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Universidades crescem, mas têm problemas

by Lucas Gomes

No próximo vestibular das universidades federais no Estado de São
Paulo, o número de vagas em disputa será 33% maior do que no anterior.

Só a UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) terá
1.107 vagas a mais – sendo 895 em 20 novos cursos, já para o vestibular
deste ano.

A Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) vai criar seis cursos,
fazendo com que a oferta de vagas pule de 1.203 para 1.812 – aumento de 609.

A UFABC (Universidade Federal do ABC) continuará com as mesmas 1.500
vagas, mas trará uma novidade para 2009 em relação ao seu
curso. Hoje, todos os alunos fazem um curso básico de três anos
em ciência e tecnologia. Quem ingressar em 2009 poderá escolher
se quer ter um diploma de bacharelado ou licenciatura na área. A instituição
estuda ainda abrir um campus em Mauá, cidade na Grande São Paulo
sem nenhuma universidade pública.

Embora sejam conhecidas pela excelência no ensino, as instituições
federais paulistas passam por dificuldades.

A Unifesp está em meio a uma crise que levou à renúncia
de seu reitor. Além disso, graduações recém-criadas
ainda não têm a infra-estrutura necessária, mesmo problema
pelo qual passa a UFABC. Já os alunos da UFSCar não têm
laboratórios modernos.

Confira um raio-X com os pontos altos e baixos dessas universidades:

Unifesp UFABC UFSCar
Considerada a melhor universidade do país em avaliação
do Ministério da Educação, a Unifesp passa por uma
crise. Após enfrentar denúncias de irregularidades em gastos
de viagem, o reitor Ulysses Fagundes Neto renunciou ao cargo em agosto.
Ele diz ter se equivocado ao usar o cartão de crédito corporativo
para pagar artigos de uso pessoal.

Mas a fase que a Unifesp atravessa é também de crescimento.
Serão criados em 2009 seis cursos: serviço social, ciências
químicas e farmacêuticas –com habilitação
em farmácia e bioquímica ou química industrial–,
história da arte, letras e matemática computacional.

Fundada em 1933, criou o primeiro hospital-escola do país, o hospital
São Paulo, em 1940. Hoje, tem 3.274 alunos na graduação,
embora o seu forte seja a área de pesquisa.

A segundanista Maraisa Killian, 20, já está fazendo iniciação
científica. “A universidade nos apóia para participarmos
dos projetos de pesquisa”, diz.

“Aqui, o aluno vê como a pesquisa é feita”, afirma
Lucia de Oliveira Sampaio, pró-reitora de graduação.

Em 2009, deve ser inaugurado um prédio com laboratórios,
já que os atuais não são suficientes. Outro problema
é a infra-estrutura incompleta dos cursos de humanas e exatas,
que são novos.

A inscrição vai até o dia 17 de outubro.

Com dois anos de existência, a UFABC ainda está em construção.
No campus de Santo André, na região metropolitana de São
Paulo, o bloco B, com 11 andares de salas e laboratórios, foi inaugurado
em maio. Até então, as aulas ocorriam em salas adaptadas
em galpões e construções existentes.

O bloco A, que terá mais 60 salas de aula, vai tomando forma dia
a dia em meio a um fervilhar de operários. Também será
construído um centro esportivo. A previsão é que
a obra completa seja entregue até o fim de 2009, mas o refeitório
deve estar pronto antes. “Faz falta ter onde comer”, diz a aluna
Juliana Sanchez Morine, 20.

Em São Bernardo do Campo, serão construídos prédios
que abrigarão 400 novos estudantes e laboratórios. Essas
vagas devem ser para a área de humanas, com ingresso em 2010.

O projeto pedagógico é inovador. Todos os 1.500 ingressantes
fazem um curso básico de três anos em ciência e tecnologia.
Ao final, já recebem um diploma de bacharelado ou de licenciatura.
É possível dar continuidade aos estudos por mais um ou dois
anos e tirar o diploma na carreira escolhida, como biologia, matemática,
química ou engenharia. Todos os professores têm doutorado.

As inscrições para o vestibular vão até esta
quinta, 25.

Com três campi espalhados no interior do Estado – São
Carlos, Araras e Sorocaba-, a UFSCar se destaca, de acordo com Roberto
Tomasi, pró-reitor de graduação, pela “excelência
dos cursos”.

“Aqui, o aluno entra em contato com o conhecimento e como ele é
feito”, diz ele. Dentre os problemas, Tomasi cita a dificuldade em
conseguir comprar equipamentos.

Se, de um lado, os laboratórios de pesquisa são equipados
com instrumentos modernos – pagos pelas fundações de apoio
à pesquisa-, de outro, os laboratórios de ensino, utilizados
pelos alunos da graduação, precisam de aparelhos, como microscópios,
novos.

No ano que vem, serão abertos 20 cursos – um aumento de 895 novas
vagas, fora as 212 vagas que serão criadas em carreiras já
existentes.

No total, a universidade oferecerá 2.577 vagas, sendo 57 delas
reservadas para candidatos indígenas, em 57 cursos. No ano passado,
o mais concorrido foi o de medicina, com 109,88 candidatos por vaga. O
de matemática à noite foi o menos procurado, com 5,33 candidatos
por vaga. Mais de 98% dos cerca de 730 docentes da UFSCar são mestres
e doutores.

As inscrições para o vestibular vão até o
dia 17 de outubro.

Fonte: Folha de S. Paulo

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