Home Vestibular 50 brasileiros ganham bolsa do governo dos EUA para estudar

50 brasileiros ganham bolsa do governo dos EUA para estudar

by Lucas Gomes

O jovem Eden Lincoln Ferreira de Oliveira, de 26 anos, nunca teve condições
de pagar um intercâmbio, mas embarca para os Estados Unidos em agosto.
Filho de uma funcionária de cartório e de um funcionário
do comércio de Pernambuco, Eden trabalha desde 1999 para pagar os cursos
de informática, de inglês e a graduação de administração
de redes em ambientes operacionais no Recife.

O rapaz conseguiu uma bolsa de estudos financiada pelo Departamento de Estado
norte-americano que o levará por um ano ao estado de Illinois, para aperfeiçoar
os conhecimentos de tecnologia da informação. Como ele, outros
49 jovens conseguiram o intercâmbio.

“Estou superanimado, pois é uma oportunidade única. Sempre
tive esse sonho de viajar, mas não teria condição. O ganho
profissional e cultural é incalculável”, diz o jovem, triste
apenas pelo afastamento da família e da cidade de Vitória de Santo
Antão, a 50km da capital pernambucana.

Egresso do ensino básico público, Eden já se preocupa
com o retorno ao país. “Na volta quero contribuir com nosso mercado.
E vou oferecer ganhos para a empresa que optar por me contratar. Vou implementar
tudo o que aprender”, afirma. Sua recomendação para quem
está começando é bem simples: “Nunca deixem de investir
em um idioma. Isso é um diferencial”.

Este é o segundo ano que o Brasil participa do Programa de Bolsa de
Estudos nos EUA para Tecnólogos, financiado pelo governo norte-americano.
No ano passado, 12 estudantes viajaram com todas as despesas pagas. De acordo
com o consulado americano, US$ 2 milhões é o investimento feito
nos jovens brasileiros.

A bolsa de estudos é integral e cobre alojamento, alimentação,
taxas escolares, curso de inglês com duração de até
dois meses nos EUA antes do início das aulas (para os alunos que precisarem),
transporte de ida e volta e assistência médica. Ao terminar os
estudos, o bolsista deverá obrigatoriamente retornar ao Brasil e à
instituição de origem para dar seguimento ao curso.

De acordo com o adido cultural da embaixada americana em Brasília, David
Hodge, o programa é uma oportunidade para os estudantes de cursos tecnológicos.
“São jovens muito talentosos que terão uma experiência
fora do país e chance de aprimorar o idioma”.

Para os EUA, o programa não é menos importante: “Os jovens
que viajam representam diversidade. Vão mostrar a diversidade brasileira,
a história e a cultura. E as instituições que os recebem
desejam se internacionalizar”, aponta Hodge. Além do Brasil, Egito,
Indonésia, Turquia, África do Sul e Paquistão fazem parte
dos países financiados.

Inglês pela TV

Raphael dos Santos Linhares, de 22 anos, é outro que foi contemplado
com a bolsa de estudos e vai para Seattle em agosto. Estudante de processamento
de dados da Faculdade de Tecnologia da Baixada Santista, ele conta que, no primeiro
momento ficou cético com a gratuidade do curso. “Depois vi que
era um negócio sério. E hoje não teria como fazer um intercâmbio
fora”, diz.

Mas o jovem já virou curiosidade no grupo de intercambistas, porque
afirma nunca ter estudado inglês em escola especializada. O conhecimento
da língua veio da televisão. “Meu grande professor foi ‘Seinfeld’
[um seriado norte-americano de humor]. Também vi ‘Friends’,
mas ele é meio água com açúcar”, conta. Na
música, as inspirações para o aprendizado foram Nirvana
e Red Hot Chili Peppers.

“Hoje em dia a gente tem muito contato com a língua. Mesmo em
filmes legendados, jogos, música. Então, sempre que me interessava,
perguntava o significado das palavras”, lembra. “Com o trabalho
em telecomunicações, tive uma destravada para falar. Perdi a vergonha.”

Quem tiver interesse em intercâmbios, pode consultar o site da Comissão
Fullbright do Brasil: www.fulbright.org.br.

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