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MEC deve reduzir o número de chamadas no Sisu

by Lucas Gomes

O Ministério da Educação (MEC) estuda alterar o modelo
do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) para a próxima edição.
As etapas seriam reduzidas a duas ou apenas uma. Hoje, elas são três.
Aquelas vagas que não fossem preenchidas seriam ocupadas por estudantes
inscritos em uma lista de espera.

Os 21.457 aprovados para uma instituição pública de ensino
superior na terceira etapa do Sisu deverão matricular-se nas universidades
em que foram selecionados a partir da próxima terça-feira. Nas
duas primeiras etapas, boa parte daqueles que foram selecionados não
fizeram suas matrículas, o que fez com que o percentual de vagas não
preenchidas fosse de 43%. Com esse novo mecanismo, o ministério acredita
que cerca de 98% da oferta será preenchida.

O presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições
Federais de Ensino Superior (Andifes), Alan Barbiero, acredita que essa possa
ser uma boa solução para evitar atrasos nos calendários
acadêmicos, já que muitas universidades ainda aguardam a conclusão
do processo do Sisu para encerrar as matrículas.
Para o MEC, a razão para a sobra de vagas nas primeiras etapas está
no comportamento dos alunos que teriam tratado o Sisu como “brincadeira”.
Mesmo sem interesse em estudar em um curso, esses alunos teriam feito suas inscrições
e, depois, não confirmado a matrícula. Candidatos, por exemplo,
que já tinham passado em vestibulares de outras instituições
mas testavam suas chances no sistema. O efeito é inesperado já
que esse sistema era utilizado no processo de distribuição de
bolsas do Programa Universidade para Todos (ProUni) sem problemas semelhantes.

O ministério aposta que um dos efeitos do novo sistema será
um aumento na mobilidade acadêmica. Percebeu-se que a migração
por meio do Sisu é intrarregional (por exemplo um estudante de Minas
Gerais que matriculou-se em um curso no Rio de Janeiro), mas a expectativa é
que o percentual passe dos atuais 0,02% para 10%.

A distância também pode ser uma das explicações
para a sobra de vagas nas primeiras etapas. O estudante se inscrevia para um
curso em outro Estado, mas depois não confirmava a matrícula na
instituição porque era longe de casa. É o caso de Ana Clara
Fonseca, 18 anos, que mora em Brasília e se inscreveu para uma vaga na
Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no Rio Grande do Sul, pelo Sisu, mas
nem chegou a conferir o resultado.

“Minha nota foi boa e era suficiente para passar em algumas universidades
federais. Me inscrevi na UFPel, mas nem olhei se passei porque minha mãe
não ia deixar eu morar fora mesmo”, afirma.

Quando foi lançado no ano passado, o projeto de substituição
do antigo vestibular pelo novo Enem, com um processo de seleção
unificada, pretendia atrair cerca de 6 milhões de alunos. Pouco mais
de 4 milhões se inscreveram e, depois do vazamento do exame, apenas 2,6
milhões fizeram a prova. Mesmo com os problemas, Barbiero afirma que
o clima entre os reitores que aderiram ao novo modelo é de “colaboração”
e avaliou que todo novo sistema está sujeito a imperfeições.
Segundo ele, caberá às próprias universidades decidirem
se permanecem ou não participando do sistema.

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