Em 2008, foram reprovados 61% dos participantes do exame do Cremesp (Conselho
Regional de Medicina do Estado de São Paulo), aplicado aos futuros médicos
que cursam o sexto – e último – ano da faculdade. Os resultados do exame
foram divulgados nesta quarta-feira (5).
REPROVADOS PELO CREMESP | |
ANOS | REPROVADOS |
2005 | 31% |
2006 | 38% |
2007 | 56% |
2008 | 61% |
Apesar da reprovação, esses alunos poderão ingressar no
mercado de trabalho e exercer a profissão normalmente, já que
o exame é facultativo.
“As faculdades estão formando médicos que não sabem
o básico”, diz Bráulio Luna Filho, coordenador do exame no
Cremesp. Para ele, o exame deveria ser obrigatório para os médicos
recém-formados – de maneira similar ao exame de ordem da OAB (Ordem dos
Advogados do Brasil) para os estudantes de direito.
“O problema é que as universidades, mesmo as consideradas melhores,
não sabem avaliar cientificamente os alunos. Basta ser bonzinho, não
faltar às aulas, que você passa”, critica Luna.
Participaram da avaliação 679 dos 2.300 estudantes de medicina
que se formam por ano no Estado de São Paulo – 30% do total. Desses,
apenas 262 acertaram 60% dos testes que compõem a primeira fase do exame,
requisito para ser aprovado à segunda fase do exame.
É a primeira vez nestes quatro anos de aplicação da prova,
que o número de reprovados supera o de aprovados. Em 2005, quando o Cremesp
lançou o exame, 31% dos estudantes foram considerados inaptos para exercer
a medicina.