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Economia – Brasil terá uma das dez maiores reservas de petróleo no mundo

by Lucas Gomes

A Petrobrás anunciou a descoberta de um megacampo de petróleo, batizado de Tupi, que elevará em mais de
50% as reservas do Brasil. Estima-se que a área, situada em águas ultraprofundas da Bacia de Santos,
contenha entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris. Segundo a estatal, a produção no local deve começar em
2013. A divulgação coincide com a crise de escassez de gás no País.

As ações da estatal dispararam na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Os papéis ordinários (ON, que
dão direito a voto) subiram 14,45% e os preferenciais (PN), 14,16%.

A descoberta levou o governo a retirar do leilão da Agência Nacional de Petróleo (ANP), que será realizado
neste mês, todos os blocos localizados na camada de pré-sal, que vai do Espírito Santo a Santa Catarina.
Essa área, onde está Tupi, estende-se por 800 quilômetros, com 200 quilômetros de largura. A decisão foi
referendada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

O governo ainda não decidiu se essas áreas voltarão a ser oferecidas à iniciativa privada ou se ficarão
sob a responsabilidade da Petrobrás.

O ex-diretor da Agência Nacional de Petróleo (ANP) David Zylbersztajn avalia que a megadescoberta na área
de Tupi aumenta a independência brasileira, mas alerta que o País precisa investir na transformação de
óleo bruto para ampliar a produção nacional de derivados.

No que diz respeito aos altos investimentos que a nova descoberta exigirá para ser explorada, o geólogo
Giuseppe Bacoccoli, pesquisador do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia
(Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explicou que o óleo estará a seis quilômetros de
profundidade e debaixo de uma camada de sal. “O custo para colocar em produção um campo como esse é
altíssimo no curto prazo, mas a conseqüência será um significativo aumento nas reservas”, disse.

Avaliação

No fim de agosto, o volume das reservas existentes em Tupi esteve no centro de uma polêmica devido a
relatório do Credit Suisse dando conta de que executivos de uma das sócias da Petrobras no campo estariam
otimistas com a possibilidade de a região conter reservas de até 10 bilhões de barris. Na época, a estatal
soltou fato relevante afirmando que as reservas do campo ainda estavam em análise.

De acordo com comunicado divulgado pela Petrobras, a empresa fez ainda uma avaliação regional do pré-sal
que se estende nas bacias do Sul e Sudeste do país. Segundo a companhia, se os volumes recuperáveis
estimados de óleo e gás para os reservatórios forem confirmados, elevarão significativamente a quantidade
de óleo existente em bacias brasileiras, colocando o Brasil entre os países com grandes reservas mundiais
de petróleo e gás.

Os poços que atingiram o pré-sal e que foram testados pela Petrobras mostram, até agora, alta produtividade
de petróleo leve e de gás natural. Esses poços se localizam em nas bacias do Espírito Santo, de Campos e
de Santos , diz a nota divulgada pela empresa.

Exportador

A descoberta, segundo a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pode transformar o país em exportador
de petróleo. “Com essa descoberta, tudo muda. Vamos ver como outras nações se comportaram em situação
semelhante e ver a melhor forma de transformar essa riqueza num maior benefício para o povo deste país”,
disse a ministra.

Segundo ela, o Brasil era um produtor médio, com a auto-suficiência recente e agora passa para “o primeiro
patamar” de produtores. A ministra comparou o futuro do Brasil nessa área com grandes produtores, citando
os países árabes e a Venezuela.

Para a ministra, o governo federal tem de proteger as reservas que possui. “É a preservação da soberania
do país, mas mantendo no leilão outras áreas que não tenham nenhuma interface com a descoberta”,
acrescentou a ministra.

Dilma garantiu também que o Brasil “tem todo o interesse” em formar parcerias com empresas privadas e
internacionais. A ministra garantiu também que a descoberta não vai alterar em nada as negociações com a
Bolívia.

“A relação com a Bolívia é uma relação de integração regional e não apenas de interesse comercial.
Preferimos não depender deles, mas isso não significa que iremos romper contratos ou deixar de investir na
Bolívia”, ressaltou.

Fontes: O Estado de S. Paulo | G1

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