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MEC estuda mudanças para o Enem 2009

by Lucas Gomes

O Ministério da Educação (MEC) estuda mudanças
para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem ) de 2009. O objetivo, segundo
informou Reynaldo Fernandes, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Anísio Teixeira (Inep), é permitir a comparação
entre as notas de diferentes edições da prova.

“O Enem é uma prova clássica que tem bastante sucesso de
público. Mas ele tem uma deficiência de medida, pois os anos não
são comparáveis”, explicou Fernandes. Em 2007, por exemplo,
as médias da avaliação subiram bastante e a prova foi considerada
mais fácil pelo Inep – o que dificulta a seleção dos melhores
alunos, já que todo mundo que é mais ou menos bom fica com nota
alta.

Para quem presta vestibular, a mudança pode ser um grande auxílio.
Isso porque a maior parte dos processos seletivos permite apenas a utilização
da nota do último Enem realizado. Atualmente, quem fez Enem em 2006 e
quer prestar vestibular em 2008, não pode usar a pontuação
antiga.

A mesma restrição existe para quem busca uma bolsa de estudos
pelo Programa Universidade para Todos (ProUni), do governo federal. De acordo
com as regras atuais do programa, só quem fez a última edição
do Enem pode disputar. Se todos os exames tiverem o mesmo grau de dificuldade
existe a possibilidade da restrição ser eliminada.

“Existe uma equipe trabalhando na mudança. E já há
estudos anteriores que vão ser recuperados”, disse Fernandes. A
alteração não é simples: diversos modelos estatísticos
estão sendo discutidos e elaborados para levar à forma final do
Enem.

Provas diferentes

Outra alteração na vida dos candidatos é que a prova
com 63 questões objetivas pode deixar de ser única para todo o
país. Na prática, isso significa que os candidatos podem responder
a questões diferentes.

“Algumas questões passariam por todos os exames e outras não.
A idéia é que o estudante não perceba a diferença
com a alteração, porque não vai mudar o conteúdo
que cai na prova”, explica Fernandes.

Para que o Enem seja comparável de um ano para outro, a equipe do Inep
terá de pré-testar o exame. Com isso, será necessário
elaborar um número bem maior de questões.

Padrão internacional

O Enem é a única avaliação do MEC que não
pode ser comparada de ano para ano. Todas as outras podem ser estudadas no tempo,
como acontece com o Programa Internacional de Avaliação de Alunos
(Pisa), que mede o desempenho de estudantes de 57 países em domínio
da língua, matemática e ciências.

Segundo Andreas Schleicher, responsável pelo Pisa, elaborado pela Organização
para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a mudança
do Enem é um desafio. “A avaliação tem de ser relevante
para o momento em que é aplicada. Não se deve congelar um exame
só para que se possa fazer as comparações. Mas o Enem é
uma prova nova e sempre tem de passar por melhoras”, afirmou.

O anúncio das mudanças foi feito em entrevista após o
V Seminário de Outono, promovido pela Fundação Santillana
e pela Editora Moderna.

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