Quando o Enem foi reformulado, em 2009, trouxe consigo uma inovação na forma de apresentar as disciplinas. Em vez de tratá-las isoladamente, como faz a maioria dos vestibulares, passou a trabalhar dentro do conceito de áreas do conhecimento.
As áreas são compostas por disciplinas que se aproximam e conversam entre si. No Enem, os conteúdos do ensino médio foram distribuídos em quatro delas – que veremos mais adiante.
Para estudar de acordo com esse conceito de áreas será necessário mudar um pouco a forma como você encara cada disciplina. Parece complicado, mas depois que a gente pega o jeito, é muito legal e faz todo sentido.
Descubra a seguir quais são e como estudar as 4 áreas de conhecimento do Enem!
Áreas de conhecimento do Enem
O Enem divide os conteúdos do ensino médio em quatro áreas de conhecimento que, por sua vez abrangem as seguintes disciplinas:
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
- Literatura
- Língua Portuguesa
- Língua Estrangeira (Inglês ou Espanhol)
- Artes
- Educação Física
- Tecnologias da Informação e Comunicação
Ciências Humanas e suas Tecnologias
- História
- Geografia
- Filosofia
- Sociologia
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
- Biologia
- Física
- Química
Matemática e suas Tecnologias
- Matemática
Como são as provas de cada área de conhecimento do Enem
Cada área do conhecimento tem 45 questões objetivas e diferentes graus de dificuldade – tem pergunta média, fácil, difícil e muito difícil.
No primeiro dia do Enem são aplicadas as provas de Ciências Humanas e de Ciências da Natureza. O prazo é de 4 horas e 30 minutos para resolver tudo.
No segundo, o desafio é mais pesado. São três provas: Matemática, Linguagens e Códigos e Redação. Para dar conta de tudo isso o candidato terá 5 horas e meia, nem um segundo a mais, nem um segundo a menos.
A redação é um texto em que o candidato terá que discorrer, em até 30 linhas, sobre o tema apresentado. O formato solicitado é o dissertativo-argumentativo.
As provas de Ciências da Natureza e Matemática costumam a ser as mais difíceis. Veja as notas médias em duas edições recentes do Enem:
Ciências Humanas e suas Tecnologias
- Média em 2016: 533,5
- Média em 2015: 558,1
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
- Média em 2016: 477,1
- Média em 2015: 478,8
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
- Média em 2016: 520,5
- Média em 2015: 505,3
Matemática e suas Tecnologias
- Média em 2016: 489,5
- Média em 2015: 467,9
O Enem tem uma característica que pega muita gente pelo pé: ele testa a capacidade do aluno de ler e interpretar textos em todas as quatro áreas de conhecimento. Por isso é comum encontramos questões com enunciados longos, complexos, que parecem ter sido feitos para testar a paciência de qualquer um!
Em disciplinas como Matemática, Química, Física e Geografia, além de tudo, é muito comum o uso de gráficos e tabelas que exigem um grau a mais de atenção por parte do candidato.
Como o Enem trata as áreas de conhecimento
No Enem, as áreas de conhecimento são abordadas de forma multidisciplinar, ou seja, com conteúdos que atravessam várias disciplinas. Trata, por exemplo, de como compostos biológicos (Biologia) podem ser usados para transformar o plástico (Química) e qual são as condições ideais de temperatura e pressão (Física) para obter o produto desejado.
E às vezes vai até mais longe: muitas questões de Matemática, por exemplo, podem ser resolvidas com uma simples interpretação cuidadosa de texto ou análise de gráficos.
Também podemos citar como exemplo o uso de argumentos de História e Geografia para fundamentar a redação!
Entendeu mais ou menos como funciona? Aqui tudo está interligado, não dá mais para pensar nas disciplinas como mundos isolados – e isso muda toda a forma de estudar.
Como estudar as 4 áreas de conhecimento do Enem
No Enem a gente estuda com um olho no peixe e outro no gato – ou seja: pensa em uma disciplina enquanto relaciona aquele conhecimento com muitas outras.
O motivo disso é que o Ministério da Educação quer analisar a sua capacidade de associar as disciplinas do ensino médio com a ciência que nos cerca no dia a dia. Sem essa visão global e integrada dos saberes, dificilmente o candidato fará uma boa prova.
Para chegar no dia do Exame com tudo em dia, é preciso:
1. Começar a estudar com bastante antecedência, afinal as áreas englobam todo o conteúdo do ensino médio – o que não é pouca coisa.
2. Identificar quais são os conteúdos que caem com maior frequência nas provas e dar foco neles.
3. Ler muita notícia e ficar por dentro dos maiores temas em debate na atualidade – será muito útil, tanto para as provas objetivas quanto para a redação.
4. Fazer as edições anteriores ajuda a ganhar familiaridade com o formato das provas e sentir o grau de dificuldade das questões – no site do Inep, instituto que organiza o Enem, tem todas as edições desde 1998, com gabarito e tudo.
5. Quando for fazer as provas, use um cronômetro para marcar quanto tempo você leva para resolver todas as questões. Lembre-se sempre de reservar 4h30 para a primeira prova e 5h30 para a segunda, incluindo a redação e passar a limpo, tanto o texto quanto as respostas.
6. E já que estamos falando no segundo dia de exames, não se esqueça de estudar bastante para a redação. Uma boa nota nessa prova pode ser um diferencial importante na hora de correr atrás de uma vaga no ensino superior. Pratique bastante o formato pedido.
7. Depois de fazer todas as provas, assinale quais questões você teve mais dificuldade para resolver e quais assuntos demandaram mais atenção da sua parte. São esses que você deve estudar com mais afinco.
