Home Vestibular Mudança em exames diminui decoreba, mas é preciso memorizar

Mudança em exames diminui decoreba, mas é preciso memorizar

by Lucas Gomes

Cada vez mais, os vestibulares cobram interpretação de texto
e raciocínio lógico – regras que também valem para o Enem.
Mas memorizar alguns conteúdos ainda é necessário e inclusive
faz parte do aprendizado. A memorização não foi eliminada
dos vestibulares nos últimos dez anos. Ela só não é
mais a prioridade. Nenhuma prova vai cobrar decoreba em si, como o nome de um
rio.

Os nomes de um rio ou de uma capital, por exemplo, estarão dentro de
um contexto maior, relacionados a duas ou três disciplinas. A melhor forma
de se preparar para o vestibular é ler e estudar muito. Dessa maneira,
o aluno memoriza os conteúdos por repetição.

Quanto mais estuda, mais o candidato assimila informação e a
relaciona com outros assuntos. Assim se dá o processo de aprendizagem.
A memorização faz parte do dia a dia, faz parte de exercitar e
armazenar os conteúdos. Sem esse “armazenamento” fica difícil
entender o que está sendo pedido em questões interdisciplinares,
por exemplo.

Alguns vestibulares, como a Unesp e Unicamp, fornecem a tabela periódica
e a maioria das fórmulas e equações para os estudantes.
A universidade quer o aluno crítico, que raciocine e saiba tirar suas
próprias conclusões sobre os assuntos da atualidade. Memorizar
é importante, mas o que conta é entender.

Nem o Enem

Apesar de o ministro da Educação Fernando Haddad afirmar que
o novo Enem não vai exigir que se decore fórmulas, nem essa prova
vai deixar de cobrar um pouco de memorização.

O aluno pode esperar o mesmo nível de cobrança de uma Fuvest
ou Unesp. Em termos de conteúdo, o programa do novo Enem está
muito similar a vestibulares já consagrados. Criam-se vários jargões,
como “análise de competências”, “interdisciplinaridade”,
mas no fundo os bons vestibulares, o Enem incluído, não podem
deixar de cobrar conteúdo ou vão acabar não selecionando
bem os alunos.

Como vai ficar?

Até agora ninguém sabe exatamente como ficarão os vestibulares
e o novo Enem.

Decorar o conteúdo de algumas aulas é o que preocupa o estudante
Giovanni Barrachi, 18, que está prestando engenharia mecânica na
USP pela segunda vez. “Uso frases e músicas para gravar principalmente
matéria de química e física. Acho que memorizar ainda faz
diferença”, diz ele. Barranchi estuda até seis horas por
dia fora do horário de aula.

Banheiro

Desenhar mapas da China, colar cartazes com equações no quarto,
deixar post-its com recadinhos pela casa. Vale tudo isso na luta por uma vaga
no vestibular, até apelar para o banheiro na hora dos estudos. “Eu
preencho fichas com fórmulas de exatas e prego pelas paredes, inclusive
no banheiro. É uma forma de estudar, acho que me concentro quando escrevo”,
conta Daphne Andrade, 18, candidata a uma vaga em veterinária na USP.
“A gente é obrigado a decorar algumas coisas, não tem jeito.
Essa é a maneira como eu me saio bem”, diz a aluna.

A forma de estudar varia de aluno para aluno. Cada um deve procurar o que funciona
melhor para si.

Fazer mapas é um dos meios que Bruno Martins, 18, encontrou para estudar.
Ele está tentando uma vaga em economia na Unicamp. Sua última
empreitada cartográfica foi o Oriente Médio. “Desenho as
fronteiras, faço a parte do relevo, coloco dados do países. Isso
me faz ver melhor as coisas.”

Fonte: Jornal Folha de S. Paulo

Leia mais sobre o Novo Enem

Veja como as
instituições usarão o Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem) como forma de acesso

Segundo INEP,
Novo exame do Enem deverá ter 11 horas e meia de duração

MEC divulga
balanço da adoção do novo Enem por universidades federais

Inscrições
ao Novo Enem estão previstas para início em 15 de junho

Perguntas e
respostas: Saiba tudo sobre o Novo Enem

Questões
do novo Enem podem ter pesos diferentes

Institutos federais
devem adotar o Enem para ingresso em cursos superiores

Posts Relacionados