Home Vestibular A partir deste ano, Fuvest vai exigir mais do candidato

A partir deste ano, Fuvest vai exigir mais do candidato

by Lucas Gomes

A partir deste ano, a Fuvest vai exigir mais do candidato, tanto em interpretação
de texto quanto na capacidade de escrever, afirma o professor Quirino Carmello,
pró-reitor substituto de graduação da USP. “Uma dica
é começar já a responder mais questões dissertativas
do que testes na hora de estudar. Isso vai fazer diferença”, diz
o professor.

A razão é que o vestibular vai adotar todas as disciplinas na
segunda fase a partir do final deste ano. A etapa, que poderia ter até
quatro dias de prova no formato anterior, ficará com três – o primeiro
continua igual, com redação e dez questões abertas de português.

O segundo dia surpreenderá quem está acostumado com a Fuvest:
serão 20 perguntas discursivas abordando física, química,
história, geografia, biologia, matemática e inglês – independentemente
da carreira.

Ainda na segunda fase, o último dia é o que mais se assemelha
a uma prova específica: 12 perguntas que podem abranger até três
disciplinas, dependendo do curso em disputa. Os três dias terão
peso igual.

A mudança deve causar uma reviravolta na maneira como os candidatos
se preparam para a Fuvest, diz Alessandra Venturi, do Cursinho da Poli. “É
normal que o aluno que esteja prestando um curso de humanas, por exemplo, foque
[os estudos] na sua área. Agora, ele vai ter que se preparar para todas
as matérias”, afirma ela.

Os cursinhos já começaram a se adaptar. No Etapa, todos os simulados
serão adequados ao novo estilo dos vestibulares. “Também
estamos fazendo ajustes nas aulas, para incluir mais questões dissertativas”,
afirma Edmilson Motta, coordenador-geral do cursinho.

“Veterano” em vestibulares, o estudante Leonardo Carbonieri, 18,
que está prestando engenharia civil pela terceira vez, não tem
medo das novidades. “Se muda para todos, é justo. O que ficar difícil
para mim vale para o meu concorrente”, diz.

Outra alteração na Fuvest é que a primeira fase deixa
de contar pontos para se tornar apenas eliminatória. Com isso, os candidatos
saem do mesmo “ponto de largada” na hora de fazer a segunda fase.

Essa mudança é a que mais preocupa Adriana Ferreira, 19, candidata
a uma vaga em engenharia de produção na USP. “Costumo ir
bem na primeira fase, e agora vou perder a vantagem”, diz. “Acho que
estão fazendo as alterações às pressas.”

Motta sugere que os alunos deixem de lado a ansiedade. “Não são
mudanças abruptas, elas vêm de um processo de preparar exames mais
interdisciplinares. Estudar com afinco é a fórmula certa”,
afirma.

A nota do Enem continuará sendo usada pela Fuvest, assim como os bônus
do Inclusp (que adiciona até 3% na nota de alunos vindos de escola pública)
e do Pasusp (prova seriada para estudantes da rede pública que também
dá até 3% de bônus). “As novidades estarão só
no formato da prova. O conteúdo será o mesmo”, afirma Quirino.
Ele ressalta que a Fuvest não vai ser mais fácil nem mais difícil
que nos anos anteriores.

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