candidatos terão que cumprir pelo menos
20 horas semanais.

Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo

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