8. Tente estudar todos os conteúdos pedidos no edital do Enem.
9. Quando a data do exame começar a se aproximar, foque sua revisão nos temas que caem com maior frequência (veja quais são a seguir).
10. Na hora dos estudos, deixe de lado celular, internet e aquelas redes sociais que roubam atenção.
Seguindo direitinho todas essas dicas, é certeza que você irá começar o ano novo numa faculdade!
Assuntos que mais caem nas 4 áreas de conhecimento do Enem
Anote aí quais são as matérias que aparecem com maior frequência em cada uma das quatro áreas de conhecimento do Enem:
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Desenvolvimento social
Escravidão
Revolução Industrial
Revolução Russa
República oligárquica
República liberal
Era Vargas
Pós-guerra
Ditadura no Brasil
História do Brasil
Conquistas trabalhistas
O papel das mulheres, negros e homossexuais
Movimentos sociais
Direitos Humanos
Transportes
Agricultura
Uso de mapas
Indústria brasileira
Água
Energia
Urbanização
Impactos ambientais
Conflitos por terra
Crescimento populacional
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Biomas
Evolução
Patologias
Fisiologia humana
Fluxo de energia
Genética
Biotecnologia
Ciclos biogeoquímicos
Teia e cadeia alimentar
Ecologia e sustentabilidade
Reações orgânicas
Química e meio ambiente
Radiação
Hidrocarbonetos
Combustíveis
Nomenclatura
Compostos orgânicos
Isomeria
Funções orgânicas
Soluções químicas
Estequiometria
Termoquímica
Neutralidade
Oxidação
Equilíbrios químicos
Funções orgânicas
pH
Óptica
Termofísica
Mecânica
Energia
Eletricidade
Leis de Newton
Correntes e potência elétrica
Fenômenos ondulatórios
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Modernismo e movimentos artísticos
Norma culta e popular
Síntese e resumo
Vanguardas europeias
Ambiguidade
Denotação e conotação
Figuras de linguagem
Funções da linguagem
Gêneros textuais
Interpretação de texto
Intertextualidade
Literatura
Matemática e suas Tecnologias
Estatística
Progressão aritmética e geométrica
Média aritmética, moda e mediana
Grandezas proporcionais
Regra de três
Funções
Equações
Trigonometria
Área, volume, perímetros
Seno, cosseno, tangente
Probabilidade
Porcentagem
Áreas de figuras, prismas, cilindros, cones e esferas
Metro cúbico
Análise combinatória
Como são corrigidas as provas do Enem
As provas objetivas são submetidas a um sistema de análise chamado Teoria de Resposta ao Item (TRI). Nele, é levado em consideração o desempenho dos participantes, a coerência de acerto e os chutes – tudo isso sob uma matemática complexa que combina números, estatística e psicometria. Por isso é praticamente impossível calcular a nota do Enem pela soma simples de acertos.
A redação segue outro modelo. Ela é corrigida manualmente, uma a uma, por pelo menos dois especialistas. Eles observam se o candidato tem bom conhecimento de língua portuguesa, se respeitou o formato pedido, se conseguiu apresentar um bom argumento, se fez uso de recursos linguísticos e se respeitou os direitos humanos.
Depois, juntas, as notas das provas e da redação geram a média final – aquela com a qual o candidato pode concorrer a diversos processos seletivos.
Onde usar o resultado das provas do Enem
A nota do Enem pode ser usada em pelo menos quatro grandes processos seletivos. Todos eles abrem mais de uma vez por ano, portanto são no mínimo oito chances de conseguir entrar na faculdade com uma única nota!
Conheça:
- Sisu – É o processo seletivo mais concorrido. Nele são distribuídas vagas em mais de cem universidades públicas de todo o Brasil. Pode entrar na disputa todo mundo que fez o Enem mais recente e não zerou na redação. Ocorre geralmente em janeiro e em junho.
- ProUni – Com o ProUni dá para entrar em uma faculdade privada bem avaliada pelo MEC com bolsas de estudos parcial ou integral. O benefício é dirigido a quem preencher os requisitos de renda e escolaridade definidos pelo Programa. Fora isso, é preciso ter feito o Enem mais recente, obtido nota acima de zero na redação e pelo menos 450 pontos na média das provas. A seleção abre duas vezes ao ano.
- FIES – O FIES permite financiar uma graduação em faculdade privada e pagar a dívida só depois da formatura. Quem fez qualquer Enem a partir de 2010, conseguiu pelo menos 450 pontos na média das provas e nota acima de zero na redação pode concorrer ao benefício – desde que, claro, também atenda ao critério de renda familiar definido pelo MEC. A seleção também acontece duas vezes por ano.
- Ingresso direto – Cada vez mais faculdades particulares de todo o Brasil aceitam a nota do Enem como forma de ingresso em seus cursos. Basta apresentar a pontuação, verificar se corresponde ao mínimo exigido e partir para a matrícula. É tudo muito fácil e descomplicado.
Confira algumas instituições autorizadas pelo MEC a oferecer bolsas pelo ProUni, financiamento pelo FIES e ingresso direto com a nota do Enem:
- Centro Educacional Anhanguera (ANHANGUERA)
- Centro Universitário do Distrito Federal (UDF)
- Centro Universitário UNISEB (UNISEB-Estácio)
- Faculdade Pitágoras (PITÁGORAS) – em Minas Gerais
- Faculdade Unime (UNIME) – na Bahia
- Universidade Cidade de São Paulo (UNICID)
- Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL)
- Universidade de Franca (UNIFRAN)
- Universidade Estácio de Sá (UNESA)
- Universidade Norte do Paraná (UNOPAR)
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