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Cobrança de diploma chega até R$ 150,00

by Lucas Gomes

A cobrança de taxas para emitir diploma virou alvo de ações do Ministério Público em São Paulo e no Rio de
Janeiro. Várias instituições particulares estão proibidas, por liminar, de cobrar pelo serviço e até a
Universidade de Brasília (UnB), pública, foi impedida na Justiça de aplicar a taxa. Mas na Universidade de
São Paulo (USP), a maior do país, a cobrança continua uma grande confusão: não existe taxa em alguns
institutos e outros chegam a valores de até R$ 150,00.

Foi feito um levantamento com as faculdades da USP para mostrar as diferenças. Certas unidades, como a
tradicional Faculdade de Medicina, delegam a tarefa às comissões de formatura, que negociam diretamente com
o calígrafo o preço do documento. O preço mais alto ocorreu na Faculdade de Odontologia de Bauru, com
custos de R$ 140,00 a R$ 150,00 para o estudante.

Já a Escola Politécnica e a Escola de Engenharia de São Carlos, oferecem a seus estudantes a gratuidade do
serviço. Há ainda institutos que cobram de R$ 20,00 a R$ 50,00 para pagar o calígrafo e outros que oferecem
o serviço básico, com preço mais barato e o diploma em pele de carneiro.

De acordo com o procurador da República em São Paulo, Sergio Gardenghi Suiama, a gratuidade da taxa do
diploma em instituições públicas ainda é um tema para debate. Segundo ele, ainda não está definido se a
gratuidade do ensino envolve ou não a ausência de todas as taxas.

Diplomas antifraude

A falta de padrão na USP é tão grande que a uniformização e diminuição do custo dos diplomas – que teriam
uma espécie de selo antifraude – é proposta e prioridade da gestão da atual reitora, Suely Vilela. Havia
até data para acabar com a infinidade de modelos do documento: este ano. Mas parece que o projeto não vai
sair do papel tão cedo.

De acordo com a secretária-geral da USP, Maria Fidela de Lima Navarro, um dos motivos para o adiamento da
implantação do diploma unificado foi a ocupação da reitoria, que aconteceu em maio e junho. Em entrevista
no mês de julho, Maria Fidela disse que os novos diplomas começariam a ser emitidos em agosto deste ano, já
com atraso de oito meses.

No entanto, segundo ela em nova entrevista realizada na última semana, houve problemas com a licitação que
definiria o tipo de material a ser usado na confecção dos diplomas antifraude. “Provavelmente vamos ter de
fazer outro processo licitatório. O produto que foi oferecido não atendeu às expectativas por motivo de
segurança e no aspecto visual”, afirmou.

Diploma de dentista é mais caro

O custo do documento na Faculdade de Odontologia de Bauru, a campeã do preço alto, de acordo com o
levantamento, chega aos R$ 140,00 ou R$ 150,00. Segundo o serviço de graduação da unidade, ninguém nunca
pediu um papel mais barato e, lá, o diploma é impresso em pele de carneiro. Na Faculdade de odontologia, o
preço é de R$ 120,00 também para o documento na pele do animal.

Outras unidades são mais modestas e oferecem até duas opções para o formando: o modelo “basiquinho” e a
versão “elite”. No Instituto de Química, por exemplo, o valor gasto para obter o documento em papel vegetal
é de R$ 35,00; já para o de pele de carneiro, é R$ 120,00.

As taxas variam sem lógica e não é possível dizer se são cursos de humanidades, de exatas ou de biológicas
que possuem as maiores taxas. Atualmente, apenas dez unidades afirmaram não cobrar pelo documento; outras
22 unidades informaram valores de R$ 15,00 a R$ 150,00. Outras quatro unidades informaram delegar o custo
para comissões de formatura.

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