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As novas caras do vestibular

by Lucas Gomes

Os candidatos aos principais vestibulares do País já se preparam
para uma maratona de mudanças. USP e Unesp anunciaram alterações
em seus exames já para este ano, enquanto o Ministério da Educação
propôs transformar o Enem em processo seletivo unificado para universidades
federais e particulares.

A Unesp foi a primeira a anunciar alterações no vestibular,
que passará a ter duas fases, em novembro e dezembro. A primeira terá
90 questões de múltipla escolha, com caráter eliminatório,
que deixarão de ser divididas por matérias para valorizar a interdisciplinaridade.
“Precisamos de alunos mais críticos, que saibam interpretar e contextualizar”,
disse a diretora da Vunesp, Tânia de Azevedo.

Na Fuvest, a primeira fase deixará de contar pontos na nota final e
a segunda vai incluir questões dissertativas de todas as disciplinas
– até 2008, só havia dissertativas de disciplinas ligadas à
área do curso. “A proposta não altera conteúdos. O
que muda é a maneira de aferir o perfil do aluno desejado”, diz
a pró-reitora de Graduação da USP, Selma Garrido Pimenta.

O novo Enem, com 200 questões e redação, será
realizado em 3 e 4 de outubro. Pela proposta do MEC, os candidatos
podem se inscrever em até cinco universidades. O prazo final para as
instituições decidirem se vão aderir é 8
de maio
.

Entre os favoráveis ao novo Enem está o reitor da Universidade
Federal da Bahia, Naomar Almeida. A princípio, as mudanças só
valem para os bacharelados interdisciplinares da UFBA, com foco em quatro áreas
e duração de três anos. “Se a prova for semelhante
à nossa primeira etapa e tivermos certeza da viabilidade jurídica,
sem riscos de embargo por algum candidato, podemos usá-la para outros
cursos já no próximo vestibular. O MEC prepara um parecer sobre
essa viabilidade, que será submetido à aprovação
dos conselhos universitários.” Segundo Almeida, a logística
já existe em virtude do ProUni, que concede bolsas em universidades particulares
com base na nota do Enem. “É só questão de fazer uns
ajustes.”

Enem: mudar já ou depois?

– Leandro Carabet, 17 anos
Foi uma mudança muito rápida, deveria ser gradual e não
tão radical. Querem mudar uma estrutura para a qual estamos nos preparando
desde o 1º ano do ensino médio. A demora de explicações
claras sobre como realmente vai ser a prova nos confunde e preocupa”.

– Lílian Oliveira, 19 anos
Foi uma surpresa, não estávamos nos preparando para essas mudanças.
Não gostei, porque acho muito cansativo fazer cem questões por
dia. Deveriam ser três dias de prova”.

– Thays Lencione, 20 anos
Está em cima da hora. Deviam ter definido isso antes do ano letivo ou
se organizado para mudar no ano que vem. Tenho dúvidas em várias
questões e tenho certeza que não sou a única”.

7 UNIVERSIDADES E O ENEM
Unip Como é hoje: 10% das vagas são reservadas para quem fez
Enem e opta por utilizar a nota obtida no exame
Como fica: nota do Enem continuará a ser usada para 10% das vagas
Estácio de Sá Como é hoje: desde 1998 quem apresenta nota do Enem fica dispensado
do vestibular
Como fica: aguarda mais detalhes do projeto para se posicionar
PUC-MG Como é hoje: Enem será usado na seleção de
15% das vagas no vestibular de junho
Como fica: ainda não tem posição definida
UFBA Como é hoje: não utiliza o Enem
Como fica: novo modelo será adotado como fase única para 4
cursos inter-disciplinares já no próximo vestibular
UFRJ Como é hoje: não utiliza o Enem
Como fica: ainda não definiu, mas pretende adotar o novo modelo,
que poderá substituir a 1ª fase
PUC-SP Como é hoje: nota do Enem representa 20% da pontuação
se for maior que a nota da prova objetiva
Como fica: continuará a usar o Enem associado ao vestibular
Mackenzie Como é hoje: já usa o Enem; parte objetiva tem peso 1 e
as questões do vestibular têm peso 2
Como fica: quer ver como será o novo modelo para tomar uma decisão

Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo

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